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Camila’s Pov

Depois do abraço em grupo, terminamos de mostrar a casa a Bea e eu não pude deixar de perceber o quanto ela era tímida. Lolo disse que poderia ser por causa do modo como ela parou naquele orfanato. Dias antes a chegada de Beatrice a nossa casa, eu e Laur resolvemos visita-la novamente e acabamos perguntando como era foi parar lá.

~Flashback on~

Estávamos sentadas nós três na cama da Bea conversando sobre diversas coisas, até que eu acidentalmente toquei no assunto um pouco delicado para minha pequena.

— Então pequena, como você veio parar aqui? — Eu falei meio que por impulso, juro.

—Camz! — Repreendeu Lauren.

—Não, tudo bem. Uma hora ou outra eu teria que contar pra vocês não é? — Bea falou dando um sorriso amarelo. Ela suspirou demoradamente antes de voltar a falar— Bom, eu não fui abandonada ou coisa parecida. Eu parei aqui de um jeito horrível, eu não me lembro de muita coisa, até porque eu só tinha 5 anos. Mas eu me lembro que era 26 de fevereiro e estava chovendo bastante, meus pais disseram que iriam no centro para comprar alguns materiais que faltavam para terminar o meu tão sonhado quarto. Eles me deixaram com uma vizinha— sua voz estava embargada por conta do choro que ela estava tentando conter e Lauren pegou em sua mão e começou a fazer carinho como sinal que estaria tudo bem.

—Princesa, você não precisa continuar. Vamos mudar de assunto, não quero te ver assim— Falei tentando fazer com que ela desistisse de contar. Mas ela se negou a fazer, soluçou mais uma vez e Laur a abraçou.

—Loirinha, estou aqui com você, se não se sente confortável para falar sobre isso nós não nos importamos. — Afagou as costas da menina de cabelos curtos e loiros.

—Não, eu quero continuar. Eu preciso. — Disse séria. — Voltando, eu estava na casa da vizinha e já fazia mais ou menos umas 2 horas que eles não voltavam. Claro que eu estranhei, porque a loja não era muito longe de casa. — Respirou fundo antes de continuar— Até que o telefone da minha vizinha toca e ela vai atender, olho para ela e vejo que ela está tensa e seus olhos se encheram de lágrimas. Veio em minha direção se ajoelhou em minha frente e eu já sabia o que havia acontecido. — Ela tentava limpar as lágrimas que teimavam em descer pelo seu rosto— Depois do enterro dos meus pais, uma assistente social apareceu na casa da vizinha que se prontificou em ficar comigo até algum parente meu aparecer. Só que ninguém apareceu e foi então que eu parei aqui. — Ela me olhou nos olhos e eu pude sentir toda a sua dor.

Chegue mais perto dela e a puxei para meu colo. Ela escondeu o rosto em meu pescoço e eu a abracei, a abracei com todo o amor e carinho que eu podia demonstrar. Lauren entrou no abraço e ficamos nós três ali, abraçadas e em silêncio.

~FlashBack Of~

—Gente vamos tirar uma foto? — Lauren pede com um beicinho enorme. Eu não me aguente e mordi— Ai! Camz, doeu sua boba. — Cruzou os braços embaixo dos seios.

—Nossa, nem parece que tem 25 anos e tem uma filha de 15. — Dinah falou, arrancando risadas de todas. Menos a de Lauren

— Vamos tirar a foto ou não? — Falou ainda emburrada. — Quero mostrar as Harmonizers minha filhota linda— Disse toda animada.

—Tudo bem para você, Bea? — Perguntei ao notar que a menor ficou um pouco desconfortável.

—Eu tenho medo ­das outras harmonizers não gostarem de mim. — Confessou de cabeça baixa.

—Ei mascote, não pense nisso. Você acaba de virar minha sobrinha número 1.­—Dinah a segurou pelos ombros e continuou— E outra, elas vão gostar de você e que se foda os haters!­— A abraçou.

—Dinah não xingue perto de minha sobrinha, você pode influencia-la— Ally repreendeu a Dinah, que se encolheu enquanto corria para os braços de Normani. — Amorzinho, você é linda, não deixe que os outros a coloque para baixo. —Falou enquanto abraça minha loirinha.

—Bea, eu sei que parece um pouco cedo, mas eu preciso dizer, está me sufocando já— Lauren disse um pouco hesitante— Você é minha filha e eu te amo e sua mãe também. Não mesmo Camz? — Perguntou olhando pra mim.

—Claro que sim. — Depositei um beijo no topo de sua cabeça. — Eu te amo princesinha! — Reforcei.

Bea nos olhava com um brilho nos olhos. E naquele momento eu prometi a mim mesma que eu faria de tudo para que esse brilho nunca se apagasse. Peguei meu celular que estava no meu bolso, pedi que Rosa, nossa empregada, tirasse a foto para gente. Eu abracei bea, enquanto a mesma abraçava Normani, fechei meus olhos e Rosa tirou a foto.

Fui no instagram e postei a foto com a seguinte legenda “Minha família. Te amo, mascote. ” Assim que eu dei meu celular para a Bea ver a foto, ela se jogou em meus braços.

—Vocês são as melhores. Eu nunca imaginei que um dia eu seria feliz novamente. Eu tenho uma família novamente, a melhor que eu poderia ter— Falou emocionada.

Após tirarmos a foto, nós e as meninas resolvemos assistir um filme. Deixamos a Bea escolher. No meio do filme, minha mascote já dormia profundamente. Ela estava muito cansada, Dinah brincou bastante com ela. Assim que o filme acabou, as meninas se despediram e cada uma foi para sua casa.

—Acho que ela estava cansada, dormiu na metade do filme. — Falei para Lauren enquanto carregava a Bea no colo em direção ao seu quarto.

—Amor, espera. — Lauren falou baixinho, mas eu pude sentir desespero em sua voz.

— O que aconteceu Lolo? — Imitei seu tom de voz.

Lauren foi se aproximando rapidamente olhando para Beatrice com uma cara de choro e a mão na boca. Eu já estrava pronta para perguntar o motivo de tanta preocupação quando eu olho para o lugar onde Lolo estava olhando e vejo o pulso de minha princesa todo marcado com cortes profundos. Eu não aguentei e comecei a chorar, corri em direção ao quarto de Beatrice e a deitei na cama.

Arrastei um banquinho que tinha próximo a sua cama e sentei. Observei Lauren que estava ajoelhada no chão chorando silenciosamente, eu me senti inútil naquele momento. Laur se levantou, enxugou as lágrimas e veio me abraçar. Ela sabia o quanto eu tinha ficado abalada e o quanto eu era vulnerável nessa questão. Ali nos braços de minha esposa, eu me permiti chorar desesperadamente.

— Vem amor, vamos deixa-la dormi. — A voz rouca por conta do choro de Lauren invadiu os meus ouvidos. Eu apenas assenti e ela levantou e me guiou até o quarto.

—Ela não pode fazer isso, Lolo. —Falei tentando não soluçar. — Ela já sofreu demais nessa vida, precisamos fazer alguma coisa para ajudá-la.

— E nós vamos fazer amor, nós vamos. — Lauren me assegurou.

Tomei banho e esperei Lo tomar o dela, quando ela voltou nos deitamos. Lauren me abraçou depositou um selinho em meus lábios e eu apeguei em seus braços.

Uma Cabello-JaureguiOnde histórias criam vida. Descubra agora