O sino da igreja soou pela praça, atraindo a atenção das pessoas que chegavam e logo se aproximavam para adentrar o templo. Do outro lado da calçada, o garotos dos cabelos preto, respirava fundo, apertava o livro em suas mãos — que tremiam —, enquanto tomava coragem para seguir os mesmos passos daquelas pessoas. A frase “eu consigo" soava de uma forma calma em seu consciente, fazendo o garoto erguer a cabeça e em passos curtos, caminhar em direção da igreja. Ele reconheceu algumas pessoas ali, mas ele não queria ser reconhecido e não queria a atenção de ninguém voltada para si.
Seokjin apertou os passos e adentrou o templo. Nos bancos ao lado direito, ele conseguiu ver os seus amigos, bem nas primeiras fileiras de banco. Ele sempre os viu agitados e escandalosos, mas naquele momento, ele nem reconhecia Hoseok, que tinha a cabeça encostada no ombro de Yoongi e brincava com os dedos do namorado. Ao seu lado estava Yoongi, com sua expressão de sempre, mas um pouco cabisbaixo. Taehyung e Jungkook estavam do mesmo jeito que o casal anterior, mas Jungkook tinha os braços envolta do pescoço de Taehyung, que parecia chorar baixo e era consolado pelo rapaz. Seokjin não queria ser visto por eles, ele não estava preparada para isso, talvez nunca mais estivesse disposta a encará-los.
Seokjin percebeu o silêncio que estava o local e se tocou que era o único em pé. A igreja não estava cheia, então era mais fácil de achar lugar. Naeun percebeu a presença de Seokjin e acenou suavemente, tentando atrair a atenção do garoto. Mas atraiu também a dos rapazes que ele queria tanto evitar, que no momento que o olharam, ficaram surpresos e pasmos. Ele andou até Naeun e se sentou depressa. A garota o abraçou apertado e exclamava baixo o quanto sentia sua falta. Naeun era irmã de Namjoon. Naeun era idêntica a Namjoon. As covinhas, os olhos e até o sorriso. Aquilo matava Seokjin. A família de Namjoon percebeu a presença de Seokjin ali, mesmo o rapaz não vendo, eles presenciaram o abraço de Naeun e sorriram.
O padre subiu ao púlpito e todos se colocaram de pé, iniciando uma simples e rápida oração. Ao se sentar, Seokjin pode notar o objeto no púlpito, objeto que acelerou o coração do moço e fez lágrimas salientes rolarem em seu rosto. Ele apertou as mãos no jeans, de forma agressiva e fechou os olhos com força, de forma que impedisse as lágrimas de descer. Ele sentiu algo frio tocar sua mão esquerda e ele levantou sua cabeça, curioso, vendo Jimin. Ele transmitia um olhar de saudade e tristeza, fazendo toda culpa que Seokjin reprimia fosse cuspida só com um olhar. Ele estava em transe, até ele apertar sua mão a fazendo olhar para a igreja e ver que todos estavam ajoelhados, até o padre. Seokjin fez o mesmo e fechou os olhos.
Seokjin não conseguia ficar de olhos fechados naquele local. Era impossível conter as lágrimas. Seu olhar se voltou ao púlpito e o viu. Namjoon. A foto dele bem enquadrada ao lado do caixão. Aquilo quebrou o coração de Seokjin em milhões de pedaços. Era uma imagem sua sorrindo, um sorriso que destacava bem suas covinhas, os olhos quase fechados e o cabelo os cobrindo. Seokjin vasculhou sua mente a procura de momentos onde ele tenha tirado aquele mesmo sorriso de Namjoon. Momentos que não voltam mais. Naquele momento ele já soluçava alto, ecoando pelo templo e ele não estava nem ligando. A dor em seu peito era tanta, ele queria arrancá-la de lá a qualquer custo. Ele não aguentava mais. Ele carregava culpa com si, mágoa, raiva e lágrimas. Seokjin só queria ter a chance de estar novamente nos braços de Namjoon, como a 1 ano atrás, que eles riam a vontade e se amavam.
Com o resto de força que ele tinha, se levantou as pressas, pulou Jimin — quase caindo de cara no chão. — e correu igreja a fora. Ele continuava a correr, não ligando se as pessoas o consideravam louco ou se tinha alguém o seguindo. Ele só queria ficar sozinha. De tanto correr, ele visualizou o prédio alto, em cor azul marinho, no final da rua e continuou a correr até lá. Entrou no prédio as pressas, ignorando o porteiro que a tentava impedir e correu até as escadas. O terceiro andar nunca pareceu tão longe para Seokjin como naquele momento. No final do corredor, ela o avistou, e andou — dessa vez — até a frente do apartamento. Ele tateou o bolso a procura de suas chaves e rezou para que a fechadura continuasse a mesma. Mais lágrimas desceram no seu rosto, quando a chave entrou e a porta se abriu em seguida. Namjoon não tinha trocado as fechaduras.
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heaven; namjin
Fanfictiono céu mal podia esperar por você então vá em frente, vá para casa.