Poxa Beatriz (Parte 1)

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Beatriz, ela mesma. 19 anos, mas com uma idade mental avançada. Um lindo cabelo liso, pele "café com leite", sorridente. Tudo pra dar certo na vida, mas ter tudo nao significa felicidade.

Tudo começaria no dia em que ela chegou em casa e ouviu seus país traçarem o caminho dela sem ao menos perguntarem se era o que ela queria. Ela nao podia reagir, ela foi criada pra ficar calada. Ela queria ser artista, pintava as melhores telas, escrevia bons poemas, aquele fom que vem com as pessoas retraidas, era a senhora do próprio destino, ou ao menos queria ser. Seus pais eram bem sucedidos e queriam que ela se encaixasse no padrão classe e sempre falando "Tem que fazer faculdade", "tem que ter filhos", "tem que casar e ser bem sucedida", "tem que trabalhar", "sem escandalo na rua, eu estou criando uma moça, não uma noiada", era horrivel mas ela nao conseguia falar com eles. No meio tempo da vida, quando estava com os amigos ou sozinha, ela era feliz, vivia se drogando pra não ver a realidade, esquecer que ela nao tinha controle e nem voz na própria vida.

Um dia ela chegou em casa, e ja foi no susto, seus pais estavam com papeis na mesa e logo chamaram ela. Era o que ela temia... Um currículo, uma inscrição de um vestibular e de um concurso. Os pais ja foram falando "Como sua arte nao da dinheiro, vamos te fazer caminhar, deveria nos agradecer, voce ja começa amanha". Aquilo derrubou o mundo, e na pressão ela teve que trabalhar e estudar. Nao tinha mais tempo na arte, era trabalhar de manha e de tarde e estudar a noite... gerava dinheiro, mas e a felicidade? E o sonho? Sumia por ai... e então ela entrou na faculdade de direito, e a tristeza só aumentava, nao era aquele caminho que ela queria, mas ela via o orgulho nos país e logo se tornava suportavel. 3 meses depois ela largou a faculdade, em segredo, só parou de ir. Sempre ia na casa de colegas, passar o tempo, fumando ou bebendo, ou apenas conversando. Quem era Beatriz... nem escrevia mais suas dores, tudo acumulava mas nada saía. Logo depois ela surtou e largou o emprego, os pais descobriram da saida da faculdade, e ela sentada na sala ouviu os soluços, era sua mãe... chorava e dizia "Onde eu errei meu deus? Porque essa menina me odeia? Ela quer me ver morrer.", "Só me decepciona, só me traz tristeza, quer viver que nem uma vagabunda, eu nao criei filha pra ser puta nem vagabunda". Aquilo foi o pico, aquilo doeu. Parecia drama aos olhos de todo mundo, mas ninguém se colocava no lugar dela. Com o tempo foi perdendo amigos, o namorado, dinheiro, felicidade, tudo... quem era beatriz? Nem se cuidava mais, nem saia mais, estava por ai, estava sem estar, se sentia uma porcaria diaria, mas só sorria e tentava disfarçar.

Montagens de um IdiotaOnde histórias criam vida. Descubra agora