CAPITULO I

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Sentia meu coração pular dentro do peito, como se tivesse vida própria.
Era hoje.
O tão esperado dia por todos, havia chegado.
Meu casamento.
E com ele, uma noiva completamente desesperada.
À meses atrás, pensar em meu casamento trazia-me euforia, me causava sorrisos bobos, gritinhos e pulinhos.
Com um noivo incrível, lindo e gostoso de morrer, eu me sentia sortuda, mas não só por suas qualidades físicas. Ricco era amável, carinhoso e protetor.
E beijava muito bem, diga-se de passagem...
E eu achei que esse amor seria o suficiente; mas não. Por que eu não estava pronta.
Não estava pronta para lagar um futuro sonhando pela minha adolescência toda; minha carreira.
Ser médica.
E por isso, eu sabia: não o amava como ele merecia.
Eu queria conhecer tanta coisa, fazer tantas coisas! Mas infeinfelizme, casando-me com ele, teria que ser a Sra. Alencar Farias, fazendo meu papel ao seu lado em jantares de negócios , bailes de caridades e escolher o cardápio da semana.
Apenas a senhora da casa, como ele havia imposto. E eu havia concordado de imediato! Afinal, ele era meu sonho desde que foi meu príncipe no meu aniversário de 15 anos.
Namoramos depois de três anos de amizade, então, quando fui pedida em casamento, senti-me trunfante! Afinal, era o que eu almejava.
Mas, logo depois que comecei a faculdade, um outro amor surgiu; a medicina.
Quando comentei sobre exercer minha profissão para Ricardo, ele foi irredutível. Não queria que eu trabalhasse de forma alguma. Segundo ele, não haveria necessidade, com a vida que ele me daria. E com o tempo, ele iria querer os filho... Filhos esses que ele não queria que demorassem.
Não era para mim.
Para completar, tinha as nossas famílias, que estavam muito contentes e satisfeitas com nossa união.

__ Está pronta, Fê?__ Meu pai, Fernando, quiz saber.
Não, pai. Nem um pouco. Pensei.

__ Claro, pai.__ menti, miseravelmente.

Que droga; eu não era boa com mentiras.
Ele estava ao meu lado em seu terno cinza ajustado e elegante.
Ele era lindo, alto, esquio, todo charmoso e sorridente com seus olhos e pele escuras.
Meu pai era negro e minha mãe, meio albina.
Eles eram muito atraídos até hoje.
Segurei em sua mão e a apertei, agradecida por sua dedicação em me fazer feliz. Eu o amava mais do quê ele poderia imaginar.
Ele era meu melhor amigo. E sinto que posso o decepcionar.

__ Sabe, filha, estou preste à encerrar um ciclo. Vou entregar minha joia mais preciosa para um bom homem. Estou feliz, realmente feliz. Faço muito gosto deste casamento, princesa. Mas espero que também esteja feliz.

Suspirei pesadamente.

__ Claro, pai. Ricardo é um homem incrível. Estou muito anciosa pra chegar logo na igreja e acabar com isso.

Fernando franziu as sobrancelhas, então, percebi que disse algo errado.

__ Filha, você tem 25 anos, é linda, amavel, inteligente e responsável. Nunca foi mentirosa.

__ Obrigada, pai.__ dei um sorriso amarelo, tentando mudar o rumo da converssa.

__ Você não está mentindo só para seu noivo ou para todos nós. Está mentindo para si mesma. Filha, é você que vai conviver com esse casamento. Não faça isso para agradar ninguém que não seja você. Quero muito que seja feliz com Alencar, mas você me parece indecisa. Notei isso na última semana.

Meu pai percebeu. Claro que perceberia, afinal, me conhecia melhor do que ninguém.

__ Pai, eu...

__ Você não quer desistir, não é, Fernanda?

Desviei de seu olhar grave.
O desespero aumentando em meu peito.
Me senti trémula, sem voz.

__ Responda. Por que se for isso, será desastroso, mas também não a quero infeliz.

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