Capítulo 3

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O veterinário da fazenda Esplendor estava de férias e o substituto não havia chegado. Vendo a vaca quase parindo, resolveu conversar com Sara. Caminhou rapidamente até a casa e foi logo entrando:

— Dona Sara, bom dia. —cumprimentou o homem de idade retirando seu chapéu.

— Bom dia seu Matias. Estou atrasada? — perguntou Sara sem conseguir parar de comer, pois aquela manhã estava faminta.

— Não. Imagina! É que eu não vou poder acompanhar a senhora até o cartório na cidade. Estamos com uma vaca criando, e preciso buscar um veterinário na fazenda vizinha. — explicou.

— Você disse vaca criando? Eu quero ver, iremos depois então ao cartório. —empolgou-se.

— Se a senhora quiser já ir acompanhando, ela está no pasto, logo atrás das baias. . -— explicou.

— Pode ir buscar o veterinário que já chego lá para acompanhar tudo. — Sara estava empolgada.

Assim que terminou o café foi direto ao local indicado por Matias. No exato momento em que chegou a vaca deu sua cria. Vendo toda aquela água da placenta, Sara sentiu um enjoo muito forte, levou a mão a boca, e uma estranha vertigem a tomou de forma tão abrupta, que não viu mais nada além do chão.

Amparada pelos funcionários da fazenda que insistiam em levá-la ao hospital, ela decidiu ir para casa. Ainda muito tonta, pensou que poderia ser o asco da imagem da placenta que causou aquele mal estar. Tomou um banho e resolveu descansar, foi quando adormeceu e sonhou com sua mãe lhe entregando dois presentes. Acordou assustada e com lágrimas de saudades desceu para beber água, seu coração estava aos pulos Chegando à cozinha sentou na cadeira e pediu que Rosa lhe servisse, pois se sentiu tão fraca que precisou sentar-se.

— Rosa me serve um pouco de água? -— pediu sem forças.

— Sim. Você ainda não melhorou menina? — Rosa estava espantada com a palidez de Sara.

— Acordei tão bem. Passo mal do nada, vou dormir e sonho com minha mãe me dando dois presentes... ela sorria e depois ia desaparecendo. Acordei assustada. — Sara chorava.

— Não chore menina. Sua mãe está bem, ela sorriu pra você, percebe que ela veio te entregar algo? — Rosa era muito sensitiva como sua avó, que era descendente de escravos.

— Presente? — se intrigou.

— Não a conheço muito bem Sara, mas vou te fazer uma pergunta: Você tem, ou teve algum namorado ultimamente? Será que não está gravida?" — Perguntou por fim.

— GRÁVIDA?!! — Sara deu um pulo da cadeira.

— É uma possibilidade... — falou a cozinheira Rosa com a sabedoria de seus quase setenta anos vividos.

— Rosa, vou te pedir um favor, não me negue, eu te imploro! — Sara estava aflita.

— Diga. O que o que estiver ao meu alcance farei. — tranquilizou a velha senhora.

— Peça a algum funcionário da fazenda que a leve a farmácia. Discretamente me compre um teste de gravidez, por favor? — pediu envergonhada agora lembrando-se da noite da tempestade em que passou com o tal desconhecido... jamais voltou a vê-lo ou procurou saber quem era.

— Sim. Vou te acompanhar até seu quarto e já voltou com seu teste. — no fundo dona Rosa já sabia o resultado.

Passada uma hora, dona Rosa chegou com o teste.

— E aí? Comprou? — Sara aflita.

— Está aqui. Quer que eu espere você fazer? — Dona Rosa se prontificou.

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⏰ Última atualização: Apr 15, 2020 ⏰

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