Já era 31 de dezembro faltava menos de uma hora para virada de ano em New York, e Silvia estava vestida somente com seu roupão e seu cabelo em volta de um coque por fazer, nada glamouroso para a data festiva. Ouviu seu celular tocar na sala onde tinha o deixado carregando, saiu do seu quarto correndo para a sala para atender, pois sabia de quem era a chamada.
— Eu só estou atrasada. Mas eu vou. Juro! – A castanha disse ao atender o celular, prevendo o que sua cunhada lhe diria.
— Eu sabia que era péssima ideia passar o réveillon aqui em New York. – Antes da volta de Silvia a New York, após o Natal, ficou combinado entre elas de passarem a virada de ano juntas. — Silvia já é quase meia noite e você ainda não chegou. Estamos te esperando, pelo amor de Deus, não faça como nas outras vezes e dessa vez apareça.
Silvia não poderia julgar sua cunhada, quando na verdade, ela tinha todos os motivos para desacreditar que dessa vez, ela não iria arrumar uma desculpa em cima da hora só para não comparecer ao evento.
— Eu já tô chegando, prometo. – Desligou o celular, o colocando novamente no lugar onde estava. Silvia foi quase completamente verdadeira, sim ela iria dessa vez, mas ela mentira que já estava no caminho.
— Quem era? – Uma voz a suas costas lhe perguntou. Mesmo de costas, ela sentia a aproximação do outro, sua pele ardia sabendo que ele lhe olhava com desejo e devoção. Logo ela sentiu as mãos do dono da voz, lhe apertaram em volta da sua cintura, a puxando para ir de encontro a seu corpo. Uma arfada espontânea foi dada por Silvia, quando um hálito quente em seu pescoço foi soprado, dele o morder e puxar a pele de seu pescoço entre seus dentes. Silvia fechou os olhos, e sentiu todo seu corpo virar uma gelatina flácida, por sorte, braços largos e musculosos a abraçava a mantendo em pé e presa contra ele.
Meio débil, era buscou raciocinar e responder o que lhe foi questionado antes.
— Era Lauren aos gritos, achando que não irei.. – disse ainda com um pouco de dificuldade, já que as carícias que estava recebendo não cessavam e se intensificam mais. — Nós, aliás – se corrigiu, com a lembrança que o programa que havia marcado com seu irmão e cunhado, tinha outro convidado. — Para, Jorge! – Pediu entre pequenas risadas, quando a barba de três dias dele sem feita lhe roçou sua pele e lhe causou cócegas. — Precisamos ir, bom, já era para estarmos lá. Mas você tinha que nos distrair e fazermos perder a noção do tempo.
— Que culpa eu tenho se aquele seu vestido preto colado ao corpo me deixou louco.
Silvia sorriu, ao escolher comprar o tal vestido, sua intenção era exclusivamente agradar os olhos dele. Mas nos seus planos, não contava que o vestido a deixaria tão atraente ao ponto de Jorge agir como agiu. Não tinha nem cinco minutos que havia o vestido, e a peça de roupa já estava enrolada até sua cintura, com um homem apaixonado rasgando sua calcinha em pedaços.
— Então você terá que se conter, Jorge Salinas. – Ela o alertou. – Já que é nele que você me verá vestida a noite toda." disse conseguindo sair dos braços deles.
....
Flashback on
— Eu preciso que você não fuja de mim agora, você pode fazer isso?
Silvia acabará de ouvir a larga declaração de Jorge em um monólogo. A vergonha pela humilhação que antes tinha sofrido diante de toda sua família, se dissipava a cada palavra dele, lembranças daquele momento deles pareciam tão vivas em mente, jurou que poderia sentir a eletricidade que o toque na mão dele a casou, o sabor do beijo dele quando ele a encurralou em seu quarto, lembrou como esqueceu que no jardim da casa de seus pais acontecia a festa de casamento de seu irmão. Não existia nada, além deles dois em um beijo intenso, um beijo que realizava um sonho de uma adolescente apaixonada pela o melhor amigo do seu irmão mais velho. Era clichê, o seu clichê. E como em todos livros, filmes se romance clichês, algo tinha que acontecer. E foi ali, depois da primeira vez deles, ainda nua, minutos depois que seu corpo tinha sido entregue a ele, que sua insegurança lhe traiu.
"Ele é um mulherengo, ele só me usou. Droga, como fui burra. Serei só mais uma para a coleção de Jorge Salinas, a irmã mais nova de seu melhor amigo, burra que caiu em seus encantos."
Ele tinha razão, ela tinha levantando da cama em uma atitude súbita, se vestido mais depressa que pode, respirou fundo, e disse o que para ela, era verdade. “Isso foi um erro!". Um erro que ela tinha cometido, ela não era mais uma jovem boba, era uma mulher. Não daria a ele, o gosto de lhe humilhar.
Mas, aqueles momentos que viveram em seu antigo quarto, a havia lhe mudado.
Para uma mulher covarde que fugia de seus próprios sentimentos por medo e insegurança. Ela era uma fachada, apenas uma fachada. A mulher segura que todos acreditavam existir, era a maquiagem agora uma mulher apaixonada que lhe medo da rejeição.
— Você realmente me quer? Quer ter algo comigo? – Ela lhe questionou, tentando similar as palavras dele, com o quê ela acreditava.
Jorge notou no olhar verde quase esmeraldas dela, a insegurança.
— Dúvido que nos livros que você já leu de romance, tenha tido um personagem tão apaixonado e determinado quanto eu.
E tinha, muitos. Mas todos eram fictícios, e ele estava ali, a sua frente, vivo e real.
Ela poderia apenas dizer algo mais, mas preferiu agir. Ele a queria. Pois ela também o queria. Queria viver o sua insegurança não a permitiu.
Sem fugas dessa vez. Sem desculpas. Ou enganos.
Silvia se jogou em Jorge, levando seus lábios aos deles. Ela tinha decidido que dessa vez, o único erro, era fugir mais uma vez dele.
.....
Quando chegaram onde Tomás e Lauren já se encontravam, foi bem a tempo de poderem compartilhar com ele a virada do ano para 2016. Era uma, das muitas lembranças que ela queria construir ao lado de Jorge. Eles teriam toda uma vida para terem juntos.
E Jorge, tinha a sua frente, a imagem que tinha da sua bela namorada segurando uma taça de champanhe sorrindo e olhando de volta para ele. Para ele, ela era a coisa mais linda que seus olhos já viram. E ali teve a certeza do quanto era bom viver a realidade, e o quanto a lembrança desse momento no futuro lhe cairia bem.
As lembranças do passado, se misturariam com as dos futuro.
Jorge e Silvia seriam felizes, enquanto pudessem construir boas memórias juntos.
Fim (????)
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Recuerdos
RomansHistória curta em dois capítulos - CONCLUÍDA. Os bons ventos do Natal sempre trazem boas recordações, ou até mesmo, traz de volta as recordações em pessoa. [Reescrita e repostada]