Bom dia

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Karla Camila Cabello Estrabao Pov

Acordei zonza às cinco da manhã. Preguiça, fome, sono, preguiça, vontade de morrer, crise existencial, eu já mencionei 'preguiça'?

Era tudo o que sentia pelo simples fato de ter que acordar à essas horas da madrugada para ir ao colégio, o que na maioria das vezes, na minha perca de juízo, eu pensava ser algo totalmente inútil na minha vida. Mas tudo bem.

Fiz minha higiene matinal, tomei um banho rápido de uma hora e vinte minutos. Coloquei uma saia rosa rodada com um palmo acima do joelho, uma blusa de botão branca e continuei com minhas havaianas importadas do Brasil.

Desci as escadas e encontrei mamãe e abuela sentadas em suas cadeiras de balanço, tomando chá de camomila, com o bendito mindinho apontado para cima.

— Oh, Karla, bom dia! - Vovó disse desejou com um sorriso gentil.

— Bom dia, queri- Camila! Deus não gosta quando você vai à escola com a saia deste tamanho. Trate de ir trocar, agora! — Mamãe disse apontando o indicador para a escada que levava ao meu quarto.

— Credo, Sinu! — Vovó disse indignada chacoalhando seu sino dourado em direção à minha mãe. Segundo ela, era assim que a chamava atenção, o que fez minha mãe revirar os olhos.

— Oh, mãe, não está tão curto! - Falei formando um bico triste nos lábios.

— Você está andando tempo demais com a pequena Brooke, querida. - Abuela disse para minha mãe, que novamente revirou os olhos.

— Alguém me chamou? - Ouvi Ally gritar da sala. Me aproximei e pude ver a baixinha sentada no sofá que estava de costas, mas ao caminhar até ela, percebi que ela só estava em pé na frente dele mesmo.

— Chegou cedo, Ally. - Disse a puxando para um abraço. Pude sentir ela apoiar sua cabeça na minha cintura.

— Vocês são tão lindas! - Mamãe exclamou ao nos ver da cozinha. — Ally, o que faz ajoelhada aí na sala?

— Eu estou de pé, tia Sinu. - A baixinha indagou. Minha mãe assentiu e caminhamos até a porta. Antes que eu pudesse sair de casa, vi meu pai se aproximando.

— Ei, bom dia, hija. - Papa disse me dando um beijo em minha testa e acenando para Ally que sorriu. — Não demore ao voltar da aula hoje, mama e eu temos uma surpresa pra você.

— Oba! O que é? - Perguntei, ele sorriu.

— Uma surpresa, é uma surpresa. Você saberá quando chegar! Tchau meninas! - Ele disse caminhando até à sala de estar.

— Nossa, Mila, que legal! Depois você vai me contar tudo sobre essa surpresa! - Ally exclamou de algum lugar distante. Por alguns segundos tentei a caçar com o olhar pelo chão e notei que ela ainda estava do meu lado.

— Pode deixar, Ally. Anda, vamos logo para o inferno.

— Karla Camila! Não fale essa palavra, em nome do Senhor! - A baixinha exclamou me fazendo rir. Chamamos o uber que levou apenas três minutos para chegar. Entramos no Jeep Renegade prateado e Ally e eu ficamos boquiabertas ao notar quem dirigia.

A MontadoraOnde histórias criam vida. Descubra agora