ALONE...

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Era uma manhã chuvosa, fria e desolada na grande Londres e junto a ela um pequeno sopro de luz se fazia presente em meu quarto. Depois de varias tentativas de arrumar argumentos para continuar na cama resolvo levantar para a alegria de minha mãe.
Quando meu olho no espelho do banheiro vejo o quão abatido estou naquela manhã, a noite anterior tinha sido um desastre assim como as demais.

Depois do almoço e de ignorar as mensagem de Liam resolvo ler o livro que o mesmo tinha indicada e que novamente não tinha lido. Os primeiros capítulos de "Interlúdio" faziam com que me lembra-se dele, mas fechei o livro ali mesmo tentando evitar as terríveis lembranças.

**

A noite de 24 de dezembro não me trazia os mesmos sentimentos de quando eu era criança. As incríveis reuniões de família que aconteciam nessa data só me traziam sentimentos ruins em relação a tudo. O fato dessas reuniões serem tão desgastante pra mim é que em sua maioria vemos o quão as pessoas a minha volta evoluíram, em profissões, amores, status e no geral evoluíram como pessoas.

Veja minha tia por exemplo se gabar de como seu filho conseguiu passar no tão sonhado vestibular de arquitetura, ou minha outra tia tentando ser superior a ela falando do meu primo que conseguiu passar em medicina. O incrível disso tudo é que o tão falado "espírito natalino" era regrado de luxúria, egoísmo e uma eterna luta de quem conseguiria superar quem na família.

No meio disso tudo veja minha mãe me olhando, sorrindo com os olhos, tenho absoluta certeza que ela tem os mesmos sentimentos que eu em relação essa data e só queria estar em casa com meu pai e eu esperando que isso acabasse.

Meu pai por outro lado sorria e discutir com meu tio sobre determinado time de futebol ele sempre foi o mais receptivo de nós e tentava agradar todos a sua volta. A conversa dos dois me pareceu tão abstrata que duvidaria se um dia conseguiria conversar sobre futebol.

Pela minha visão periférica consigo observar a minha vó que sorria e tentava dar atenção a todos seu netos pequenos, uma tarefa meio impossível com tantas crianças correndo de um lado pro outro tentando chamar-lhe atenção. De todos ali naquele lugar ela era única além de minha mãe que eu mais confiável na vida. Ela sempre esteve presente desde que me lembro, nos momentos difíceis e nos felizes também, ela era um dos poucos exemplos senão a única a qual eu queria ser.

- Venha comer Louis. Gritava minha tia.

Minha tia era uma mulher forte, conseguiu criar dois filhos sozinha depois que o marido á abandonou ainda grávida. Meu pai dizia que era uma pessoa boa, não acho que uma pessoa possa ser boa sendo tão preconceituosa como ela é, inúmeros comentários machistas, homofóbicos e racistas viam a cada segundo dela. Pessoas assim me faziam cada vez mais não acreditar que um dia a humanidade tenha salvação.

- Eai Louis.

Meu primo Nick me cumprimentou com um grande sorriso.

- Oi Nick, como vai ?

Ele era até bonito, não como ele, mas era e me lembro dos seus olhares para mim quando eu ia até sua casa com minha mãe, ele tinha uma namorada o que era o grande assunto daquela noite.

- Vou bem. Estava com saudades.

Sorri, nunca fomos próximos para sentir-mos saudades um do outro, Nick estava estranho essa noite aliás ele estava estranho desde soube que eu era gay.

- Eu também. Menti. - sua namorada está te chamando lá na mesa de doces.

Vi ele bufar e sorri para mim se despedindo com um aceno. Resolvi ignorar tais pensamentos sobre sua mudança de comportamento.

**

Me pegava às vezes tentando esquecer, sumi talvez. Minha mãe já insistiu em me levar a um psicólogo o que foi altamente recusado por mim, e eu sentia cada vez mais ela se entristecer por me ver assim, não a culpo porque também me sentiria assim me vendo de fora.

No meio do tédio enquanto todos tentavam conversar me vi olhando um velho poema que escrevi a um tempo no celular, gosto muito de escrever porque o tempo sendo ele tão inerte a nós mesmos me faz pensar que ele é uma construção relativamente social a qual denominamos de tempo a deterioração das coisas ao nosso redor. E essa passagem como inúmeras outras, devemos deixar coisas para que novas se instaurem, assim eu acho que se lembranças que eu dia talvez sejam esquecidas renasçam de uma leitura a quão você mesmo escreveu. E o poema que escrevi fez tanto sentido nesse momento.

"Eu acho que a noite é sempre o pior momento do dia, seja porque no dia eu faço milhões de coisas e você simplesmente faz parte de um pensamento repentino que me acontece as vezes.

Mas infelizmente ela sempre chega e definitivamente depois de todo esse tempo eu ainda não conseguir me adaptar a ela, é porque talvez seja o momento que minha mente lembra de você e ela não tem remorso algum em estraçalhar meu coração.

A Plenitude do meu coração foi tirada, melhor foi arrancada por você, por seus olhos, pelo seu sorriso, pelo seu jeito de andar, pelo jeito de me olhar, ou pelo simples fato de estar ao meu lado.

Eu na minha incrível audácia me deixei levar, levar por todos os motivos que citei acima pelo simples motivo de te querer em todos os momentos importantes pra mim.

Mas eu estou bem, tenho certeza que vou ficar, só não se esqueça por favor não se esqueça que eu fiz parte da sua vida e que me considero ainda fazer".

Segurei as lágrimas para não me sentir ainda mais fraco do que sou. Levantei me servindo e evitando conversas bobas á qual meu tio tentava puxar. Quando sentei na mesa recebo mensagem de Niall.

"Você não vai acreditar em quem eu vi aqui na frente de casa"

"Niall, não faça suspense a não ser que queira morrer"

"Harry Styles"

Meu corpo sé remexeu na cadeira e tentei não suar frio, aquele nome ainda me trazia sentimento a qual eu quero é preciso desesperadamente esquecer, ele não era para mim e nunca seria.

"E o que isso me interessa Niall ?".

"Não se faça de idiota Louis, você é apaixonado por ele a anos se me lembro bem".

"Niall esquece pq eu estou tentando fazer o mesmo".

" Ok chato, eu só quero o seu bem Louis e sei que um dia vocês ainda vão ter o felizes para sempre, agora vou ver o ele foi fazer na casa da Valentina".

Não o respondi depois da última mensagem do fofoqueiro, mas o fato dele estar na casa da Valentina não era surpresa pra ninguém nem na noite de natal, ele era apaixonado por ela e isso me destruía por dentro, não conseguia definir o quão eu o odiava por me fazer sofrer sem ao mesmo saber. Acabei perdendo as contas de quantas vezes me vi no quarto pensando nele, me sentia um lixo por não ter coragem de dizer o que eu sinto. Não o culparia. E a velha frase que eu estava cansado de ouvir ecoava pela minha mente:

"Ele nunca será seu".

Call Me By Your Name // LarryOnde histórias criam vida. Descubra agora