O inferno ( No caminho da dor)

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         Me sento,com misto de medo e surpresa, parece que é algo de outro mundo. E ele, estava olhando para o trânsito, no seu reflexo percebi que seu olhar estava melancólico. E  se vira e caminha em direção a sua mesa. Seus passos ecoam sobre a sala, que cada vez se aproximava começava a ficar frio.
       Ele com sua calma e serenidade, se senta e começa falar.

- Você sabe que está atrasada? Mas não é sobre  isso que eu vou falar. Eu estava analisando, sobre a sua promoção. Vi que você não está preparada para ser Jornalista chefe.
      Ele suspira, e volta a me olhar com seu seblante sério e frio. Antes dele terminar de falar o motivo, eu o interrompo:

- Por.. por quê? Gaguejo
- Faço tudo por essa empresa. Desde o primeiro dia. Faço as maiores matérias. Ganhamos o prêmio Jornal do ano, porque eu gravei aquela reportagem sobre o Terrorismo e sobre máfia X (continuo).
      Mas com uma mão ele faz calar a minha boca. Se levanta com calma. Se vira e  volta admirar o trânsito e no seu reflexo, pude perceber  seu olhar clínico que  pondera em mistério. E continua.
- Quero você fazendo outra coisa. Uma coisa mais importante.

Com toda calma do mundo, ele começa andar por toda a sala até que aos poucos se  aproxima de mim.
- Você não está qualificada. Para essa tarefa.
E ele se aproxima bem perto do meu ouvido, pude perceber seu cheiro de menta e madeira. Junto com os seus batimentos. Sua fala, ora, ora, com toda serenidade e doçura.
- Quero que você...
     Antes de terminar , eu me levanto saio apressada, começo a chorar a tremer de raiva. Entro no banheiro  e começo a me olhar no espelho: Lágrimas e choro inconsolável
- Como fui burra
- Nunca crie expectativas
Falo coisas impronunciáveis.
   Desço apressada e todos dá empresa me olham quando desço correndo.
Quando vejo esqueci a minha pulseira que ganhei do meu pai. Desço no elevador e Julia me observar e pede para esperar e saio.

    Pego um táxi , o motorista um homem de seus 65 anos, sua blusa e calças totalmente de cores diferentes me perguntar  aonde eu vou. E lhe respondo com todo choro do mundo não sei. Ligo para meu amigo Thiago, quem é ele? Ele foi sempre meu amigo desde criança, a sua mãe Dona Amanda, foi amiga da minha mãe e passou essa amizade . Ele sempre foi meu porto seguro desde novinha. Quando me defendia. Dos meus colegas que praticava qualquer tipo de bullying.
- Alô, Thiago?
-  Sou eu
- Thiago aqui é Lívia quero sua ajuda.
- Aonde você está?
       Peço para o motorista  para parar numa sorveteria. Que eu vinha com o  meu país quando eu era criança.
A sorveteria, era pequena,mas bem aconchegante no lado de fora um jardim cheio de flores e no lado de dentro, algo familiar e quente.
- Estou na sorveteria de sempre.
Thiago, responde com preocupação
- Tudo bem, ok. Me espera
Eu entro e me sento numa mesa 2, gostava especificamente  devido aos inúmeros desenhos feitos por mim.
      Aparece uma mulher Dona Carmélia uma mulher de 60 anos que nunca mudou suas feições de bondosa. Com a sua saia florida e blusa amarela e seu cabelo preso.  Me pergunta:
- Oi, meus caixinhos dourados o que deseja ( Nunca mudou o seu apelido carinhoso. Porque quando era criança meus  cabelos era iguais dá caixinhos dourados) O que aconteceu?
-  Nada foi um cisco que caiu.
- Tem certeza? Quer lavar o seu rosto?
- Não precisa. O de sempre. Por favor
Ela sai com toda calma.

                (Flashback)
- Papai, Papai quero um sorvete. Por favor. Hoje eu fui uma menina boa ganhei um 10 em ciências e português, eu mereço.
- Tá minha filha, Só hoje meu bebê
   Ele acariciar o cabelo cacheado dá menina que parecia um anjo olhos azuis e cabelos cacheados como algodão doce e sua pele branca com a neve, seu vestido azul de nuvens, dava uma sensação de que Deus havido deixado um anjo cair no céu. Parecia seu pai só que com uma diferença, ele um pouco mais velho. Até o olhar de ambos inocência
Uma mulher aparece e pergunta:
- Diga  minhas caixinhos dourados?
Os dois em uníssono responde
- Chocolate com menta
Parecia tão felizes.

     Volto para meu futuro quando, Thiago aparece com sua Blusa azul de mangas e suas calças brancas parecia que sempre andava combinado. E seus cabelos desgrenhados. Qualquer um cairia aos pés da sua beleza.
Ele se senta como sempre, sua forma seus traços de uma certa forma me acalmar. Ele fazia tudo por mim. Meu irmão.
- O que houve? (Preocupado de uma certa forma e calma ao mesmo tempo urgente)
- Meu novo chefe...
Me lembro seu olhar marcante e enigmático. Na mesma hora vejo um carro passando, com as janelas abertas e pude perceber que era ele. E com o simples momento, ele sabia que estava ali. Embora a janela, estava ali.
Olho para Thiago com pesar e falo:
- Tenho um compromisso agora. Depois eu te conto. Me desculpa, eu ter te ligado ( Com raiva, parece que parou na garganta toda fala)
- Mas...
Antes dele terminar eu me levanto, e pego a minha bolsa.
Não estou com cabeça. E deixo sem reação. Ele sempre me entende,saio com lágrimas nos olhos.
  
                ( Flashback)
- Papai, eu queria  saber de uma coisa?
- O que é minha filha?
- Por que o céu é azul?
- Não sei minha filha
- Existem vidas em outros planetas?
- Não foi comprovado até agora
- Papai... Por quê?
- Minha filha eu acho que você deveria ser jornalista.
-  O que é ser jornalista? Por quê?
Com toda paciência do mundo ele explicava
- Porque você gosta de fazer muitas perguntas.
Ele amava aquela menina. Mas seus olhos parecer que presentia os futuros acontecimentos.

Chego em casa, minha mãe me olha aflita:
- O que aconteceu? Eu te liguei um monte de vezes. Quase eu liguei para a polícia.
Minha mãe  tem  um jeito dramático de se preocupar. Deve ser pelo fato do meu pai ter morrido de forma violenta.
- Mãe, eu te amo. Mas me deixa um pouco em paz. Por favor
Subo as escadas e entro no meu quarto
Pego um livro O assassinado do expresso do oriente ,mas a minha cabeça não pára de pensar no  seu olhar de predador, não entendo como ele me mexeu tanto em menos de um dia.  Ouço, o tic tac do relógio e adormeço em meio a minha bagunça. Minha alma...

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⏰ Última atualização: Aug 08, 2018 ⏰

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