"Como caíste do céu..."
Isaías 14:12Observei as cortinas do meu quarto esvoaçarem ao vento que soprava pela janela aberta, marcando o início do outono. A noite acenava para mim, e eu respondi ao seu chamado.
Levantei as cobertas, andei em direção à janela e flutuei rumo à escuridão da meia-noite. O vento se agitou atrás de mim enquanto eu flanava pelas ruas obscuras da cidade. Enquanto zigue-zagueava entre as casa de telhas tão familiares, onde meus vizinhos dormiam, me deleitei com o prazer absoluto do vôo e o segredo da minha jornada.
Estava tão absorto que não notei o alto campanário da igreja do século XVIII da minha cidade surgir inesperadamente diante de mim. A torre alongada e caiada de branco da igreja me impediu de continuar. Fazendo com que perdesse altitude por um instante e pairasse no ar diante da janela de vidro com manchas circulares da igreja. Embora a janela fosse opaca no escuro da noite, eu poderia jurar que ela me encarava como um padre no púlpito, me julgando. Como eu nunca a vira antes, em outros sonhos?
Sem aviso, o vento ganhou força e me açoitou o rosto. Era frio e úmido, trazia o perfume do mar. De repente, a igreja e a cidade, até mesmo as ruas, me pareceram minúsculas, e ansiei pela amplitude do oceano. Ergui e aprumei minhas costas, posicionando os membros de maneira aerodinâmica, para ganhar velocidade. Com uma curva acentuada à esquerda para desviar da igreja, fui em direção ao mar, revigorante e libertador.
A cidade desapareceu conforme acelerei ao longo do penhasco recortado e das praias rochosas da costa de Busan. O vaivém das ondas do oceano gigantesco se chocando com a costa sob mim começou a me atrair cada vez mais para o mar.
Notei um raio de luz brilhante batendo no promontório rochoso que me chamou a atenção. Apesar da noite sem luar, a luz surgiu, inexplicavelmente brilhante, e me tirou do encantamento hipnotizante que a maré exercia sobre mim. Desci até o promontório para investigar o significado daquela mudança inesperada em meu sonho. Conforme me aproximava do pico rochoso, vi que a luz na sua superfície não vinha de fogo nem de um farol, mas do cabelo dele, tão loiro que reluzia na penumbra da noite.
A figura encarava o mar, com as mãos nos bolsos da sua calça jeans. Sua aparência era jovial; tinha mais ou menos dezesseis anos, como eu. Voei um pouco mais para perto, mas não me aproximei muito. Queria vê-lo, mas não queria que ele me visse.
Apesar de seu rosto estar um pouco nítido por causa da escuridão, me senti fortemente ligada a ele. E atraída. Seus olhos eram castanhos, e sua pele, surpreendentemente pálida.
Ele mudou de posição e então pude ver melhor seus olhos. Porém quanto mais eu observava ele, mais ele mudava. Os olhos pareciam verdes como a grama, e não castanhos; o nariz tinha um aspecto um pouco mais alongado, e os lábios, mais carnudos. Ele já não aparentava ser tão jovem quanto eu, nem mais velho como meus pais; parecia não ter idade. Seus traços se tornaram mais bem feitos e angulosos, a pele cada vez mais pálida, quase como se sua pele humana estivesse se transformando em mármore, liso e frio. Parecia que um escultor esculpira uma criatura divina onde antes havia um ser humano.
Então ele se virou e me encarou, como se soubesse que eu estava lá o tempo todo. E deu um sorriso horripilante e astuto. Seu rosto perfeito já não lembrava a escultura de um anjo, mas a de um demônio, e então eu percebi que tinha olhado para o rosto do demônio em pessoa.
Abri a boca para soltar um grito de horror. E então caí.
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Fallen Angel ;; Kth&Jjk
FanfictionJeongguk nunca foi particularmente bom para conversar com rapazes ou com alguém que não fosse seu melhor amigo Park Jimin. Então conheceu Kim Taehyung. Taehyung é bonito, charmoso, doce e está totalmente afim de Jungkook. Mas Taehyung tem um segre...