Eu a vi sair daquela igreja, confusa e com a adrenalina à flor da pele mas o que mais me custou foi ver o alívio e a alegria na cara dela.
Do que eu estava à espera?
É claro que ela estava feliz. Ela ia de encontro à sua verdadeira felicidade e doía o meu coração saber que eu não era a felicidade dela.
Bem lá no fundo eu sempre soube mas sempre tive a esperança de que isso iria mudar. E quando ela me disse que me amava eu tirei um peso das costas que nem sabia que carregava. O que eu não pensei foi que, apesar de ela me ter dito que me amava não significava que não o amasse da mesma forma.
Ou mais.
Ali estávamos nós naquele altar, rodeados de amigos, familiares e o mundo inteiro a assistir, ela a recitar as palavras que eu tanto queria ouvir, o sorriso na cara dela e eu só tinha de fazer a mesma coisa, dizer as mesmas palavras e tudo estaria feito. Para sempre. Mas algo dentro de mim me chamou à razão e me fez ver que eu não podia fazer isso. Embora eu tenha a certeza de que ela era o amor da minha vida eu sabia que eu não era o dela mesmo que ela mesma o negue.
Depois de eu ver os últimos vestígios da enorme cauda branca do vestido dela desaparecerem da igreja eu entrei em um estado de choque. Eu estava ali, mas na verdade não estava. Eu ouvia o pânico a se instalar, o barulho a começar, as pessoas a se aproximarem de mim mas eu não quis saber.
Eu não sentia absolutamente nada.
- Philip, o que foi isso? Porque fizeste isso? – Max perguntou saindo do seu lugar do altar.
Olhei para ele sem resposta.
Yazid interveniu e gentilmente puxou Max para trás olhando para mim com olhos tristes mas compreensivos.
- Ele fez o que tinha de ser feito. – respondeu a Max. – Queres ir embora?
Ele me perguntou colocando o seu braço à volta do meu ombro dando-me o apoio que precisava para eu não cair desamparado ali mesmo.
Eu não tinha chão porque ela foi-se embora.
Eu deixei-a ir.
Para sempre.
Yazid me conduziu até á porta traseira do edifício, pedindo licença a todos que apareciam no caminho, incluindo jornalistas e fotógrafos implorando por uma declaração ou foto, sendo salvos apenas pelos seguranças dA família Real.
- Pra onde queres ir? – Yazid perguntou assim que entramos no carro. – Casa?
Disse que não com a cabeça porque ainda não conseguia formular uma palavra sequer.
- Certo. – ele continuou – Para o meu apartamento por favor Martin. Vou só ligar à Isabella par a dizer que estás bem e que estás comigo ok?
Bem? Eu estou bem?
Acenei que sim.
Yaz tirou o telemóvel e com toda a calma digitou o numero da noiva dele.
- Yazid onde é que estás?! – pude ouvir Isabella a perguntar – Estás bem? Philip está contigo? Aqui está uma confusão.
- Sim, ele está comigo. Não te preocupes Bells estamos bem. Vamos para casa ok? Liga-me se precisares de algo. – ele despede-se e volta a sua atenção de novo para mim depois de guardar o telefone.
- Vai passar amiguinho. – deu-me um aperto nos ombro. – Vais ver que sim.
Mas quando? – perguntei mentalmente. – Quando vai passar.
YOU ARE READING
DESTINO REAL (como ser uma princesa Livro 3)
Teen FictionAlex chocou o mundo quando quebrou uma regra com séculos de existência e agora ela parte numa jornada para provar que a decisão que tomou foi a que devia ser aplicada a todos. Mas a viagem é longa e nem todos aqueles que ela encontrará pelo caminho...