Jantares beneficentes eram maçantes de um jeito que só um prego embaixo da unha poderia começar a explicar. Muita gente hipócrita reunida por metro quadrado, todas munidas com seus falsos soluços de emoção sobre causas que elas simplesmente ignoravam o ano todo, mas quando subiam naquele palanque para darem seus discursos, deixavam Madre Tereza de Calcutá orgulhosa de tamanha benevolência.
Mal podia ver a hora de voltar para casa, tirar meus sapatos e poder falar mal de todos em voz alta no meu quarto.
Estava sozinha naquele ninho de cobras, Noah deu qualquer desculpa sobre não poder ir, algo que interpretei como não estar tão pronto para ser inserido daquela maneira na minha vida. E a verdade era que eu queria mesmo que ele não fosse.
Seria estranho dar um passo daqueles com um cara que não tinha rosto na minha cama. Não que ele fosse um homem ruim, longe disso, Noah era uma pessoa maravilhosa. Contudo minha vagina não parecia pensar o mesmo, o que era uma pena, pois ela não tinha qualquer receio de ovacionar de pé outra pessoa.
Já haviam se passado três semanas e eu ainda não havia ouvido qualquer palavra da boca de Harvey. Depois daquela cena reprovável no escritório, eu passei a evitar qualquer contato a sós.
Se ele estivesse na copa isso significava que eu teria uma dor de cabeça incomoda até o final do dia, pois eu pularia o cafezinho para não passar em seu caminho. Se eu o visse na mesa de Alissa voltava para minha sala mesmo que estivesse atrasada para algum serviço na rua. Mas eu tentava ver pelo lado bom, minhas coxas estavam ficando tonificadas, frutos de subidas e descidas pelas escadas, tudo para não correr o risco de ficar presa em uma caixa de metal por cinquenta segundos com ele sem querer.
Entretanto, meu pique-esconde unilateral não me impedia de espreitar de longe a forma como ele se movia como um lorde pelos lugares. Quem o via todo elegante em seu terno de marca e perfume caro não podia imaginar o estrago que ele podia fazer com uma calcinha sem muito esforço.
Até mesmo ali meus olhos varreram o lugar atrás dele. Não tenho muito orgulho em admitir que mordi meus lábios ao vê-lo duas mesas de distância, sorrindo e conversando com algumas pessoas, e mantive meu olhar sobre sua figura vistosa, distraída demais para poder desviar quando seus olhos me encararam de volta.
Segurei um engasgo quando um sorriso maldoso se desenhou em seus lábios e ele levantou sua taça de champanhe em minha direção como se me cumprimentasse. Limitei-me a sorrir duro em resposta e olhar para o outro lado fingindo que a conversa sobre Milão das duas senhoras que estavam na minha mesa era um tópico interessantíssimo.
Eu deveria saber que ele nunca perderia uma oportunidade de tripudiar, mesmo com nosso acordo. Mas mesmo assim fiquei surpresa quando a cadeira vaga ao meu lado foi arrastada e o cheiro forte de perfume masculino me envolveu.
- Boa noite, senhoras. - chamou a atenção das mulheres, que soltaram um risinho derretido, e então se virou para mim. - Senhorita.
- Boa noite, senhor Woods.
- Aproveitando a noite?
- Apenas esperando o leilão começar para poder ir embora na surdina.
- E seu namorado, onde está? - perguntou, sua voz grossa e profunda fazendo eu me remexer desconfortável na cadeira. Seus olhos travessos esquadrinhando cada centímetro do meu rosto como se procurasse algo ali.
Pigarreei tentando mover o caroço que se instalou em minha garganta e bebi um gole do meu champanhe já quente.
- Ele teve uma emergência no trabalho e não pode vir.
Harvey juntou as sobrancelhas como se estivesse surpreso com minha resposta.
- Então seu encontro foi um sucesso, suponho.
