No dia seguinte...
Finalmente o dia começou, 07:02hr, quarto dia de aula, uma quinta-feira tranqüila, céus com poucas nuvens, tempo agradável, uma brisa suave atravessava o local, tudo parecia normal aos olhos de Daisuke, mas normal ainda era considerado arriscado pelo garoto.
Ele avaliava cada indivíduo, cada passo, cada gesto e cada olhar. Sabia que um ataque num local tão cheio seria condenado pelos seus superiores e traria o caos também para este mundo, por isso ele precisava ser cuidadoso e não cometer erros, não tinha opção para errar.
Como General deveria respeitar as leis e não usar seus poderes ao máximo naquele mundo. Isso o fazia pensar que estaria vulnerável à ataques poderosos limitado por uma única lei.
Os alunos conversavam e enchiam o jardim de entrada do grande prédio onde estudavam, o time de vôlei masculino desfilava o novo uniforme para o grande campeonato no final do mês enquanto as meninas suspiravam apaixonadas.
Os músicos afinavam instrumentos e arriscavam pequenas notas, as meninas do balé faziam passos delicados e graciosos, os badboys se encostavam nas paredes de braços cruzados apenas observando o movimento.
As líderes de torcida se mostravam com o novo e curtíssimo uniforme, os garotos da equipe de lutas marciais usando seus uniformes treinavam mais afastados, as patricinhas sentadas num banquinho sorriam distraidamente mostrando as bolsas e os seus assessórios de patricinha, os nerds conversavam sobre uma revista de tecnologia avançada, e os novatos tentavam fazer novas amizades (óbivooOooOo).
Mas, tudo isso era observado de longe por Daisuke, este estava de pé em um dos galhos mais altos da árvore ao lado do jardim. Ele observava cada um dos alunos calculadamente.
Até que Karin, Maya e Katto chegaram, sua aparência e uniformes estavam impecáveis, o senhor Kido usara sua curiosa magia para curar todos os ferimentos das crianças, mas mesmo assim o clima estava tenso, apesar dos três passarem a noite discutindo sobre o que fazer, optaram por continuar mantendo a rotina “normal” como ir ao colégio e participar das atividades externas para evitar suspeitas e não atrair inimigos.
Ele muda sua posição sentando-se na árvore, seus cabelos negros cobriam seus olhos azuis, ele apóia um dos braços na perna direita encostando a mão no queixo, estudou cada possibilidade, e considerou incrível a iniciativa e coragem dos três em continuar agindo naturalmente.
Na visão de Daisuke, em primeiro lugar viria a princesa e sua segurança (segundo as informações de Samira ela havia aceitado seu destino e assumiria o trono assim que tudo estivesse sob controle e o traidor encontrado.
As informações de Samira eram:
1. Após a aula Katto acompanharia a Karin até o hospital para ter notícias dos pais dela (por ser uma princesa não andaria mais sozinha);
2. Maya tentaria entrar em contato com Reiko, afinal ele poderia correr tantos riscos quanto ela. Ou seja, ela voltaria para casa sozinha (o que foi decisão dela, pois ela ainda não aceitava a companhia de Samira) logo após todos se encontrariam com o velho Kido;
3. Senhor Hatori entregou os últimos mapas dos portais e Maya enviaria os que Reiko descobriu por e-mail;
4. Hatori iniciará um treinamento complexo para despertar os poderes de cada um deles.
5. A história de Kassandra Natsumaru está ligada à mãe da Maya, a antiga guardiã da Estrela Negra era sua irmã gêmea;
6. Maya afirmou não saber onde está o seu irmão, mas ela sonhou com ele correndo grave perigo dentro de um labirinto de areia na aula passada.
Essas informações o preocupavam principalmente por não saber onde estava Reiko até agora, sua presença seria vital para encontrar os inimigos e abrir um portal.
Afinal ele herdou os poderes dos seus pais e também um valioso diário com seus ensinamentos. Era nisso que ele apostava, mas seus pensamentos foram interrompidos quando Karin entra no jardim...
