Vício

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Onde é que está o convívio?
Aquele calor humano e aqueles risos
Aquelas anedotas e histórias que ficavam na memória?
Já ninguém nos tira deste vício.

Estamos cada vez mais fechados
Cerrados e focados nesta prisão,
Nesta nova nicotina que nos leva à solidão
Que nos tira tanto tempo e da qual não há libertação

Já repararam que, por vezes, meros segundos
Parecem minutos sem a sua presença?
Já ninguém fala, ninguém troca olhares
Parecemos burros destinados a uma sentença

Já não há interação
O normal agora é evitar a socialização
É fingir, fazer parecer
É da realidade esquecer.

Reclusos sempre de cabeça para baixo
Com os braços estendidos e agrilhoados,
Viciados e manipulados, destinados à escravização
Desta alienação que nós próprios criámos.

Desta dependência ninguém nos tira
"Isto agora é epidemia"
Neste novo mundo onde tudo é mentira.

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Olá meus caros Leitores e Leitoras! Como este é o primeiro poema que publico este ano, quero desejar-vos o melhor de tudo! Que tenham muita saúde e encontrem muita felicidade!

Abraço, Luís.

Pensamentos SalteadosOnde histórias criam vida. Descubra agora