Parte de mim - está localizada especificamente entre minhas pernas - quis interpretar seu tom como decepcionado por sua psicologia reversa (aparentemente) não ter tido efeito. O resto de mim apenas dava risada achando hilário o fato de eu não conseguir tirar Harvey da minha cabeça nem para me masturbar em paz.
Mandei as duas partes se calarem, me concentrando em não tomar aquele rumo. Eu era ótima em me jogar de cabeça em pessoa rasas, ainda não ter tido um traumatismo craniano era um grande milagre para mim. E algo me dizia que ali era o poço perfeito para quebrar meu pescoço.
- Foi ótimo. - concordei - Mas ele não é meu namorado. - A urgência de consertar aquilo me atingiu, quase como se eu me importasse com sua opinião.
Seus olhos verdes brilharam de um jeito diferente e se antes ele já tinha um olhar predador, depois da minha sentença ele parecia um felino sendo provocado por um cervo.
- Não?
- Não exatamente. Estamos nos conhecendo ainda. - Emendei, sentindo-me subitamente quente com seus olhos presos em mim.
A conversa ao nosso lado havia se silenciado, as senhoras tinham os olhos grudados sobre o loiro, provavelmente se perguntando o que teriam que fazer para também conseguir um pouco de atenção.
Harvey torceu os lábios em um sorriso satisfeito com minha resposta. Arrastou sua cadeira subitamente e se pôs de pé. Estava pronta para saltar de minha cadeira e perguntar o que havia de errado, mas então sua mão foi estendida em minha direção.
- Nesse caso não há mal em te chamar para dançar uma música comigo.
Escárnio e indelicadeza eram tratamentos que eu sabia lidar, contudo sorrisos prestativos e olhares esperançosos faziam com que os fusíveis dentro da minha cabeça entrassem em curto e eu perdesse a resposta. Encarei sua mão, atônita, e pisquei longamente antes de uma das senhoras tomar a iniciativa e cheia de risinhos empurrar meu ombro delicadamente.
- Aceita, boba.
Antes que eu pudesse balbuciar qualquer coisa em resposta, a banda, de maneira mais que oportuna, cessou a música de súbito. Alguém no grande palco bateu o dedo contra o microfone anunciando que o leilão teria início.
- Agradeço a oportunidade, mas essa é minha deixa. - Apontei para o homem gordo e rosado no palco enquanto me levantava agarrando minha bolsa de mão perto do meu corpo. - Em uma próxima ocasião serei toda sua.
Só entendi o teor de minhas próprias palavras quando Harvey lambeu o lábio inferior parecendo deliciado com o desafio. Quis me corrigir, mas tornaria tudo mais humilhante, ainda mais com as senhoras enfeitiçadas a mesa. Senti meu rosto arder com a vergonha e optei por engolir a seco e sumir logo dali.
- Aproveitem a noite, já estou indo. - resmunguei antes de dar as costas e sair sem esperar a resposta.
Caminhei rápido em cima de meus saltos e estava próxima de alcançar as portas principais que levavam para o elevador quando meu braço foi vítima de um aperto firme que me obrigou a parar. Virei pronta para enfrentar os olhos do predador, mas qual foi minha surpresa ao avistá-lo no fim do corredor caminhando lentamente com as mãos no bolso, enquanto Mark Finnigan segurava meu braço com seu sorriso elegante preso no rosto.
- Lexie, querida, já estava indo embora?
Um sorriso amarelo se desenhou em meu rosto e pisquei para o homem. Harvey estava parado a três passos de nós apenas observando em silêncio.
- Uau! Você está muito linda. - elogiou antes que eu pudesse responder. Ele então pareceu perceber o homem atrás de nós e sorriu cúmplice para ele. - Ela está linda, não está, Harv?
- Divina. - concordou o loiro.
- Vocês já estavam indo embora? - Mark tinha os olhos maliciosos passeando de um para o outro como se montasse sua tese.
