É a primeira lembrança que tenho dele, e parece que ainda hoje consigo ouvi-lo. "Até depois!" Fecho os olhos, pronuncio as palavras e estou de volta até ele, tantos anos atrás, descendo a entrada arborizada, observando-o sair do táxi com uma camisa azul esvoaçante, o colarinho bem aberto, óculos escuros, chapéu de palha, muita pele à mostra. De repente ele está apertando minha mão, e mostrando seu melhor sorriso.
- Louis então...Eu...
Naquele momento se passava mil coisas possíveis que ele poderia me dizer, depois de tantos anos ele finalmente me dirige a palavra, inebriante com seus cabelos soltos e olhar objetivo que me chegava a tremer.
- O professor de Historia pediu para você me ajudar, porque eu não to indo bem naquele merda de matéria.
Ai uma coisa que posso me orgulhar na vida. Historia, eu amo estudar e ficar horas me aprofundando em historias de civilizações antigas, isso quando não estou pensando no ser á minha frente.
- Por favor Louis...Eu sei que a gente não se fala desde... sei lá... muito tempo ?
Exatamente 7 anos 3 meses e 22 dias, pensei.
- Ok...ok Harry eu te ajudo.
Eu sinceramente não sei porque aceitei ajuda-lo, tinha e ainda tenho a concepção que pessoas que se aproximam de você repentinamente querem algo seu, e isso acabava comigo.
- Obrigado Louis, você é o melhor. Depois combinamos quando, porque agora Valentina esta me esperando. Até.
- Harry Styles ataca novamente, gritou Niall. Sério Louis não sei como você ainda consegue gostar desse babaca.
Niall tinha razão, ele sempre tem.
- Ele só precisa de ajuda Niall nada de mais, você sabe como ele é.
- Sei querido, sei até demais dele. Porque como você já repetiu um milhão de vezes poeticamente.
- "Nada do que fazia ou dizia era por acaso. Ele sabia interpretar qualquer pessoa, exatamente porque a primeira coisa que procurava nos outros era aquilo que tinha visto em si mesmo e não queria que os outros vissem. Era, como eu fiquei escandalizado ao descobrir, um exímio jogador de pôquer que ia escondido até a cidade duas noites por semana para "jogar algumas mãos".
- Eu pareço eu maluco com você dizendo assim.
- As vezes penso que você é Louis.
***
Depois do colégio fui para a casa, passei um bom tempo pensando no que Niall disse, é verdade eu pareço um louco atras de um cara que nunca vai te notar do jeito que quero. Na verdade eu sou um idiota.
Com esse pensamento adormeci...
Todos estavam vestidos com os mais belos trajes de um domingo religioso, seus olhares não condiziam com o local sagrado que pisavam. Julgadores, seu Deus sentiria vergonha de sua estúpida criação.
Esgotado me entreguei as garras do demônio que me puxava e gritei o que provavelmente seriam minhas últimas palavras.
- Eu matei Harry Styles.
As primeiras folhas começavam a cair no início do outono de 1970, a paisagem se mostrava estonteante naquela manhã de quinta-feira que junto a chuva tornavam o vagão do trem ainda mais melancólico.
O senhor sentado ao meu lado estava debruçado sobre o pequeno assento enquanto babava por todos os lados de sua enorme boca, a cena em questão me deixou um tanto enjoado seria uma guerra tentar passar por ele para me encaminhar ao banheiro mais próximo, resolvi que minha ida ao banheiro não valeria a tanto esforço. Abri meus olhos rapidamente ao escutar um enorme barulho e ainda meio desnorteado observei o senhor babão ao meu lado sair andando até a saída, ao levantar ajeitei meu terno e fui até saída me deparando com a pequena e charmosa Salem.
Ao caminhar pelas estreitas ruas de Salem me deparei com os pequenos comércios que ali aglomeravam, concentrei-me em encontrar o endereço escrito no pequeno papel. Depois de alguns minutos de caminhada observei a pequena casa a qual endereço se referia, foi recebido com olhares de uma senhora de meia idade a qual julguei ser Francisca Rower.
— Oh meu grande Deus por...por favor sente-se, doutor Tomlinson.
— Por favor sem cordialidades, só Louis.
— Ooh o que desejar senh... Louis, o seu quarto está pronto. É o número 4.
— Fico muito grato pela gentileza.
Deixo Francisca cuidar do balcão e subo as estreitas escadas da velha pensão. Meu quarto cheira a madeira molhada e um suave frescor de canela, a vista para a pequena cidade lhe dá um ar aconchegante.
Na manhã seguinte acordo com o barulho vindo do andar de baixo, Francisca preparava animadamente o café da manha.
Depois de banhar-me e comer uma sopa a qual fui forçado por dona Francisca, me vejo pensando se a proposta de Frank de vir a esta cidade a trabalho foi a melhor escolha. Nova York era tão frenética é gigante já aqui é tão calma que às vezes penso estar escutando as batidas do meu coração.
Acordo no dia seguinte pronto para atender finalmente a senhorita Anne, a qual me foi dita ser extremamente bem de vida junto com seu marido e filhos.
— Bom dia! Francisca. Pode me falar um pouco sobre a família Styles.
— Ohh! Claro meu filho, mas antes sentar-se para tomar café comigo.
Durante o café Francisca me contou um pouco sobre a famigerada família Styles. Eles a qual o senhor Styles adquiriu fortuna com a herança de seu falecido pai, expandindo a produção agrícola e triplicando ainda mais sua fortuna. Rapidamente se envolveram na política e hoje praticamente comando a cidade "junto" ao prefeito.
— Anne e Desmond são muito apaixonados, tem sido motivo de inveja do casais menos fortunados da cidade. Mas infelizmente a senhorita Anne e seu filho estão muito doentes.
— Por isso foi chamado Francisca para curar ela e seu filho Harry Styles...
Acordo assustado, eu não paro de ter sonhos malucos com ele, e agora envolvo sua família no meio das minhas paranoias. Definitivamente isso tinha que acabar.
No dia seguinte acordo para tomar cafe e me deparo com minha mãe me encarando estranho.
- Harry Styles ligou em casa hoje.
Tá. Eu definitivamente acho que o universo esta conspirando contra mim. Conversas depois de anos, sonhos o envolvendo e agora uma ligação.
- Ele disse se você não pode ir na casa dele a tarde.
- Vou, irei ajudá-lo em Historia.
- Tudo bem agora coma.
Depois do café passei um tempo conversando com Zayn, que me aconselhou a ir e implorou para mim não criar expectativas encima desses aulas que daria a ele.
Só que o que ele e ninguém sabia é que naquele manha chuvosa eu desistiria de Harry Styles para sempre.
***
PS: Estão gostando da historia? Irie tentar postar um capitulo por semana. Bjss de Luz.

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Call Me By Your Name // Larry
Ficción GeneralInfelizmente a noite sempre chega e definitivamente depois de todo esse tempo eu ainda não consegui me adaptar a ela, é porque talvez seja o momento que minha mente lembra de você e ela não tem remorso algum em estraçalhar meu coração. A qual Louis...