Capítulo 5- Furacão

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Agora mais calma, eu ja consigo pensar melhor no que fazer e quais passos tomar daqui em diante, como inicial o pré-natal e tudo mais... Mas nesse momento, isso não é o que mais tem me preocupado.

– Sua mãe sempre quis ser avó.– Gabi diz tentando me confortar.– E seu pai... Bom, a tia Ruth sempre quis ser avó!

Reviro os olhos comendo meu sanduíche.

Apesar de que a faculdade sempre foi sinônimo de estresse pra mim, agora esta se tornando o único lugar que eu me sinto realmente bem, já que eu tenho muitas coisas pra lidar com essa gravidez.

– Você soube?– Uma garota fala passando a nossa frente.– Andrew vai ser pai.

Eu e Gabriela no encaramos.

– Como se espalhou tão rapido?– Minha amiga sussurra para mim.– Não faz nem uma semana que vocês descobriram.

– Eu queria ser a garota que carrega o bebê dele.– A outra garota que acompanha a primeira diz.– Imagina, um bebezinho com a cara de Andrew Boss.

As duas riem escandalosamente da situação e continuam andando.

Aquilo de certa forma me fez querer vomitar, então guardo meu lanche na tapoer e a colocona minha bolsa.

– E então...– Digo tentando mudar de assunto.– E aquele Matt?

Matt é um garoto que Gabriela pega a uns bons meses, eles estão sempre um atrás do outro e nunca se assumem de verdade, mas todos que os conhecem sabe que há um sentimento presente por parte de ambos.

– Acha que Andrew contou pra quem?– Ela muda de assunto me fazendo rir.– Não sei, ele deu uma sumida.– Ela de ombros.

– Talvez os amigos dele tenham espalhado.– Dou de ombros.– Não tem importância, é só ninguém saber que a mãe do bebê de Andrew Boss sou eu.

Nós duas gargalhamos. Gabi pega o celular e então vê o horário no mesmo.

– Vou pra aula, beijinhos.

A loira se levanta, limpando os resquícios de grama de sua calça jeans, pega sua bolsa do chão e sai andando.

Suspiro demoradamente e me levanto, limpo a grama da minha calça e pego meu celular para ver se há alguma notificação, apenas uma mensagem da minha mãe confirmando o jantar de hoje a noite, o jantar em que eu finalmente conto que ela será avó.

Respiro fundo e vou para a minha aula.

O tempo só pode estar contra mim, pois as aulas passaram rápido e eu não tenho dúvidas de que vão passar enquanto eu estiver trabalhando também.

Remexo na minha bolsa atrás da chave do carro.

Surpresa! Eu tenho um carro, porém não uso ele se for para festas o estiver abalada demais psicologicamente para dirigir.

Enquanto procurava a chave, olho o envelope do resultado de gravidez na minha bolsa e solto um suspiro longo me lembrando que tenho que levar isso nos recursos humanos para alegar que estou gravida e que daqui nove meses terei que tirar licença maternidade.

– Eai Mamãe!– Ouço a voz de Andrew atrás de mim e reviro os olhos.

– Tem como você falar baixo?– Me viro para ele.– As pessoas ja comentam que você vai ser pai, não quero meu nome na boca das meninas que você ja transou e não engravidou.

Andrew ri e encosta na porta traseira do meu carro.

– Calma ai!– Diz relaxadamente.– Eu sei que ja  comentam, fui parado muitas vezes no campus pra confirmar isso.– Suspira fingindo cansaço.– Eu sei que não quer a fama da garota de engravidou do Andrew, vou tomar cuidado pra não te chamar de mamãe de novo.

– Obrigada.– Forço um sorriso.– Você vai hoje?

– Enfrentar seus pais?– Nós dois rimos.– Vou!

– Não vai ser tão ruim, você vai ver.– Pisco para ele, mexo mais um pouco na minha bolsa e finalmente encontro a chave do carro, destravo o mesmo.– Preciso ir, tchau papai.

Andrew desencosta do meu carro ao me ver entrar no mesmo e revira os olhos.

Durante todo o caminho para o trabalho fui pensando em como contar a minha supervisora de RH que estou grávida.

Assim que cheguei a empresa, antes de ir bater meu ponto eu vou a sala de RH.

– Licença.– Digo dando dois toques na porta.– Elle.– Chamo a atenção da mulher.– Podemos conversar?

– Claro Luana.– Um sorriso surge em seus lábios.– Sente-se.

Me sento a sua frente pensando em como contar a ela, pego o envelope na minha bolsa e coloco em sua mesa, o empurrando até ela.

– Isso é sua carta de demissão?– Franze o cenho e então toma o envelope em suas mãos.

O silêncio se instala na sala enquanto ela lê as formalidades do papel. Conversamos sobre a minha licença, a partir de quando eu poderia pega-la e todas as outras partes burocráticas.

O resto do dia passou voando, e agora eu estou no transito de Miami, voltando pra casa e formulando o discurso que farei aos meus pais sobre gravidez.

Peguei minhas correspondências no hall do prédio e subi para o apartamento. Agora ja mais tranquila em relação ao bebê do tamanho de uma ervilha que carrego em meu útero, a situação parece mais aceitável e não tão problematica assim...

Coloco minha bolsa e as correspondências no aparador, tiro meus saltos os deixando ao lado a porta e vou descalça para o quarto, abro o guarda roupa e fico ali, parada, encarando minhas peças de roupa.

– Tudo bem...– Digo seguido de um suspiro.– Vai dar tudo certo!

Pego uma saia xadrez colada no corpo e uma camisa social lilás bem clarinho, jogo ambos na cama e vou tomar um banho, tenho um furacão para enfrentar, esse furacão se chama Família Becker.

Mãe (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora