Amy se viu sozinha tendo que cuidar sozinha da irmã mais nova quando seu mãe morreu por um tumor no cérebro.
Ela foi abandonada pela pessoa que mais deveria ter lhe ajudado, seu irmão mais velho Gabriel.
Gabriel agora é músico e muito famoso, mas vo...
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Era quase uma da madrugada de sábado quando fui deixada por meus amigos na calçada em frente minha casa e estranhei em ver as luzes da casa acesas. Apesar de ser de noite o clima estava perto do perfeito. Nem muito frio, nem muito quente. Me despedi dos meus amigos e caminhei até a porta aproveitando o vento leve. Não tinha bebido muito, mas tinha dançado bastante aquela noite. Beijei um carinha e depois de altas risadas com meus amigos decidimos terminar a noite cedo. A vizinha estava silenciosa, mas quando ouvi gritos dentro da casa senti um arrepio horrível e corri para a porta. Quando toquei a maçaneta a porta foi aberta com tudo por meu irmão Gabriel. Os gritos cessaram e todos os olhares caíram sobre mim.
Minha mãe estava com o rosto inchado e vermelho provavelmente de tanto chorar, meu pai parecia tremer de raiva e Gabe não estava nem um pouco diferente. Minha irmã mais nova Cassie estava sentada no topo da escada pelo que pude ver e imaginei que também estivesse chorando. Todos estavam em seus trajes de dormir menos Gabe que estava de jeans, tênis, uma camisa cinza e o violão preto nas mãos. Nas costas estava uma mochila.
- O que está acontecendo aqui? - murmurei temendo que mais uma briga entre meu irmão e meu pai tivesse em curso. Era o maldito karma do fim de semana.
- Esse traste do seu irmão! - gritou meu pai enfurecido puxando minha mãe para trás dele - Não quer nada da vida! Insiste em viver em bares e boates a noite toda!
- Você não entende que isso é meu trabalho?! - gritou Gabe em resposta me assustando. Meu pai nunca apoiou seu desejo de viver da música e almejava que ele pudesse administrar a vinícola da família, mas esse não era o sonho do meu irmão.
- Isso não é trabalho Gabriel! - rosnou meu pai apontando o dedo contra ele - Isso é pura vadiagem sua! Não te criei pra ser um perdido e morrer nas drogas!
- Quantas vezes tenho que te dizer que eu não uso drogas?! Eu apenas quero viver da música! Eu não sou nenhum vagabundo!
- É sim! Música não é futuro!
- Você não pode me apoiar uma vez que seja? Você não pode viver seus sonhos porque o vovô te obrigou a trabalhar para ele, então me deixa viver os meus. Eu não sou você! - Gabriel avançou poucos centímetros contra ele enfurecido e eu simplesmente não tinha reação - Eu não vou viver os sonhos de ninguém, eu vou viver os meus! Eu não sou frouxo!
Eu não sabia se tinha visto direito, mas quando vi Gabe levantando o rosto e se recompondo vi que nosso pai realmente tinha dado um soco nele. Quando ele pensou em avançar contra o papai me meti entre os dois.
- Chega! - pedi sentindo as lágrimas começarem a sair - Gabriel, não vale a pena! Por favor... - choraminguei agarrando seus ombros e o chacoalhando vendo que os olhos dele estavam focados ainda no papai.
- Amy... - minha mãe soluçou de um canto qualquer do hall de entrada - Venha pra cá...
- Saia da minha casa e não volte nunca mais! - meu pai ordenou e eu sabia que ele estava extremamente furioso pelas palavras ferinas do meu irmão. Agarrei mais forte os ombros de Gabe como se aquilo o impedisse de ir embora. Os dois tinham ido longe demais.