bleeding

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Corri em direção a Alex que estava caída no chão, enquanto Louis correu para segurar o menino.

- Fica comigo, Alex! - Tirei o moletom e pressionei contra sua barriga. - Calma, eu 'to aqui.

- Caralho. - Alex falou, vendo todo o sangue em sua volta. - Merda. Merda. Merda. Merda.

- SEM PÂNICO, MERDA. - Gritei. - VOCÊS VÃO SÓ FICAR OLHANDO OU VÃO CHAMAR A PORRA UMA AMBULÂNCIA?

Levantei do chão, deixando Alex ali com o moletom. Caminhei em direção ao menino, que Louis estava segurando. Louis correu para tirar Harry da parede.

- Onde está a chave? - Louis perguntou para Harry, que não soube responder.

O garoto estava cada vez mais perto da parede. Sem enrolar, dei um soco em sua barriga e logo atingi seu rosto com uma cotovelada.

Ouço um barulho de chaves vindo do bolso da calça do garoto. Tiro as chaves de lá e jogo para Louis, que pegou-as no ar.

- Qual é o seu problema? Foi rejeitado, é? - Falei, encurralando-o no encontro de duas paredes. - Quantos anos você tem? Dezessete? E porque diabos você tem uma arma? Não, não me responda. Responda à polícia.

Após mais alguns socos e chutes, ele estava caído no chão. O arrastei e fiz um esforço para jogá-lo em cima da cama onde Harry se encontrava há poucos minutos, ele gemia de dor. Peguei a corrente e passei sobre suas pernas e bati o cadeado.

- VOCÊS AINDA NÃO CHAMARAM A AMBULÂNCIA? - Gritei para Harry e Louis que estavam saindo do quarto.

Peguei meu celular, que estava no bolso e disquei 911, informei a atendente do sequestro e que tínhamos alguém baleado. Ela respondeu que a polícia e ambulância chegariam em, no máximo, trinta minutos.

Corri para perto de Alex, apoiei sua cabeça em minhas pernas e comecei a pressionar o moletom ainda mais forte no machucado.

- Você está machucando ela, Gemma, para! - Harry falou.

- Eu não vou deixar ela morrer, Harry! - Falei e deixei algumas lágrimas caírem.

Alex já estava desacordada e meu desespero só aumentava. Minhas mãos estavam cobertas de sangue.

Passou-se mais de quarenta minutos e finalmente chegaram os paramédicos e os policiais. Dois policiais pegaram as chaves com Louis, soltaram o garoto e o levaram para a viatura. Três paramédicos entraram no galpão com uma maca; checaram o pulso de Alex e levantaram ela para colocar na maca.

- Posso ir com ela? - Perguntei para um dos paramédicos que estavam colocando-a na ambulância. Ele concordou e eu entrei.

- Me liga assim que chegar no hospital! - Harry gritou.

O paramédico fechou a porta e entrou na ambulância. Durante todo o caminho até o hospital segurei a mão de Alex.

Assim que chegamos, uma das enfermeiras me segurou na recepção.

- Me desculpe, moça, mas você não pode entrar lá. Somente pessoal autorizado. - Ela falou, fazendo uma barreira com as mãos.

Levei a mão à cabeça e fui para a rua. Precisava de um pouco de ar. Sentei em banco perto da entrada do hospital, baixei a cabeça e deixei as lágrimas caírem. Lembrei que tinha que ligar para Harry, peguei o celular do bolso e acabei percebendo que ainda havia sangue em minhas mãos. Entrei no hospital novamente e procurei por um banheiro. Assim que achei, lavei as mãos e logo liguei para Harry, que não atendeu, então deixei um recado na caixa-postal.

Oi, estamos no hospital. Não tenho nenhuma notícia ainda. Se vocês estiverem na delegacia, conte tudo o que aconteceu, não esqueça nada, nem um mínimo detalhe, Harry. Me liga de volta. Eu te amo.

Estava frio demais para ficar na rua, e deixei meu moletom naquele galpão, ainda mais, ele estava encharcado de sangue. Decidi ficar dentro do hospital. Depois de um tempo esperando, um médico veio em minha direção.

- Você estava com a menina baleada, certo? - Ele perguntou.

- Sim. Alex. Sim, eu estava com ela. - Falei. - como ela está?

- Ela perdeu muito sangue, mas, felizmente, a bala não atingiu nenhum órgão. Já retiramos a bala, a menina passa bem, só iremos precisar que ela fique algumas horas aqui para recuperar o sangue que ela perdeu. - O médico falou, sorrindo. - Aliás, você é responsável por ela? Precisamos que alguém faça seu cadastro aqui, para termos as informações necessárias.

- Certo. Vou fazer o cadastro agora mesmo! Muito obrigada, doutor! - Falei, apertando sua mão. - Quando eu poderei vê-la?

- Assim que fizer o cadastro. Ela está no quarto 7, cama B. Ela provavelmente estará dormindo. - Ele saiu.

Corri para a recepção fazer o cadastro. Dei as informações, junto com o número dos pais de Alex. Assinei uns papéis e fui procurar o quarto 7.

Achei o quarto, que era imenso, por sinal. Alex estava dormindo, então apenas fiquei de pé ao lado da cama. Segurei sua mão.

- Você deveria ter ficado na loja. E Louis também. Me desculpa. - Inclinei-me e beijei sua testa.

- Eu não... iria deixar você sozinha com... aquele psicopata. - Alex falou, ao tentar senta na cama.

- Meu Deus. - A abracei, que deu uns gemidos de dor. - Desculpa. Como você está se sentindo?

- Apesar da dor, me sinto bem. Graças a Deus você está aqui. - Ela falou, sorrindo.

- Óbvio que eu estaria aqui, Alex. Eu nunca te deixaria sozinha... aqui. - Falei.

- Sabe que tem uma coisa boa em tudo isso. - Ela me olhou, levantando a sobrancelha. - Vou ficar com uma cicatriz irada!

Ambas rimos. Alex soltou uns leves gemidos de dor, o que nos fez parar de rir. A ajudei a deitar novamente. Inclinei-me um pouco e soltei um leve beijo em seus lábios. Sentei em uma das cadeiras ao lado da cama. Alguns minutos depois, a porta do quarto se abriu e eram os pais de Alex.

Merda. pensei.

Os pais de Alex me cumprimentam e eu faço o mesmo.

A porta se abre novamente e entram Harry e Louis. Ambos vem em minha direção e nos abraçamos. Louis é o primeiro a sair para abraçar Alex.

- São os pais da Alex. - Sussurrei ao ouvido de Harry.

Heart Skipped a Beat • larryOnde histórias criam vida. Descubra agora