11 horas de um carro

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Variar entre Lana Del Rey e Legião Urbana não foi suficiente para ocupar meus fones durante toda a viagem e logo eu ouvia as mais diversas músicas, dos mais diversos estilos já temendo que elas chegassem ao fim.
 Quando tirei o fone, notei o silêncio no carro. Com a cabeça encostada no vidro, passei a reparar na paisagem, e pensar em tudo que eu deixava para trás: amigos, a casa, o clube onde eu nadava e os parentes, dos quais eu não sentiria tanta falta. Meus tios e avós não eram exatamente agradáveis.

Com três horas de viagem, paramos
para comer em uma lanchonete no posto de gasolina. Não havia ninguém nela,  além da atendente que não aparentava interesse em nos atender .

Meu irmão estava constantemente de bom humor. Ele era apenas uma criança, e não demonstrava qualquer preocupação em deixar o lugar no qual passou todos os seus 7 anos de vida. Lucas brincava com a colher do recém comido bolo, e com a faca do lanche de minha mãe, cortava, em pedacinhos ainda menores, o granulado que restava em seu prato. Nesse momento, meu pai resolveu que era hora de ir.

Ele tinha pressa e, mesmo que chegar antes do anoitecer não fosse uma meta, ficou claro que ele não estava muito animado em entrar em um casarão velho no meio da noite.

Seguimos em uma estrada de chão quando já se completavam 8 horas de viagem. Conforme o tempo passava, havia cada vez menos casas  no horizonte. Eu  já  me perguntava qual seria o nível de isolamento daquela fazenda, afinal, eu tinha que ir a uma escola quando terminassem as férias de verão. Deveria haver algum colégio próximo ao meu futuro lar, se é que se posso chama-lo assim...

Enquanto refletia, como sempre, com a cabeça encostada no vidro, pude ver algo longe, se movendo rápido na grama e adentrando na mata que cobria parte da planície em que se encontrava a estrada . A cena me deu arrepios: um vulto grande demais para ser um macaco - ou mesmo uma pessoa - andava como um homem desajeitado e magro. Meu irmão dormia tranquilamente, enquanto me espremia no canto da janela. Achei melhor não acorda-lo apenas para contar sobre uma sombra, que poderia comumente, ser fruto dos constantes choques da minha cabeça contra o vidro.

“Finalmente” - exclamou o meu pai, parando em frente a uma porteira de ferro coberta por plantas trepadeiras.

Já havia escurecido; O caminho pela frente era repleto de árvores, que impediam a entrada da luz do luar. O farol iluminava alguns metros à frente. Onde parecia  haver um bosque denso cercando a estrada

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⏰ Última atualização: Jan 09, 2018 ⏰

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