CAPÍTULO III

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Assim que o avião aterrissou, suspirei, aliviada. Detestava a pressão que surjia em minha cabeça, sempre que o avião subia ou descia.
Enquanto pegava minha bagagem de mão, despedia-me da senhorinha que sentou ao meu lado. Dna. Emília, que à propósito era super gentil. Adorei ela.

Sorrio ao ver Maria Eduarda Brantes acenar para mim nos portões do aeroporto, enquanto seu namorado super alto estava ao seu lado segurando um cartaz, me desejando boas vindas e também, alguns balões chamativos.
Revirei os olhos, feliz.
Maria.
Eu a adorava. Foi muito difícil me separar dela, quando ela mudou pro interior do Rio. Fizemos faculdade juntas e nos apegamos muito rápido. Em parte, por que éramos filhas únicas. À partir dalí, nos tratávamos como irmãs.

__ Fê!__ Ela deu pulinhos, toda empolgada, rindo à toa.
E eu não ficava atrás__ como você tá linda!

__ Maria, nem acredito!__ larguei meu carrinho e a abracei__ linda está você!

__ Ai, amiga! Obrigada! Isso é amor e muito, muito sexo! Culpe Roger por isso!

Eu a larguei balançando a cabeça divertidamente, fingindo sensura-la com o olhar e comprimentei Roger com um abraço modesto. Só o conhecia por fotos, mas via que era mais bonito pessoalmente. Com seu corpo atlético__ pois era professor de judô__ , seu olhos castanhos, pele clara e sorriso sincero, faziam um par perfeito para a minha amiga encantadora.

Maria era uma mulata linda! Cheia de curvas. Uma incontestável mulher brasileira. Seu rosto tinha traços delicados e vestia suas __ sempre__ roupas curtas.

__ Estou percebendo!__ respondi__ é um prazer, Roger!

__ Prazer também.__ respondeu ele.

Olhei para Maria, na tentativa de provocá-la.

__ Que calor, em, menina!__ a verdade era que estava muito quente mesmo. Mas eu havia visitado o Rio algumas vezes e conhecia o clima do lugar__ Não tinha uma roupa menor não?

Ela riu, revirando os olhos.

__ Tem sorte que não vim de biquíni! Ia aproveitar e pegar uma praia!

__ Só nos seus sonhos!__ desdenhou Roger.

__ Não começa, que eu sei que você adora!__ riu toda provocativa, como era seu jeito habitual, virou - se para mim__ A verdade é que tenho que aproveitar quando venho pro Rio, para usar essas roupas! Pra onde agente vai é bem mais frio.

Eu assenti, concordando.
Nós íamos para Nova Friburgo, na região serrana do estado.

Levamos a bagagem para o estacionamente que ficava em frente ao Galeão e logo a guardamos no porta mala do carro.

A viagem foi tranquila. Era uma rota longa. Meu vôo chegou pouco mais de de 11:00, então, tivemos que parar no meio da viagem para almoçar. Comi pouco, sentindo meu estômago um pouco agitado.
Acabei cochilando.

Foi um alívio quando paramos em frente ao prédio em que Maria morava e que, agora, eu moraria também.

__ Bem vinda, Fê! Espero que seja feliz aqui!

__ Obrigada! Eu já estou me sentindo muito feliz!

O portão eletrónico abriu e tivemos que esperar as pessoas darem passagem para entrarmos com o carro.
Nossa, nunca imaginei que o centro de Friburgo fosse igual à um formigueiro. Sem contar que o predio ficava ao lado de várias lojas de varejos.
Por isso, aquele fluxo intenço era o habitual do lugar.
Não que São Paulo fosse um lugar pouco movimentando; na verdade, estava anos luz longe disso, mas quando me falaram desse lugar, imaginei ser bem mais pacato do que aparentava.
Era um lugar lindo, com muitas serras, todas elas enfeitadas com casas coloridas e a maioria delas muito luxuosas.
Muito recentemente, fiquei sabendo que muitos dos milionários do Brasil moravam nesse lugar.

O elevador estava vazio, o que foi mais fácil para subir com as bagagens__ que não eram poucas__ e entrarmos junto com o porteiro, seu Augustinho, que por sinal, era muito prestativo, nos ajudando, com um sorriso simpático no rosto.

Quando entramos no apartamento, a primeira coisa que eu fiz foi ficar agradecida por ter chego em segurança, sã e salva.

O lugar era encantador; a sala era grande era dividida por um balcão de marmore escuro que indicava que do outro lado era a cozinha.
Fui até lá e notei não só a cozinha, mas a casa inteira, era bem equipada.

Adorei meu quarto. Era lindo.
Fiquei emicionada com os detalhes da decoração. Havia carinho na forma como tudo fora organizado naquele lugar.
Paredes claras, em tons pasteis, a cama maravilhosa e a tela plana__ generosamente grande__ de tevê.
Até o tapete mostrava sinais que foi escolido à dedo por aquela maluquinha.
Tinha retratos nossos espalhados pelo quarto e alguns bichinhos de pelúcia, o que eu achei fofo!
__ Maria! Meu! Nossa, eu... Não sei nem o que falar! Tá tão perfeito! Tudo isso é pra mim? Eu pensei que estivesse meio apertada, amiga! Me diz que não gastou muito dinheiro com tudo isso!
A verdade, era que nossas famílias eram bem sucedidas, da alta sociedade, mas Maria havia brigado com a mãe à favor de Roger, pois a mãe não aceitava o fato de ele ser financeiramente abaixo dos padrões sonhados para a filha. Então, Minha amiga decidiu largar a mesada, os luxos e saiu de casa. O pai dela ficara muito desconte com a situação toda e pediu que pelo menos a filha trabalhasse na clinica dele. Seu salário não era grandes coisas para manter mais uma pessoa naquele apartamento legal, com aluguel caro e comendo as coisas que ela e eu gostavamos de comer, mas mesmo assim me quiz alí. E o pior; não aceitou que eu contribuísse com nada.
Mas depois eu daria um geito nisso.

Ela riu, tímida.

__ Não foi nada! Apenas um pedido para que se sinta acolida na sua nova vida!

O que dizer? Eu a abracei, comovida por seu gesto de carinho.

__ Amei tudo. Obrigada.

__ Não é nada, garota! Te adoro e quero que se sinta confortável. Agora vou deicha-la descansar. Se quiser comer alguma coisa, sinta-se à vontade! Ou se preferi, agente pode sair pra comer uma pizza aqui perto. Com bastante ketchup e maionese!__ e riu.

Fiz uma careta.

__ Agradeço muito por tudo. Me sinto super atraída à comer a pizza. Mas esquece a ketchup e a maionese! Eca!

Ela revirou os olhos!

__ Paulistas! Não sabem o que estão perdendo!

Desgrudamos e ela saiu, afim de me dá privacidade.

Depois que saí do banho, sentei-me na cama macia e fitei as malas volumosas.
Estava com muita vontade de arrumá-las, mas meu corpo se negou veementemente.
Ok... Por hoje, eu o escutaria, afinal, estava exausta.
Achei uma calça legue preta e uma camiseta branca confortáveis e me enfiei por de baixo das cobertas, super aproveitando o friuzinho do ar - condicionado.
Bocejei, esticando-me, adorando aquela dorzinha nas costas, derivando em um sono pesado.

Escolha CertaOnde histórias criam vida. Descubra agora