"Reiqueijão"

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Após subir com a montadora barra Afrodite, rainha Vênus, dona meu ânus, etc... ela civilizadamente adentrou o batcamila colocando sua caixa de ferramentas sobre o tapete aveludado. O guarda-roupa já estava - desmontado - sobre o chão do quarto, apenas esperando para ser montado. A montadora me encarou e sorriu ternamente, logo encaminhando até as peças do meu sonho encubado. Ela se curvou para analisar as "peças", me dando a visão da bela de uma raba esbranquiçada.

Uau.

Que rabão...

Rabão, cor de requeijão, ai... Meu coração.

— Um rabão de requeijão... — Pensei alto e arregalei os olhos ao perceber, ela me encarou rapidamente e eu torci internamente para que ela não tivesse escutado.

— Ficará aqui mesmo? — Ouvi sua voz rouca e baixa perguntar. Desviei o olhar rapidamente de sua bunda ao notar que tinha sido flagrada, sentindo minhas bochechas queimarem.

— Uh-uhum. — Sorri.

— Seu nariz é bonito. Ela disse me encarando.

— Sério que você acha isso? — Perguntei sentindo meus olhos brilharem. Ela sorriu largamente e assentiu.

— Perfeitamente. Posso tocá-lo?

— Mas é claro! — Poderia ser mais em baixo, mas já é alguma coisa.

Ela se aproximou mantendo uma distância quase nula de nossos corpos, fixei meu olhar em seu indicador que levantou e de forma delicada tocou a pontinha do meu nariz, me fazendo franzi-lo imediatamente, sorri com a língua entre os dentes e a de olhos verdes soltou uma risadinha natal.

— Ele é só mais um item de pura beleza que existe em você. — Ela piscou e retirou seu dedo do meu rosto, me fazendo corar mais ainda. Aquilo com certeza era um flerte, então eu deveria, responder, certo?

— Seu pai é mecânico? — Perguntei.

— É sim, como adivinhou? — Ela perguntou sorridente e curiosa.

— Oh, não foi nada, eu só queria saber se ele era mecânico. — Disse sorrindo.

— E por quê? — Me olhou desconfiada.

— Porque você é uma graxinha. — Respondi imitando a cara de uma capivara. Lauren piscou.

— Hum... Primeiro rabão de requeijão, e agora graxa de mecânico. O que vem depois?

— A gente se beija. — dei de ombros.

— Eu não fui paga para isso.

— Mas eu não estou cobrando.

— Não importa, eu decido. — Respondeu encerrando o assunto. Dirigiu-se até as peças do guarda-roupa e começou a retirar o papelão e o plástico bolha. Logo voltou para sua caixa de ferramentas retirando algumas chaves que para mim eram todas de fenda, já que eu não reconhecia nenhuma ali.

(...)

Alguns minutos se passaram e ela já estava montando algumas peças, um silêncio desagradável predominou o quarto e eu me senti desconfortável. Me sentia humilhada ao ficar perto daquela mulher, a beleza era tanta que eu queria temer que era irreal. Mas não, ela estava ali, montando o meu guarda-roupa.

Sem paciência, resolvi puxar assunto.

— Você me lembra queijo, sabia? — Disse e ela me encarou com um semblante confuso.

— Lembro, é? — Assenti.

— É porque eu logo lembro do rei dos queijos.

— E quem seria o "rei dos queijos"? — Perguntou fazendo aspas com os dedos.

— O "reiqueijão". — Respondi gargalhando. Lauren piscou.

E voltou a atenção para a ferramenta que trabalhava na montagem daquele trambolho.

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⏰ Última atualização: Jan 14, 2018 ⏰

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