Heart Of Darkness

chapter four: death

Florence tinha total certeza do que estava prestes a fazer. A menina exalava ódio de seu pai, o que era completamente compreensível, pelas circunstâncias.

– Tem certeza, minha sobrinha?– Enrico perguntou
– Nunca estive tão certa em toda a minha vida, tio.– ela sorriu ironicamente
– Precisará agir com inteligência... Lembre-se: uma vez que estiver feito, jamais poderá se desfazer.
– Não é para se desfazer. Como eu havia dito, Edward White morrerá esta noite.

A menina saiu, indo direto para a sua casa. Bateu na porta, pois havia perdido tuas chaves, Logo se lembrou das palavras de seu tio:

– Só conseguirá entrar se for convidada.

Uma das criadas de Edward apareceu na porta, surpresa ao ver a garota ali.

– Menina Florence, o que faz do lado de fora? – ela perguntou
– Onde está o meu pai?– Florence perguntou friamente
– Lá em cima, no escritório. 
– Grande novidade.– ela revirou os olhos
– Por que não entra? Está frio. 

Ela colocou os pés dentro da casa, dando um pequeno sorriso. Analisou o ambiente, e puxou a criada pelo braço.

– Estarei lá em cima, conversando com o meu pai. Por favor, não nos incomode, e não deixe que ninguém nos interrompa.– a hipnotizou

Subiu as escadas, encontrando o escritório. Abriu a porta, dando de cara com Edward.

– O que pensa que está fazendo? Além de sair e demorar séculos para voltar, agora abre portas sem bater? Até parece que não lhe dei educação.– Edward disse friamente
– Cale a boca.– ela retrucou
– Está me desafiando? Como ousa falar desta maneira comigo? 
– Talvez eu esteja.– ela sorriu irônica– está na hora de termos uma conversa, papai.
– Estou ocupado.
– Enquanto estive lá fora, acabei conhecendo uma pessoa muito importante para nossa família. O senhor se lembra de Enrico White? 

Ao ouvir tais palavras, a feição de Edward mudou completamente.

– Como é que é?
– Esta é a razão pela qual demorei. Estávamos nos conhecendo. Por que o senhor nunca me disse sobre ele? O meu tio.
– Eu não lhe devo satisfações, menina.
– Exato. Porém, tenho a impressão de que o senhor vai querer me dar satisfações.

A garota empurrou Edward, que caiu no chão. 

– Sente-se, agora.– ela o hipnotizou

Assim, o homem fez. 

– Mas o que? – Edward estava confuso
– O senhor sabia sobre os vampiros desta família? 
– Como?
– Meu tio é um deles. Agora, eu também sou. 

Edward se assustou.

– Ainda não irei lhe machucar. Primeiro, nós temos que acertar algumas coisas. Para isso, o senhor irá me falar a verdade, sob qualquer circunstância.– a menina ordenou
– Falarei a verdade, sob qualquer circunstância.– o homem concordou

Florence puxou uma poltrona, e sentou-se em frente ao homem.

– O senhor sempre soube sobre a existência dos vampiros? 
– Sim. Eu deveria ser, porém, consegui escapar.
– Por isso armou tanto contra o meu tio?
– Nunca gostei de Enrico White. Acabei unindo o útil ao agradável, escapei de uma maldição e me livrei desta praga.
– Mais ou menos, não? O passado sempre volta para lhe assombrar. Agora, faço parte deles. E o senhor não irá mais tirar algo que me pertence.
– Deveria estar feliz, a garota está a salvo.
– Feliz? O senhor arrancou minha filha de meus braços, destruiu o meu relacionamento, como eu poderia estar feliz?
– Só fiz o melhor para você.
– Para você, não é? Afinal, tudo o que importa para você é sua reputação, é o que as pessoas pensarão ao teu respeito. Diga-me, alguma vez sentiu um pouco de amor por mim?
– Você sempre foi útil para mim. Apenas isso.
– Pela minha mãe?
– Fui apaixonado por ela, quando nos conhecemos. Mas, nosso casamento apenas se tratou de negócios. Quando ela morreu, foi ainda melhor.

Florence deu um tapa no rosto de seu pai.

– Após terminarmos, cortarei toda a sua garganta, apenas para que o senhor tenha a sensação de nunca mais poder falar. Claro, não falará, pois estará morto. 
– Não acho que você seja capaz disso, Florence. Sempre foi a covarde da família.
– Quer mesmo falar de covardia? Fez coisas terríveis apenas por não ter coragem de assumir que a família é imperfeita, acho que estamos quites então, não?
– Tem noção do quanto um escândalo desses poderia nos afetar?
– Ninguém se importa com isso, apenas você. Minha mãe... Talvez, se o senhor não fosse tão egoísta, ela poderia estar viva. Talvez, se o senhor fosse um pouco mais empático, não levaria o fim que levará.
– Eu deveria sentir algo?
– Passei toda a minha vida tentando te agradar, sempre em vão. Eu cansei. Estou tão cansada de te suportar. O senhor tirou tudo de mim, e agora, eu tirarei tudo de você. 

Florence rasgou a garganta do homem.

– Agora não poderá mais falar. Ops! Isso é por todas as vezes que o senhor não deixou eu dar a minha opinião.

Em seguida, a menina mordeu seu pescoço.

– Isso é por mim, simplesmente por eu estar com fome.– ela sorriu

Quebrou suas mãos.

– Acho que o senhor não poderá mais trabalhar neste maldito escritório.

Arranhou uma de suas orelhas.

– Pelas vezes que não me ouvia. Agora, posso assistir o senhor sangrar, e enxergar nos teus olhos a agonia de não poder falar, a dor que teu corpo está sentindo no momento. Este sofrimento, sabe? Senti-me desta maneira todos os dias em que convivi com o senhor. Agora, espero que queime no inferno, seu filho da puta!

Por fim, ela colocou a mão no peito do homem e arrancou seu coração, Edward caiu sem vida no chão.
Florence sorriu. Era inexplicável o que a menina sentia ao ver o sangue escorrendo por seus braços. Ela estava leve. Realizada. Não era capaz de sentir um pingo de remorso.

Levou o corpo do homem para a sala. Os empregados viram. Florence se alimentou de cada um, logo após, queimou toda a casa, com todos os corpos dentro. 

E saiu, entrando no carro.

– Como foi? – Enrico perguntou
– Vamos sair daqui.– ela disse séria

Monstro? Vítima? Florence matou a sangue frio o seu próprio pai, e todos os seus criados. Vingança? Estratégia? Afinal, o que o vampirismo acabou fazendo com a garota? Ele a transformou? Ou apenas revelou um outro lado?

Everyone is a moon, and has a dark side which he never shows to anybody