high.

⇢ three

𝒅𝒐𝒓𝒐𝒕𝒉𝒚 𝒈𝒂𝒍𝒆

— Dothy! — Gilinsky diz animado abrindo os braços em minha direção. Abraços. Eu amo abraços.

Os garotos também se aproximaram, com exceção de Samuel que nem estava presente, o que foi um alívio não precisar o encarar depois daquelas mensagens. Estávamos na escola no nosso primeiro dia letivo – o que eu acho o máximo, já que sempre amei recomeços e esse era mais um.

— Garotos! — Murmuro abafado.

— Mais um ano letivo, porra! — Johnson praticamente grita chamando atenção de alguns que passavam pelos armários.

— Não grita, desgraça — pedi, me desvencilhando do moreno e começando a andar ao lado dos garotos.

— Por que você acha que estamos gritando, Dorothy!? — Nate, nada delicado, fala em um tom mais alto, me fazendo levar as mãos ao rosto.

Eu adoro essa amizade descontraída que temos, todos são sempre alegres e divertidos, mas também sérios quando necessário. Admiro muito como posso confiar neles e em Evie quanto a praticamente tudo.

Por falar em Evie...

— Vocês viram a Evie? — questiono.

Não a vi nos últimos dias, tive que viajar junto de meus pais. Segundos eles, era uma viagem a negócios para outro país e eu não poderia ficar sozinha por ser menor de idade, algo que eu acho um absurdo. Sou uma garota independente e poderia muito bem me virar sozinha. Aliás, tenho Bree, a governanta da nossa casa, que é uma ótima companheira.

— Não, deve estar se pegando com alguém — todos respondem juntos me fazendo arregalar levemente os olhos. Todos sabemos que Evie não é a garota mais santa do colégio.

Me despedi dos meninos sabendo que os veria depois e sai à procura de minha melhor amiga.

[...]

— Os garotos estão te procurando, lalala —pronunciei de forma divertida, tentando chamar a atenção da morena que estava aos beijos com uma outra garota qualquer aos olhos dela, eu diria.

Ela parou o beijo e me encarou, logo voltando a beijar a menina, me fazendo rolar os olhos. Já estava acostumada com esse comportamento vindo dela, eu sempre fui a mais amorosa da 'relação'.

— Ai, você não tinha que estar em Oz, não? Vai procurar o que fazer. — Rolei os olhos mais uma vez, lhe mostrando o dedo do meio.

Sempre fui zoada na rodinha de amigos pelo meu nome ser idêntico ao da personagem de Mágico de Oz, que por coincidência, é meu conto favorito.

Saio de perto delas observando o horário. Faltava poucos minutos para bater o sinal e eu não poderia me atrasar – não no primeiro dia de aula.

Caminhei em passos rápidos até meu armário, o abrindo e o organizando com livros e cadernos. Parei no exato momento que ouvi uma risada conhecida por mim.

— Ora, se não é Samuel Wilkinson — disse em um tom irônico, deixando claro a minha frustração.

O armário dele é ao lado do meu, algo que me irrita muito, já que o mesmo é meu ex-namorado e o garoto que me traiu em uma festa. Eu o odeio por isso e pelas mensagens que ele insiste em mandar quando não está sóbrio.

— Não gosto que me chame assim, Garotinha de Oz.— Respirei fundo para não estragar o rosto bonito desse indivíduo e apenas continuei a arrumar meu armário. — Ah, qual é, ficou magoadinha? — Sammy fingiu tristeza me fazendo perder a paciência.

Fechei meu armário com força e me virei, pronta para sair senão fosse por sua mão segurando meu braço com uma certa força exagerada.

— Me solta, Samuel. — Frustada, encarei seu sorrisinho sacana.

— Você é uma otária mesmo.

— Que engraçado, não foi isso que você me disse as três da manhã.— Sussurrei em seu ouvido e sorri, me soltando dele e andando até a sala de aula com um ar vitorioso.