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Steven:

Já é de manhã, eu estou me arrumando para ir dormir e de repente ouço o terrível som dos saltos finos de Rullieta andarem pelos corredores.

- Filhinhooo, vim te dar seu beijinho de boa noite...- ela diz batendo na porta. -não suporto nem a voz desta mulher-.

- Bateu na porta errada, seu filho está no quarto ao lado.-Falo e trato a arrumar alguns livros bagunçados em minha mesa.

- Okay, já que não quer que eu entre por bem...- O som cessou por alguns instantes, presumo que Rullieta voou para fora da casa e entrou em meu quarto por uma das janelas que devo ter esquecido aberta.

-Está vendo o que você me faz passar?! Eu poderia ter me queimado no sol ardente.- ela faz a cara de coitada mas real que seus anos de falsidade lhe possibilitaram de aprender 

- Que queimasse, não faria diferença mesmo.- Falo  ríspido virando-me de costas para ela e volto aos meus afazeres 

- Seus pais não lhe deram modos garoto.- Ela diz andando pelo quarto enquanto observa meus desenhos com certo desdém 

- Você diz como se os seus tivessem lhe dado.- ela para em frente a um desenho específico, o de minha mãe...

- Cale a boca, você me deve respeito garoto. Eu sou sua mãe agora.- Rullieta tenta pegar o desenho jogado na escrivaninha 

- Você nunca será minha mãe, ela era a mulher mais doce do mundo. Já você é uma cobra venenosa que só pode ter enfeitiçado meu pai.- digo tirando o desenho de sua frente antes que ela o pegue 

- Quanto a mim e o seu pai, cuido eu. Agora deixe-me sair dessa imundice..- Rullieta olha com nojo para meu quarto e sai rebolando sobre seus saltos até porta. -como se isso de algum modo a deixasse sensual.-

fico observando aquele desenho de minha mãe, pego um quadro com um desenho antigo nele e o retiiro colocando o desenho de minha mãe na moldura.

- Essa cobra nunca tomará seu lugar mãe...

Ao Som Do Piano Onde histórias criam vida. Descubra agora