Eu gosto de quando estou indo pra escola. Só não gosto da escola mas o percurso que eu faço de ônibus é ótimo. Eu sempre coloco pra ouvir no fone de ouvido minha playlist do link park ou Imagine Dragons que sempre me levam a pensar coisas absurdas. Talvez até que ninguém tenha pensado Ainda. Que louco isso né? Pensar algo que alguém nunca pensou. Pena que não dá pra saber já que não inventaram um dispositivo que permite ler as mentes das pessoas. Ou pelo menos eu penso que não.
A música me leva em lugares na minha mente que me amedronta. Às vezes eu me distancio de me mesmo é minha mente passa a vagar em lugares obscuros e enlouquecedores que por sorte ou por força de alguém que talvez seja especial eu volto da viagem amedrontadora que se passava somente na minha cabeça e volta a lucidez que me inquieta e me faz pensar em que eu posso me tornar um dia.
(Diego) -Com licença?
(Mikaela) -Desculpe, estava concentrada.
(Diego) -Sem problemas. Posso me sentar?
(Mikaela) -Claro.
(Diego) -É um diário?
(Mikaela) -Diário? Não. Claro que não. É um trabalho de escola.
(Diego) -Há sim. Posso ver?
(Mikaela) -Não. Ainda não está acabado.
(Diego) -Ok então.
(Mikaela) -Nunca vi você no ônibus antes.
(Diego) -Acabei de me mudar.
(Mikaela) -Legal. Qual série você está?
(Diego) -Primeiro ano e você?
(Mikaela) -Primeiro ano também.
(Diego) -Nossa que legal.Aí meu Deus. O cara mais lindo que eu já vi esta conversando comigo. Mas não posso ter esperanças porque quando ele chegar na escola e encontrar aquelas oferecidas de lá ele nem vai se lembrar que me conheceu.
(Diego) -Desculpe. Agente conversou e eu nem perguntei o seu nome.
(Mikaela) -É Mikaela. E o seu?
(Diego) -O meu é Diego. Foi muito bom te conhecer Mikaela.
(Mikaela) -Obrigado. Também gostei de te conhecer.
(Diego) -Você me ajuda na escola hoje?
(Mikaela) -Claro. Mas não sou muito popular.
(Diego) -Linda assim eu imagino que seja o contrário.
(Mikaela) -Seu bobo.Eu poderia ficar feliz com o elogio mas como ele deve dizer essas coisas pra todas as garotas é melhor eu ficar na minha.
Minha mãe sempre me fala pra me não dar bola para os meninos. Ela diz que isso de amor não existe mais. O amor é como um vírus de uma gripe forte que com o passar do tempo, passando por vários hospedeiros vai enfraquecendo, deixando de ser puro. Possivelmente nesse ritmo talvez no futuro não tão distante não existirá mais o amor e se existir, será apenas vestígios do que ele já foi um dia.
(Motorista) - Chegamos! Todos pra fora! A aula já vai começar.
(Diego) -Que legal. Chegamos.
(Mikaela) -Claro. Super legal. Mais um dia maravilhoso na escola. Afs!
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