Prólogo

32 9 2
                                    

Kaio me ajuda a sair do ônibus. Seu sorriso amoroso e a forma, como apertou minha mão com força, parecendo querer assegurar que tudo estava perfeito.

      Seus olhos de chocolate derretido, pareciam me dar forças em meio a toda aquela confusão, em que nos metemos. Me inclinei dando um beijo em seus lábios. Seu sorriso se ampliou ao passar o braço pela minha cintura, me mantendo perto.

      Caminhamos, por alguns quilômetros. Antes de decidirmos parar em um hotel, de beira de estrada.

      Tomamos banho, nos deitamos juntos, ele me falava dos planos que tinha. Que suas economias, eram suficientes para podermos ir até, Santa Catarina, onde encontraríamos seu primo.

     Já estávamos perto, amanhã estaríamos no local esperado. Me senti exultante, exalando felicidade e contentamento. Amanhã eu me casaria, com Kaio. Seríamos marido e mulher. Com esse pensamento em mente, agarrei sua nuca, puxando sua boca para mim. Ele se calou, suas palavras morrendo em um gemido. Sorrimos.

Ao chegarmos a noite em Santa Catarina, estava de noite e ao invés de pararmos em um hotel, fomos andando pelas ruas. Kaio disse se lembrar, onde os tios moravam. Disse que tinham, dinheiro suficiente para se compararem a meus pais. Que não me preocupasse com nada.

      Saímos pela noite, conversando sobre nada em especial. Sua atenção totalmente focada em mim, eu não conseguia tirar os olhos dele. Então dois homens, saíram do canto meio escondido, quando viramos em uma rua obviamente residêncial.

    Busquei em Kaio uma explicação, para aquilo. Mais seus olhos estavam, focados nos dois homens mal encarados.

     Eles tinham tatuagens como de gangues, nos braços. As roupas velhas e gastas. Suas expressões, eram satisfeitas,  pareciam estar esperando por nós. Reparei em seus olhos que, passeavam por nós dois, como se estivessem vendo presas estendidas.

      _ Samantha Campbelli e Kaio Arantes?

    Um deles perguntou, sua mão buscando algo nas costas. Kaio endureceu ao meu lado, seus olhos parecendo em choque, voltados para dupla estranha à nossa frente.

     _ Não estão me ouvindo.

     Gritou mediante ao silêncio, sua mão aparecendo com uma arma, apontando-a para nossos rostos. Imediatamente senti um tremor, me percorrer. Vendo como Kaio, levantava as duas mãos.

     _ Calma. _ Murmurou andando, até parar na minha frente. _ Quem mandou vocês?

    Agarrei a blusa de Kaio, tentando tirá-lo da minha frente. Ele não podia tentar, me proteger com o próprio corpo. Sem se mover, continuou com os olhos fixos à frente. Com medo do que, poderia acontecer a ele. Falei por sobre seu ombro.

     _ Eu sou, Samantha Campbelli. O que vocês querem?

    Minha voz tremeu mas mantive, os olhos altos fazendo como meu avô, havia ensinado a domar cavalos selvagens. Sem deixar o medo aparente.

     Senti o corpo a minha frente, se retesar. O homem que não tinha falado até agora, assentiu satisfeito dando um passo à frente.

      _ Viemos pegar você, lindinha.

     Um arrepio me correu ao ouvir, malícia em sua voz esganiçada. Contive a vontade de abaixar os olhos.

     _ Más eu não, pretendo ir a lugar algum.

    Me orgulhei da forma decidida que soei.

     _ Eu adoraria, concordar com você, lindinha. Mas o pai do nosso, Kaio aqui, disse que você vale milhões. Sabe como é, o Brasil é um país onde tudo custa caro. Não que uma menininha criada em berço de ouro vá entender.

QuebradaOnde histórias criam vida. Descubra agora