Capítulo 7

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Embarquei primeiro no carro, minhas mãos e pernas estavam amarradas.

Olhei pela janela do carro para encontrar o soldado que demorava em embarcar junto comigo.

Foi então que o vi sendo espancado silenciosamente, suas mãos e pernas também estavam amarradas.

-Parem! - Gritei.

Tentei sair do carro, mas um deles apontou sua arma em minha direção.

O soldado já caído não conseguia se levantar, se não fossem pelas amarras em suas mãos e tornozelo, talvez ele aguentasse essa luta.

Um dele apontou a arma em direção ao soldado e então ouvi um barulho ensurdecedor.

Empurraram-me para o banco do meio e sentaram ao meu lado.

Não pude sair do carro, mas tinha certeza que o soldado havia sido morto.

Meus olhos estavam focados na mão ensanguentada desses assassinos.

Quando chegaram ao destino, os soldados da minha base nos esperavam junto com os homens de Richard.

Assim que saímos do carro, um dos soldados questionou.

-Onde está Lorenzo?

-Morto. - Sussurrei.

Caminhei com dificuldade em direção a eles, enquanto os dois homens vinham em direção a esses assassinos, assim que estava segura atrás dos soldados, ouvi mais um barulho de tiro.

-Por Lorenzo. - O soldado falou sorrindo.

Os homens que mataram Lorenzo sorriram de volta e então falaram.

-Não esqueçam que ainda possuímos um de vocês.

-Não encostem em Mike! - Gritei.

-Mike está vivo? - O soldado perguntou para mim, mas ainda encarando os assassinos.

-Sim.

-Por enquanto - Eles falaram e então entraram no carro. Não levaram o corpo do companheiro junto.

Mas antes de irmos embora, os nossos soldados cavaram um buraco na terra seca para colocarem o corpo desse homem que eles mesmo mataram.

-Vocês sentem remorso? Mataram uma pessoa. - Falei quando deram a partida no carro.

-Não, não deixaremos um corpo dessa forma, sendo que crianças frequentam esse lugar.

-Vocês mataram uma pessoa e não sentem nada?

-Pense que é como se algo saísse do controle, exemplo quando uma cirurgia sai de seu controle e o paciente geralmente morre. Mas você segue em frente, não segue?

Não o respondi apenas fiquei em silencio encarando a estrada e pensando como iríamos localizar Mike. Como conseguiria o salvar.

Na base Peterson nos esperava, acredito que seja pelo fato de que ele tenha me ajudado a chegar até aqui e que seja a mulher do melhor amigo dele, Peterson esteve sempre me rodeando enquanto estou aqui.

Ele parecia preocupado, analisou-me de cima abaixo para ter a certeza que eu não estava ferida.

-Você está bem? – Perguntou.

-Pensei que não faria essa pergunta. Além de eu ter levado um soco no rosto daquele assassino, encontrei Mike.

-Ele... Ele está bem?

-Sim, mas não sei quanto tempo estará. Precisamos salvá-lo Peterson.

-Nos iremos, não viemos de tão longe para deixa-lo. 

Carta de um soldadoOnde histórias criam vida. Descubra agora