29- Msg que não deveria ter respondido

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Cheguei em casa com muita vontade de me jogar na cama e dormir o dia todo! Apesar de não ter feito quase nada que exigisse extremo gasto de energia, de qualquer forma eu sentia meu corpo pesado. Talvez fosse cansaço acumulado. Assim que coloquei o pé no portão do condomínio, seu Cláudio, o porteiro me cumprimentou.

— Olá Pedro, como foi a viagem?

Me perguntou o senhor moreno de bigode espesso, cujo sorriso era sua marca registrada sempre estampado no rosto e sempre de bom humor.

— Foi ótimo! Obrigado seu Cláudio. E o senhor? Aproveitou o descanso?

— Descanso merecido, convenhamos. Mas aproveitei sim! Levei a patroa pra passear.

— Hum... ganhou alguns pontos hein?

Inclino para dar tapinhas em seu ombro pois era mais baixo que eu.

— Não seja bobo menino... — Ele sorri envergonhado. — Chegou para você essas correspondências.

Mas o que era aquilo? Eu não havia ficado fora de casa nem uma semana! De onde havia brotado tanta carta?

— Obrigado.

Pego o bolo de papéis de suas mãos e agradeço. Sigo em direção ao elevador arrastando minha pequena mala para o meu apartamento que ficava no terceiro andar.

— Ah, Pedro, espere! Já ia me esquecendo! — O senhor de meia idade vinha a passos largos enquanto eu apertava o botão do elevador. — O seu Luís ligou ontem, disse que não conseguiu falar com você então pediu pra que eu desse o recado assim que te visse.

— Aconteceu algo?

Paro no mesmo instante e pergunto preocupado.

— Ah, isso não sei dizer... —Coçou a cabeça negando. — Mas ele pediu pra você passar lá quando puder.

— Tá certo seu Cláudio, muito obrigado!

— Não tem de quê meu jovem. Boa tarde.

— Boa tarde!

Entro em meu apartamento, colocando a mala ao lado da porta. Daquela lá eu cuidaria mais tarde. Não estava com pique nenhum pra desfazer tudo.
Ponho o celular para carregar e assim poder falar com meu pai.
Verifico alguns recados na secretária eletrônica, algumas propostas de trabalho e uma do hospital em que Sofia havia ficado internada, era a médica dela pedindo para levá-la para fazer alguns exames de rotina. Abro a janela que dá de frente para a quadra de esportes do condomínio. Estava chovendo, mas eu queria que entrasse um pouco de ar dentro de casa. Ligo o som numa estação de rádio qualquer enquanto arranco minha roupa afim de tomar um banho relaxante.

Fico pensando no que deve ter acontecido para Marina estar daquele jeito... Eu fiquei tão preocupado, mas achei melhor dar espaço à mãe e a filha. Eu ainda não tinha muita intimidade pra participar desses assuntos, mas algo me dizia que tinha a ver com Fernando.

Preparo um lanche e assisto um programa de competição culinária que passava na TV. Aguardo Beatriz me ligar, e como a ligação não chega e eu estou com sono... Resolvo tirar um cochilo. Me joguei no sofá mesmo e o sono veio sem cerimônia.  O tempo estava agradável e o som da chuva me fez adormecer rapidamente.

*****

Acordo com barulho da campainha estridente, olho no relógio do visor do meu celular e constato que dormi incríveis quarenta e cinco minutos! Na tela do aparelho havia algumas ligações perdidas do meu pai e então me lembrei que não liguei pra ele como havia pedido.

— Já estou indo !

Levanto apressado não me importando com fato de estar apenas de calça moletom e sem camisa. Meu cabelo estava desgrenhado e provavelmente meu rosto todo amassado por conta do sono pesado e da posição horrível em que eu estava no sofá. Escuto mais uma vez a campainha tocar incessantemente

BIA [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora