VIII. Harry

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Quando finalmente chegamos no hospital, Louis foi liberado para entrar no consultório enquanto eu e minha mãe esperamos lá fora. Eu brinquei com a barra da minha camisa em tédio, sabendo que minha mãe ia me dar aquele sermão sobre não cabular aula. 

Bem, eu nunca mais tive uma conversa assim desde três anos atrás quando eu brinquei na chuva, então eu não sabia bem o que esperar dessa vez. Um sermão longo, perguntas, tratamento do silêncio, o que será?

Acabou que foram todos juntos. 

"Harry" minha mãe começou e eu me encolhi. "Por que você cabulou aula?" O tom dela era perigosamente baixo, e ela falou tão devagar que eu quis me esconder.

"Eu queria confortar o Louis." Eu disse sinceramente. Não tinha porque esconder, de qualquer maneira. Tinha que ser claro como o sol nas minhas razões. Ela era minha mãe, afinal; ela era um gênio. Ela provavelmente já sabe que eu tenho uma queda pelo Louis. 

"Certo. E o que te fez querer confortar o Louis tanto assim, já que você esqueceu de me mandar mensagem e correu da escola até a casa dele? Você sabe que eu não ficaria brava se tivesse me contado. Você me preocupou ao ponto de eu achar que o professor te assustou e eu quase demiti ele." minha mãe disse alto e claro. 

"Eu, uh, fiquei em pânico?" Eu sorri amarelo. Anne apenas segurou a cabeça nas mãos e suspirou fundo como uma velha. Era raro ver ela assim. Ela era mais feliz e livre que muitas mulheres da idade dela, mas um filho fugindo da escola pode assustá-la, então não a culpo. Se eu tinha que culpar alguém, culparia a mim mesmo. 

 Logo, Louis saiu da sala de consulta e ele parecia aliviado então eu estava feliz. Pelo menos algo estava certo na vida do pequeno, porque ele chorando mais cedo definitivamente não era nada certo. 

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Eu estava deitado na minha cama, fazendo nada mais que olhando pro teto quando minha irmã entrou no quarto e deitou no tapete. O tapete do meu quarto era bem confortável, uma vez eu peguei no sono deitado nele. Nós normalmente passamos dias assim, eu deitado na cama e ela no tapete. 

Eu perguntei se ela queria deitar ao meu lado na cama, mas ela disse que o tapete era melhor, então eu deixei pra lá. Essa era nossa rotina. 

"Mamãe disse que você fugiu da escola hoje mais cedo pra confortar um menino chamado Lewis." Gemma comentou enquanto mastigava seu lanche. 

"Eca, Gem, fecha a boca!" Eu disse "O nome dele se pronuncia Louis na verdade, mas sim, eu estava confortando ele."

Eu não sabia se era porque eu disse isso com os olhos brilhando, ou se Gemma sabe ler a mente dos outros, mas ela respondeu "Sim, eu sei. Você gosta dele né?"

Eu olhei pra ela em surpresa e ela olhou pra mim do mesmo jeito. "Eu não sabia de verdade. Eu só estava sugerindo." Gemma ergueu as mãos. "Mas é bom saber..."

Então, claro que ela começou a gritar "Harry tá apaixonado, Harry tá apaixonado!" E correu ao redor da casa. Perfeito. 

Eu enfiei minha cara no travesseiro. Com sorte, mamãe não ouviu ela gritando. Eu era abertamente gay em casa, mas eu não costumava gritar por ai que estava gostando de alguém.

Eu não gosto de ninguém desde cinco anos atrás, e eu gostava muito dele porque ele também era meu melhor amigo, mas ele acabou que era homofóbico. Ele ficou com raiva de mim quando eu disse que era gay. Mesmo que eu tentasse o tornar em um não-homofóbico, ele também era um valentão e eu não suportava esse tipo de gente, então eu tive que o expulsar da escola. 

Depois disso, eu nunca mais gostei de ninguém. Eu até me distanciei de todo mundo. Eu não tinha certeza, mas eu meio que esqueci como se socializa. Okay, talvez eu esteja exagerando, mas você sabe o que eu quis dizer, certo?

Ver seu melhor amigo de cinco anos, que era sua paixão, ficar com raiva de você porque gostava dele... isso meio que me quebrou, na verdade. Mas eu superei. 

Me perguntei se algo mais sério estava acontecendo entre eu e Louis. Claro, talvez não terminemos casados, mas poderíamos ser um casal, não é?

Hm, talvez eu devesse o chamar pra sair... mas e se ele dissesse não? Era bem óbvio que ele gostava de mim e... imaginava certas coisas comigo, mas e se ele me dispensasse? OU e se ele fosse como aquelas garotas e só me quisesse por status?

Eu suspirei. Não custa nada tentar.

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No outro dia, eu cheguei no Louis. Meu celular fez um ding e eu chequei pra ver se era update da one-shot do Louis. Claro, era sobre ele e eu. 

"Que bom ver você atualizando, Louis." Eu disse, colocando meu celular no bolso. "Como está sua mãe?" Eu perguntei, me sentando ao lado dele.

"Ela está bem." Louis disse bobamente, talvez surpreso de que eu tinha o livro dele na biblioteca, especialmente o que era sobre nós dois. 

Okay, se acalme Harry. Eu não sabia como fazer isso. Eu deveria ter preparado um discurso ou algo assim. 'Vários nada'

"Então, hm, Louis, eu estou bem interessado em você e você parece legal e tal, e bem... você é muito gentil, e eu sei que sua mãe acabou de sair de um acidente mas..."

"Sim, Harry?" Louis me perguntou, sorrindo. Era claro que ele estava segurando a risada. Por que eu estava tagarelando assim? Eu posso só cair num buraco e morrer? Mas então eu nunca mais veria o Louis então, esquece. 

"Onde eu quero chegar é... Você quer sair comigo?" Eu disse finalmente. Uma vez que eu percebi que disse, eu olhei pra Louis e vi ele também surpreso, então e o olhei com esperança.

A resposta dele me fez querer chorar.

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Desculpa a demoraaaaaaaa

Eu fiquei sem computador e blablabla... esse fim de semana eu vou viajar pro Rio então se eu sumir por muito tempo quero que levem flores e bandeiras coloridas ao meu caixão, obrigada <3 

Até a próxima, beijinhos. 

My Cinderella - l.s. (PORTUGUESE VERSION) Onde histórias criam vida. Descubra agora