Os olhos precisos do jovem general encontraram a doce menina de olhos esmeralda e cachos dourados caindo delicadamente sobre os ombros.
Karin parecia ansiosa, mas mesmo assim radiante, segurava uma bolsa, que era rosa-bebê com um pingente dourado em forma de estrelinha no meio, nas mãos alguns livros e cadernos, uma pulseira dourada com centenas de estrelinhas no pulso e uma tiara do mesmo estilo. Ela usava uma maquiagem leve que realçavam seus olhos.
Seus brincos eram em forma de flor, um colar artesanal de fita rosa bebê com uma flor delicada e uma pequena rosa também de fita rosada sob um laço enfeitavam seu pescoço e magicamente seu esmalte era rosa claro dando a ela um ar romântico.
Seguindo a linda princesa encontrava-se Maya, a menina deixara os cabelos presos em um rabo-de-cavalo frouxo, seus cabelos demonstravam certas ondulações nas pontas, cachos quase perfeitos brincavam próximos ao ombro da garota e uma franja delicada jogada atrás da orelha esquerda completava seu penteado e a dava um ar mais simples e infantil.
Usava lápis de olho azul e um gloss cereja, tinha luvas na cor rosa que cobriam apenas alguns dos dedos com vários anéis coloridos (quaseeee no estilo Restart ok? =P) combinando com a meia-calça que chegava até metade das coxas na mesma cor e o tênis azul marinho com cadarços rosa-bebê, usava brincos em forma de beijo, e sua mochila, nova (já que a antiga foi arrasada com o ataque) era em forma de tênis gigante nas cores rosa, amarelo e verde-limão.
O garoto se perdia em cada detalhe da sua escandalosa e agressiva vizinha e colega de turma, mas algo lhe chamou mais atenção, ela estava muito séria, calada como jamais estivera antes, sua cabeça estava em outro lugar.
Daisuke desce da árvore e encontra o olhar questionador de seu colega Katto. Ele mantinha a mesma feição, cabelos rebeldes sobre o rosto e uma mochila quadriculada na cor vinho escuro, na mesma cor do seu tênis, ele usava o casaco da farda aberto deixando a mostra a camisa e a gravata bem feita (com certeza obra da Karin). Parecia calmo, porém, decidido.
-Precisamos conversar Yakihiko!!!
Disse Katto discretamente e Daisuke apenas acenou com a cabeça e seguiu o colega.
Enquanto isso Karin vai falar com as meninas do grupo de balé, ela participava das aulas, mas especialmente hoje não poderia ir.
Maya ficou sozinha, sem se preocupar muito ela entrou na sala e colocou a mochila sobre a mesa, pegou o celular e começou a mexer nele concentrada, a sala de aula e os corredores estavam vazios até que um som estranho e alto surgiu ao fim do corredor, que acabou por tirar a menina do seu transe.
-Que foi isso????
Ela levanta deixando as coisas na carteira e sozinha chega até a porta observando o corredor vazio.
-Como não tem ninguém aqui????
Ela dá mais um passo até que...
O lugar inteiro se transforma, ela estava num deserto, ventava muito e o sol era absurdamente quente, ela segue desesperada pelas dunas até que encontra ruínas, parecia uma miragem então ela segue até lá. Mas, ao chegar à entrada da ruína ela pisa em algo, ela levanta cuidadosamente o pé direito e se assusta com o que vê.
-REIKOOOOOOOOOOO!!!!!!
A menina grita desesperada ao pegar o objeto caído na areia, era o colar que seu pai fez para os dois. Ela possuía um igual e os dois prometeram jamais se afastarem dele.
Lágrimas já tomavam os olhos de Maya, e ela entrava nas ruínas em buscas de novas pistas, revirava tudo, até parar diante de uma estátua antiga, de um anjo de feição triste, mas começou a ventania novamente e a areia a cobriu por completo, Maya apenas teve tempo para cobrir o rosto e quando o abriu estava sozinha no corredor no topo de uma das maiores escadarias do colégio. Sua respiração estava ofegante e o mais impressionante.
-O cordão do Rei-chan...
Estava nas mãos dela.
...
