Vou lhe contar a minha história

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Às vezes me pergunto porque estou aqui. Saibam que tentei meu melhor. Não posso negar, sei que eles me culpam, o que eu fiz foi imperdoável. Não há um dia em que eu não pense no que fiz, por este motivo aceito minha realidade. Sinto falta dos bons tempos. Sinto falta deles, mesmo meus dias estando contados, eu queria poder vê-la uma última vez, me despedir de todos. Isso já não cabe mais a mim escolher, devo pagar pelos meus pecados e morrer como eu mesmo até o fim.

— Você tem visita.

Sempre direto como de costume, ele abriu minha cela e não manteve a língua dentro da boca. Apenas me criticava, não que eu me importasse, era só mais um babaca.

— Não planeje nada ouviu? Estou de olho em você 24 horas por dia. Preste bem atenção no que anda fazendo.

Ele finalmente calou a boca quando me viu sentar naquela maldita cadeira de metal e me deixou a sós. Não demorou muito, e quem quer que tenha vindo me visitar já estava à minha frente, sentado com aquele olhar novamente.

— Por que veio de novo? — indaguei friamente enquanto encarava o reflexo sobre a mesa.

— Você não devia estar aqui e sabe disso. Por que faz isso consigo mesmo?

— Como se você acreditasse mesmo nisso. Se foi isso que veio fazer aqui, então já acabamos.

— É isso que você acha que ela ia querer que você fizesse? — lancei um olhar colérico para ele — Você acha que ele estaria feliz te vendo fazer isso com a própria vida?! — como que por impulso tomei as golas de sua blusa em minhas mãos olhando bem dentro de seus olhos.

— Todos vocês me olharam daquele jeito quando tudo aconteceu, não me venha dar lição de moral! Eu sei bem o que vocês pensam de mim!

Pude sentir meus olhos quererem me trair em demonstrar minha fraqueza, mas não desmoronaria na frente do Onew hyung. Eu sabia que ele estava certo, mas eu também sabia que não era assim que ele verdadeiramente se sentia.

— NUNCA MAIS VOLTE AQUI, NADA VAI MUDAR, NÃO PERCA SEU TEMPO!

Fui cercado por dois policias que me agarraram e me arrastaram para fora à força.

— Não queremos te perder também! — apenas pude ouvir essa única frase.

Os policias usando desnecessariamente a força bruta, ao chegarmos no corredor, atingiram a boca de meu estômago com um cassetete. Me jogaram no chão daquela cela quase vazia e ali fiquei, no chão. Agradeci por estar em paz novamente, os esperei irem embora. Deixei enfim as lágrimas escorrerem. Era tudo minha culpa, nunca mais os veria novamente. Me rastejei, mesmo sem forças, até onde os raios de luz pudessem tocar minha face e me sentei de costas na parede. Era quente e aconchegante, mas nada reconfortaria meu coração agora. Debaixo do meu fino colchão, escondido estava meu diário. Lembranças, recados, felicidade. Chame como quiser. Retirei a caneta preta que marcava a última página que havia usado e passei a escrever. Talvez fosse a hora de deixar minha marca, eu apenas tinha três dias e nada mais me afetaria.

"Meu nome é Taemin, e eu vou contar minha história..."

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