Acordei primeiro que o Christian, fui o mais cautelosa possível para sair da cama sem acordar ele, me troquei fazendo o mínimo de barulho. Eu não ia deixar que o Luke saísse ileso do que ele fez, eu teria que ser forte.
Não esperei o Chris acordar, peguei a minha bolsa e chamei um táxi.
Fui até em casa, com sorte eu iria chegar antes do meu pai sair para o trabalho.
Cheguei e meus pais estavam tomando café da manhã.
-Resolveu aparecer em casa? -minha mãe ironizando como sempre-
-Pai eu preciso falar com você -eu olhei para minha mãe- Em particular
-Agora vai ficar de segredinho com seu pai
Eu revirei os olhos
-Vamos para o meu escritório
Segui ele até seu escritório, entrei lá poucas vezes, mas sempre era do mesmo jeito, as estantes cheias de livro, a mesa de um carvalho antigo, o piso de madeira e tudo sempre organizado.
Ele se sentou atrás de sua mesa e me apontou a cadeira a sua frente, fazendo com que eu me sentasse.
-Ontem eu fui jantar na casa de um amigo da faculdade
-Amigo? -ele arqueou a sobrancelha-
-Sim... Bem pra mim ele era um amigo mas pra ele eu não era bem uma amiga
-E foi por isso que você não dormiu em casa? Se esse for o assunto, acho melhor conversa com a sua mãe, por mais que sejamos aberto um com outro, não acho que gostaria de conversar isso comigo -ele falou tudo meio desajeitado-
-Não pai. Deixa eu terminar -soltei um suspiro- Era para ser um jantar em família, só que os pais dele tiveram um imprevisto. E ele pode ter feito uma coisa que eu não tenha gostado -eu falei meio receosa-
-Allice o que esse garoto fez com você? -de tranquilo ele foi para bravo em um instante-
-Ele tentou tocar em mim, de uma forma que eu não queria -balancei a cabeça tentando esquecer aquele momento-
-O QUE? -ele gritou se levantando da cadeira- O que ele fez com você?
-Eu não deixe ele continuar, eu conseguir fugir, eu tive um ataque de ansiedade.
-Meu Deus nem consigo imaginar você passando por uma situação dessa sozinha -ele levantou e começou a andar de um lado para outro- Por que você não me ligou?
-Eu tentei só que o telefone de vocês estavam desligados -me levantei e fiquei observando ele andar de um lado para o outro-
-Eu estava em uma reunião. Maldita reunião
-Calma pai -fui até ele e fiquei de frente para ele- Não foi culpa sua é muito menos minha. O que importa é que agora eu estou bem, um amigo que é de confiança me ajudou a controlar a ansiedade e cuidou de mim.
-Eu vou acabar com a vida desse moleque, me diga o nome dele e da família dele. Eu vou abrir um processo contra eles
-Era exatamente isso que eu queria te pedir, para me apoia nessa decisão
-Eu sempre vou estar aqui minha princesa
Ele me abraçou, como fazia quando eu era criança e acordava a noite porque a ansiedade não me deixava dormir, todas as vezes, em todas as madrugadas era ele que eu chamava para espantar o monstro que tinha debaixo da minha cama. Que chamava ansiedade.
Depois daquela conversar com meu pai fui até meu quarto e tomei o banho mais demorado da minha vida, a água quente parece que levava tudo de ruim para o ralo, esfreguei meu corpo o suficiente para me achar que já não sentia mais o toque do Luke. Pedir para o meu pai contar para minha mãe tudo, pois eu não aguentaria mais explicar isso para ninguém. Sai enrolada em um roupão e uma tolha na cabeça. Peguei meu celular da bolsa e tinha uma mensagem do Chris.
"É triste quando você dorme com uma menina muito linda e acorda agarrado com o seu travesseiro"
Não conseguir conter o sorriso, corri os dedos pela minha lista de Contatos até chegar na letra C e liguei para ele.
-Hey
-Como você vai embora antes de eu acordar, como posso saber se estava bem?
Dei uma risada fraca pela sua preocupação exagerada.
-Eu estou bem. Só precisava vim conversar com meu pai
-Você contou para ele?
-Sim, ele vai me ajudar a abrir um processo contra ele
-Saiba que eu estou aqui para o que você precisar
-Eu sei e sou muito grata por isso
-O que você vai fazer a noite?
-Provavelmente terminar o trabalho que o professor passou
-Sei que isso parece uma boa ideia, só que vai ter uma festa na Cappa Zeta e você é minha convidada de honra
-Não sei se é uma boa ideia
-é uma ótima ideia, vamos lá, vamos nós divertir. Prometo não te deixar ficar bêbada como da outra vez
Bom era uma proposta tentadora, eu podia fazer o trabalho amanhã na biblioteca da universidade.
-Esta bem eu vou
-Sabia que iria, te pego as 21:00hrs
-Até mais
Desliguei o celular, e fui até meu closet coloquei um vestido floral que marcava a cintura e era rodado em baixo, tirei a toalha da cabeça e fui até o espelho pentear o cabelo. Ouvir uma batida de leve na porta e mandei a pessoa entrar. Era o Thom.
-Oi sumido -dei um sorriso pra ele-
-Ally você tá bem? -ele disse claramente preocupado-
-Meu pai te contou?
-Sim, nem acredito que você me ligou e eu não pude atender -ele passou a mão pelo rosto-
-Não foi culpa sua, você estava ocupado, o Chris me ajudou
Voltei a olhar para o espelho terminando de pentear meu cabelo.
-Agora ele sabe do seu problema com a ansiedade
-Ele me ajudou bastante, eu pensei que ele agiria diferente
-Diferente como?
-Pensei que ele ia me ver como uma louca, mas ele me ajudou e não me tratou como se eu fosse de vidro e pudesse quebrar a qualquer momento.
O Thom se aproximou e me fez ficar de frente para ele, pegou na minha mão e olhou no fundo dos meus olhos.
-Você não é uma louca, você tem uma doença como qualquer outra pessoal tem.
Ele me puxou para um abraço e eu me sentir segura como se eu pudesse contar com ele para o que eu quisesse.
Eu percebi que tinha pessoas maravilhosas do meu lado que eu podia pedir ajuda quando eu precisasse que eles estariam ali para me ajudar. Não era uma doença mental que ia me derrubar.
Depois do Thom ir embora conversei mais com meu pai sobre o processo e como iria ocorrer tudo, papai tinha contado para mamãe, e ela estava ajudando. Ela disse que nada mais aconteceria comigo, e mesmo ela sendo quem é, ela estava do meu lado.
Quando estava anoitecendo fui me arrumar para festa, coloquei um vestido mais colado preto e meus coturno. Me olhei no espelho e disse para mim que tudo iria dar certo hoje, que o que o Luke fez ele vai pagar. E eu vou me divertir hoje.
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Nesse Instante
RomanceAllice Miller é uma garota de 19 anos normal, a não ser pelo fato de que sofre de ansiedade e tem ataques de pânico, ela vai começa a estudar direito na Columbia University e lá vai conhecer Christian Cooper que aparenta ser sarcástico, irônico e ad...