Plena Revolução Francesa...Período ímpar da História Ocidental. Gireau, camponês pacato, no alto de seus 40 anos, chamava a atenção das les femmes. Mesmo sem grandes posses – só uma choupana nas imediações de Paris – isso não era empecilho para o imaginário feminino. Estás com curiosidade a cerca desse belle homme?
Beleza? Que beleza? Gireau era baixo, gordo, cabelos encaracolados e, ainda por cima, ensebados. Contudo, corria pela vizinhança que ele, em um passado não muito distante, era o maior conquistador de Toulouse. Sabe com é, quando um homem tem tamanha fama, as mulheres querem saber se é verdade.
- CHEGA DE MONARQUIA!!! VAMOS ACABAR COM A NOBREZA!!!, vociferava Robespierre.
Jamìle, jovenzinha inocente, vizinha de Gireau, não se atrevia a olhar fixamente em qualquer figura masculina. Isso também atrai pervertidos. Foi o que aconteceu com Mariúu. Rapazinho festeiro, galanteador e despudorado. A pequena jeune fille foi presa fácil.
- Querida Jamìle, o que achas de dar uma volta na floresta?
- Não sei, Mariúu... Penso que minha mãe possa discordar..
- O que? Não confias em mim?
- Oh, meu aimer, claro que sim!
- Pois então, o que nos impede de seguirmos nossos corações apaixonados?
- Humm... Está bem, vamos!
Mariúu, com seu olhar sedutor, correu na frente de Jamíle.
- Aposto que não me alcança!
Esse desafio atingiu o íntimo da menina, pois na escola do povoado ela era tricampeã na Corrida de Saint Germain.
- Ora, seu...
Mais do que depressa, acelerou o passo, conseguindo até ultrapassar o desafiante. Parecia que ele não conhecia suas proezas como atleta! Já alçara alguns metros de vantagem, contudo não atentou a um detalhe: a relva estava como que ensaboada devido ao clima daquele dia.
Jamìle escorregou como uma pata choca, metendo sua cabeça em um tronco recém-cortado por algum lenhador desavisado. Seu crânio se partiu feito jaca. Coisa horrível. Uma cena das mais dantescas de se ver ou de se imaginar.
Logo em seguida, Mariúu chega ao local da tragédia e fica paralisado ante tudo aquilo. Parecia um pesadelo. Não entendia como havia acontecido aquela porcaria toda. Será que algum maníaco pegou a menina à força e ela não consentiu, fazendo o traste mata-la? Será isso, será outra coisa?
Tão ligeiro como a Revolução, o conquistadorzinho saiu aos gritos:
- Por favor, me ajudem!!! Corram!!! Jamìle foi assassinada!!!
A "multidão" daquele pequeno povoado acorreu à cena do crime. Naquele frenesi vivido em 1789, onde o mar de sangue era a regra, todos começaram a berrar:
- Foi você, seu vagabundo!!!! A coitada não quis nada contigo e tu mataste-a!!!
- Que isso???? Claro que não!!! Esperem, me deixem explicar..
- Explicar que nada!!!
Mais do que depressa, agarram Mariúu de qualquer jeito, puxando-o cascalho a fora. Chegaram rapidamente ao centro de Paris gritando, esbravejando ódio:
- Matem ele! Matem ele! Matem ele!!!!!!
Vendo aquela cena, os jacobinos ficaram atônitos. O que poderia ser??? O que essa ralé parecida com os judeus "juízes" diante de Pôncio Pilatos?? Mas, já que matar era sinônimo de revolução...
- Então, tragam aqui esse inimigo do povo!!!, gritou Jean-Paul Marat.
Mariúu se debatia, no entanto, em vão. Queria falar, se defender... Os revolucionários grudaram em seu pescoço, rasgando a gola de sua camisa de seda verde musgo. Motivo? Guilhotina! A navalha desceu como Satanás caído do Céu, decepando a cabeça do rapaz. Quicou semelhante uma bola, parando aos pés de Gireau. Os olhos de Mariúu ficaram fixos nele.
- Que merda!! Essas Séries de História são perda de tempo!!!, disse Letícia aos nervos, desligando a TV logo em seguida e correndo com as crianças para o banho.
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Gibeau
Short StoryNeste conto, ocorrido em plena Revolução Francesa, a surpresa será seu guia na leitura!