Capítulo 7 - Bônus²

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Betado por @smjkbien. Muito obrigada.

- O que está acontecendo, Tom? – Perguntou Nagine arrastando-se até o escritório – Você está inquieto desde que voltou...e eu não te vejo perturbado assim desde à escola.
Tom estava sentado em sua escrivaninha, os cotovelos sobre a mesa apoiando a cabeça, ele olhava fixamente para um livro de selamentos que Narcisa conseguiu para si, mas a verdade é que não conseguia se concentrar em uma frase sequer.
- Harry vai competir no Torneio Tribruxo. – Disse o homem a guisa de explicação.
- Você já sabia que essa era uma possibilidade. Que tentariam empurrá-lo para à batalha. – A serpente agora estava sobre seus ombros, tentando passar algum conforto.
- E foi por isso que pressionei Lucius a convencer os bruxos do Wizengamot a proibir a participação de bruxos menores de idade. Mesmo assim deram um jeito de burlar às regras e inscreve-lo.
- Você não acha que pode ter sido o menino? Ele é corajoso o bastante para isso. – Disse a serpente, mas Tom balançou a cabeça em negação.
- Ele é corajoso, mas não é estúpido. Tudo o que ele não quer é a atenção que esse torneio vai lhe dar. Os olhos do mundo bruxo vão estar sobre ele e é tudo que ele não precisa.
- Você não pode tirar ele disso? Talvez o Wizengamot possa ser induzido a objetar.
- É inútil. O cálice é um objeto contratual mágico, quebrar suas regras pode significar à perda da magia. – O homem socou a mesa com irritação, forte o suficiente para ferir a própria mão – Não importa o que eu faça...Dumbledore sempre será uma ameaça ao garoto.
- Por que você se importa tanto?! – Perguntou Nagine, sua voz sibilada demonstrava confusão – Não me entenda errado, eu gosto do garoto, e você se torna menos impulsivo quando ele está por perto...mas ficar tão preocupado com sua segurança? É irracional. Ele é forte o suficiente para cuidar de si mesmo.
- Mas não sábio o suficiente. – Objetou o homem – Aquele pirralho não mede esforços para proteger alguém, não leva em consideração o senso de autopreservação. Acho que nem mesmo tem um. Ele me irrita.
- Ele ficará bem Tom. Ele não está sozinho. Tem a menina trouxa, o professor e o garoto Malfoy.
Pensar em Draco fez o moreno bufar. Como se o garoto Malfoy pudesse proteger Harry de qualquer coisa, o menino não era mais poderoso ou inteligente que a média, e era fútil e infantil, alguém que nunca conheceu o lado duro da vida. Era um príncipe e principalmente estava abandonando Harry em um momento que o rapaz precisava de apoio, não que isso desagrada-se a Tom, na verdade ele estava até mesmo satisfeito, Harry merecia alguém mais poderoso do que um mero adolescente mimado, alguém que pudesse defende-lo e não precisar de proteção. Blaise Zabini seria uma alternativa melhor, mas pensar em Harry com Blaise também lhe desagradava.
Lembrou-se do momento em que se aproximou do rapaz mais cedo, nunca tinha estado tão próximo, é claro, eles já tinham aparatado juntos, mas havia algo de mais intenso em estar tão próximo e ainda assim não se tocarem. Ele podia ver o sangue correndo sob a pele de suas bochechas, deixando-as com um tom avermelhado tão incomum, ele podia ver o menino tremer levemente e dar alguns passos para trás como se temesse algo, mas não era medo que ele viu naqueles olhos.
Os olhos. Os olhos de Harry Potter eram por si só hipnotizantes, aquele verde intenso e brilhante, a cor exata de um feitiço da morte, às vezes Tom se pegava pensando se alguém poderia realmente morrer ao passar tempo demais olhando aqueles olhos. Ele arriscaria, havia algo sobre eles, um mistério que pedia para ser desvendado, uma força e uma vulnerabilidade que se mesclavam de uma forma que ele nunca viu em outro lugar, mesmo em todos aqueles anos de vida. Talvez fosse uma coisa boa que o menino usasse aqueles óculos horrendos, afinal, o que aconteceria se mais alguém percebesse aquele olhar?
- Tom? Você está me ouvindo? – A voz de Nagine o despertou de seus devaneios, a serpente parecia irritada, como se estivesse chamando seu mestre por um longo tempo.
- Não estava. – Afirmou Tom – Me desculpe. O que dizia?
- Perguntei se fez algum progresso com às crianças?
- Não tanto quanto eu gostaria. – Bufou o homem, feliz por poder se concentrar em outra coisa, ele passava tempo demais pensando em Harry nos últimos dias – Narcisa trouxe livros sobre selamentos, eu ainda não analisei todos, mas todos os rituais parecem perigosos e excruciantes.
- Mas deve ser melhor do que outra alternativa.
- Imagino que sim. A propriedade de Black já está pronta para recebê-las, houve um contratempo na noite em que tentei recrutar Lupin, o que só atrasou os planos originais, eu preciso de um mentor para as crianças, alguém que lhes dê atenção integral, e com Harry no torneio eu definitivamente não poderei gastar meu tempo com isso.
- Você não contou ao menino sobre às crianças contou?
- Harry não conseguiria simplesmente continuar a agir como se nada estivesse errado se ele soubesse. Ele já tem muito o que pensar por agora.
- Qual seu próximo passo então?
- Descobrir como ajudar o menino a sobreviver à primeira prova.

Harry Potter e o Mentor das TrevasOnde histórias criam vida. Descubra agora