CAPÍTULO CINCO

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SERÁ RETIRADO DIA 01/12/2018 E FICARÁ DISPONÍVEL NA AMAZON

Quando chego à casa dos meus pais já está escurecendo, subo as escadas correndo e deposito as sacolas de roupas em um canto do quarto. Caio de costas na cama e começo a pensar nesse dia esquisito e na enorme coincidência de encontrar a mesma pessoa em um único dia em lugares totalmente diferentes.

Apesar de que a minha vida é mesmo cheia de coincidências. Imediatamente, penso no Josh, um rapaz que conheci em Nova Iorque. Nós saímos por algum tempo, mas não deu certo porque ele começou a querer exigir e cobrar coisas, e se tem uma coisa que me deixa irritada é cobrança. Principalmente de quem não tem o direito de me cobrar nada. Nós também nos encontramos ao acaso em uma livraria e depois no restaurante, posteriormente saímos algumas vezes. Nada muito relevante. Para falar a verdade, nunca tive nenhum relacionamento duradouro e muito menos relevante. Apenas alguns pequenos casinhos, algumas transas casuais e nada mais.

Ouço uma batidinha de leve na porta e respondo resmungando com a voz arrastada. Já me preparando para possíveis ataques.

— Pode entrar.

— Você não está pelada não, né? Ficaria traumatizado por toda a minha vida se visse uma cena dessas — Gabriel coloca a cabeça pela porta ao mesmo tempo em que tampa os olhos com as mãos.

— Eu mandaria você entrar se estivesse pelada? O que você quer? — murmuro jogando meu travesseiro na sua cara.

— Nada. Queria saber se você tinha chegado e se está tudo bem.

— É... Está? Por que não estaria? — sento na cama e o vejo franzindo o cenho enquanto se senta ao meu lado.

— Por nada. Aonde você foi?

— Você é curioso, não é? Fui comprar umas roupas dignas. Sabe né, preciso agradar a mamãe — falo isso de forma irônica. — Por que você está tão curioso para saber o que faço ou deixo de fazer?

— Nada não. Já falei para parar de ser chata.

— E já falei que apesar de ter essa cara de velho, você não é meu pai — para evitar novas brigas, já mudo de assunto — O que você está fazendo da vida?

— Nada demais, o de sempre — ele responde ao mesmo tempo em que deita de costas na cama e suspira. — Trabalho, venho para casa, trabalho mais ainda. Alguns dias tem alguma balada com os caras, tomo umas bebidas, pego umas gatas, acordo sem me lembrar do nome delas. Coisas normais...

— Você é muito idiota, cara — falo isso, mas não consigo segurar a risada. E apesar de toda essa pose de pegador, sei que ali bate um coração muito machucado. Assim como o meu. — Sua vida parece bem entediante.

— É por que você não viu as gostosas que param na minha cama ou na cadeira do meu consultório — ele também ri. — E fazer o que se não é todo mundo que pode ter uma vida cheia de glamour em Nova Iorque, não é mesmo?

— Se você visse o tanto que trabalho não diria isso. Não tem nada de glamour na minha vida.

— Falando em trabalho... Como você fez para sair assim do nada?

— Eu expliquei a... situação para o Sr. Mathew. Ele me disse que poderia ficar o tempo que precisasse.

— Bem bacana ele hein.

— É. Ele é uma pessoa maravilhosa — suspiro me lembrando do restaurante, já sentindo saudade de lá.

— Você está tendo um caso com ele? — meu irmão me pergunta na maior naturalidade do mundo.

LIVRO 1 - Você me perdoa? [AMOSTRA]Onde histórias criam vida. Descubra agora