Capítulo Dois ♠

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- Não pense que viajei dias, para vir aqui, aceitar essa merda toda, e me casar com você!

- Ah, o príncipe fala. Sorrio irônica. - Querido príncipe, acha mesmo que eu te amo? Que desejo me casar com você? Poupe- me de seus dramas. Solto seu braço e ando ao seu lado.

- Coloca uma coisa nessa sua cabeça de bagre, eu não me casarei com você! Olho no fundo dos seus olhos e sorrio. - Do que está rindo? Tem algum bobo da corte aqui?

- Não, príncipe Lourenço, só quero que fique claro, que também não me casarei com você. Sento em um dos bancos do jardim, Lourenço permanece em pé me encarando, como se eu fosse um ser de outro mundo. - Pode se sentar alteza, não mordo. Sorrio.

- Eleanor, eu não gosto de suas gracinhas, isso aqui não é show de humor. Lourenço me olha sério.

- Nós vamos conversar, mas para isso, preciso que sente. Olho para seu rosto incrédulo. Ele continua em pé imóvel, mas cede e se acomoda ao meu lado.

- Não quero me casar, não posso...

- Princesa! Ouço a mesma voz fofa, gritar meu nome.

- Princesa Sophie! Ouço também outra voz suave. Me viro para ver quem era a dona da voz. - Altezas. Uma jovem moça da pele negra, olhos negros e cabelos cacheados, faz uma reverência para nós.

- Olá querida. Digo animada.

- Perdão interromper, mas a princesa Sophie insistiu em vir. Vejo a moça corar ao olhar para Lourenço, torço meu pescoço, e lá está o mesmo vermelho estampado no rosto do príncipe.

- Não precisa se desculpar. Olho para seu vestido azul. - Qual seu nome? Pergunto.

- Odete. Ela responde corando mais uma vez. Ela me lembra eu, quando estou perto dele. Sorrio.

- Que conversa chata, eu e o meu irmão estamos de fora. Vejo Sophie fazer cara de brava e cruzar os braços, o que ficou muito fofo.

- Sophie, vá para dentro, já está tarde e você precisa dormir, devia estar cansada. Voltou o príncipe mal humorado. - Odete, pode levar ela por gentileza? Que mudança radical de humor.

- Claro alteza, licença. Ela faz uma reverência corando, e leva Sophie com ela. Lourenço olha para as duas até sumirem de vista.

- A quanto tempo gosta da serva? Pergunto olhando para Lourenço, que mantém o seu olhar longe.

- O que foi que disse?

- A quanto tempo gosta da Odete? Repito.

- Eu não, eu não... Ele deixa a frase no ar.

- Não minta para mim. Me viro de lado no banco.

- Não posso negar o amor que sinto por ela. Ele diz abaixando a cabeça.

- Dá pra perceber que vocês se amam, pelo simples fato de como vocês se olham, e de como se tratam.

- O que estamos falando? Eu não deveria ter contado o meu segredo a você. Lourenço se coloca de pé.

- Fica tranquilo alteza, todos nós temos um obscuro segredo, você tem o seu e eu tenho o meu. Fico em pé também. - Agora é claro que eu não vou contar o meu a você, mas pode ficar despreocupado que o seu está bem guardado. Ao dizer isso vejo ele sorrir, pela primeira vez desde que chegou no castelo.

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- Temos que fazer isso realmente? Você já mostrou o castelo inteiro. Lourenço diz fazendo graça ao meu lado.

- Não ousa reclamar, você me fez acordar cedo. Enterro as mãos no rosto.

- Nós dois estamos na lama. Ri. Hoje ele estava com o humor alavancado.

- Princesa Eleanor, príncipe Lourenço. Meu coração acelera, minha boca seca, e minhas pernas fraquejam, Arthur faz uma reverência e me encara. - O rei e a rainha chamam por vocês. Suas palavras eram doces, e ele dizia sem tirar os olhos de mim.

- Tudo bem, Arthur, diga que já estamos indo, e agradecida. Sorrio. Meu rosto arde, devo estar igual um pimentão.

- Licença. Ele faz outra reverência e se retira.

- A quanto tempo gosta do guarda real? Pergunta sussurrando.

- Eu não gosto...

- Não minta para mentiroso.

- Tudo bem, eu o amo desde a primeira vez que o vi no castelo. Sorrio. - Nós nos amamos, mas não podemos ficar juntos, meus pais nunca permitiriam isso. Desmancho o sorriso.

- Eu tive uma idéia. Vejo o príncipe ficar empolgado. - Vou te ajudar a ficar com o guarda, e você me ajuda a ficar com a Odete.

- Isso não dará certo. Respondo desanimada. - Iremos contra os princípios do castelo. Lourenço abaixa a cabeça e enterra as mãos no rosto.

- Eu vou dar um jeito. Ele ainda está com as mãos no rosto. - Não vou deixar de ser feliz, só por que os nossos pais querem. Levanta a cabeça com um ar de medo no rosto.

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Obstáculos da realeza - Tudo pode acontecerOnde histórias criam vida. Descubra agora