Capítulo 2

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Elena

Adela veio até mim, seu olhar estava atordoado. Imediatamente me preocupei, pensei ter algo haver com Dylan.

— Elena… — disse ela, com seu olhar perplexo.

— Adela, o que foi? Fala! — pedi.

— Quara e Druella… Elas estão matando crianças no mundo humano, eu não sei o motivo, mas o cartaz com o retrato delas está colado em todas as árvores do mundo humano, achei que você devia saber. — contou ela.

Quara e Druella.

Surpreende-me que essas duas estejam vivas, ou pior, matando crianças.

É minha obrigação detê-las. Apesar de eu não morar mais no mundo humano, elas estão ameaçando pessoas que amo. Vai saber se uma das crianças sequestradas não é filha de minhas amigas.

Eu preciso ir.

— Você cuida do Eliot enquanto eu estiver fora? — pedi.

— Elena, é muito perigoso ir sozinha, tem certeza? — perguntou ela.

— Elas não tem poderes. — afirmei.

Da outra vez, exitei em matá-las. Isso não se repetirá.

Quando elas foram expulsas, acreditei que não seriam problema mais.

Se eu soubesse que elas fariam isso, não estariam respirando agora. Mas isso não vai durar muito tempo.

Deixei Eliot seguro com Adela, e logo parti em direção ao portal.

Faziam cinco anos que eu não pisava os pés no mundo humano.

Tomei coragem, e pisei com o pé direito para fora do portal. Pisei com o outro, e me vi novamente no mundo humano.

Poluição, caos, barulho.

Tudo que eu odeio.

Saí caminhando, e Adela realmente estava certa, cartazes com o rosto delas duas estão estampados em todo lugar, pela decoração nas árvores pude notar também que é época de Natal, era minha festa preferida. Em Northmoss não temos isso, infelizmente. Mas quem sabe eu não possa trazer essa cultura maravilhosa para lá?

Segui andando, e eu não sabia para onde ir. Me senti perdida.

Decidi ir até a casa de meus pais, obviamente eu não iria entrar, já que para eles eu sou uma completa desconhecida.

Ao chegar na varanda, notei que haviam piscas-piscas enfeitando toda a casa, como eles sempre faziam. Através da janela, fui capaz de vê-los, com uma criança ao lado. Talvez tenham adotado-a. E eu fico feliz por isso, pela felicidade deles.

Me virei, e estava indo embora. Até que notei que na casa em frente, havia uma moça sentada sob a varanda chorando muito, segurando uma fotografia, que aparentava ser uma criança.

Me aproximei, com cautela para que ela não se assustasse. Me abaixei.

— Oi, é sua filha na foto? — perguntei. — Ela é muito linda.

A moça olhou para mim.

— Sim. Minha filha foi sequestrada faz 2 dias, a minha vida acabou. — Seus olhos estavam vermelhos de tanto chorar, o sofrimento era visível.

— Pode me dizer como isso aconteceu? Eu vi o retrato das sequestradoras, e acho que conheço-as. — afirmei.

— Eu estava num parque com minha filha, e haviam duas mulheres vendendo girassóis azuis. Ela deve ter pintado-os, sei lá. Todas as crianças ficam fascinadas, e a minha filha correu para a barraca enquanto eu estava comprando ingressos para a montanha russa, onde as moças estavam, e a mais jovem delas simplesmente pegou na mão de minha filha e saiu andando. A mais velha continuou lá. Eu não vi nada disso, foi uma testemunha que contou. — contou ela.

Os girassóis azuis.

Provavelmente elas tinham sementes guardadas.

Mas isso não explica, por que elas fariam isso por nada? A maldade delas normalmente é por vingança, mas se arriscar a tal ponto sem poder se defender é burrice.

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