- Na verdade, sim. - Harvey respondeu curto e sorriu sacana em minha direção, fazendo algo em meu interior se contorcer e minhas bochechas afoguear de vergonha ao mesmo tempo.
Mark apenas riu e balançou a cabeça como se achasse muita graça na situação. Puxei meu braço delicadamente de volta e ele sorriu amável em minha direção.
- Antes de ir vocês podiam tirar uma foto juntos, vai ser bom para a publicidade.
Sem esperar uma resposta ele chamou pelo fotógrafo que passava no final do corredor. Olhei desesperada para Harvey, não queria tirar foto nenhuma, aliás queria manter uma distância saudável do homem para não cair na tentação de fazer alguma burrada.
Meu chefe conversava animadamente com o fotógrafo quando ergui meu queixo para olhar Harvey ao meu lado com seu sorriso malicioso ainda preso no rosto. Dois passos e ele já estava ao meu lado e esticando sua mão em direção ao meu rosto. Seu dedo roçou em minha bochecha levemente e então, de forma delicada, colocou uma mecha de meu cabelo atrás da orelha, seus olhos encarando no fundo dos meus e eu não conseguia desviar. Estava perdida dentro daqueles verdes profundos e sentindo o mundo estupidamente esvanecer ao redor.
Então um flash estourou de repente, me fazendo piscar assustada e encontrar Mark com seus braços cruzados parecendo satisfeito com o que o fotógrafo havia capturado.
- Só mais uma e já deixo vocês irem sapecar em paz. - soltou brincalhão, me fazendo engasgar e abrir a boca horrorizada.
- Nós não... - não pude concluir minha negativa, o loiro enlaçou minha cintura me puxando mais para perto, fazendo o ar escapar dos meus pulmões. Um riso rouco lhe escapou e só me restou me ajustar ao seu redor e tentar parecer o mais profissional possível.
O flash estourou novamente e antes que eu pudesse piscar, o fotógrafo já estava indo embora. Mark deu um tapinha no ombro de Harvey e me deu uma piscadela antes de ir embora sem uma palavra. Soltei-me do loiro sem entender muita coisa do que havia acontecido e segui em silêncio para o elevador que me esperava aberto.
Woods entrou sem dizer uma palavra e se encarregou de apertar o botão para o térreo.
As portas fecharam e meu coração disparou ao vê-lo olhando para mim pelo reflexo das portas de aço do elevador.
Virou-se de repente e caminhou em minha direção, deixei minha bolsa cair quando ele, sem aviso, agarrou meus cabelos e me puxou para sua boca.
Faminto ele me devorou, apertando-me contra a parede fria, varrendo cada centímetro da minha boca com sua língua. Só tive tempo de cravar minhas unhas em seus ombros sobre o paletó do terno e deixar um gemido rolar por entre meus lábios. Uma mordida em meus lábios e eu estava derretida em suas mãos.
No fundo da minha cabeça ouvi o leve bip ecoar pelo pequeno espaço, mas nada realmente chegou a penetrar minha mente até o pigarro alto soar do lado de fora. Atordoada, empurrei Harvey e foquei na porta já aberta, um casal sorriu cúmplice para nós e percebi, morta de vergonha, que já estávamos em nosso andar.
Peguei minha bolsa em completo desconcerto e deixei o loiro, que ria sem vergonha, me guiar pelo saguão do prédio.
- Preciso chamar um táxi. - informei quando alcançamos a rua e ele apenas me puxou mais para perto, me abraçando pelos ombros.
- Eu te levo.
Eu queria seguir sem questionar nada, deixar tudo em sua casualidade, mas aquilo soava tão errado. Todas as vezes que Woods gritou comigo ou tentou me diminuir sambaram atrás dos meus olhos e logo me vi estancando no lugar.
- O que está acontecendo? - perguntei, segurando firme em seu pulso, obrigando-o a parar e me olhar.
- Como assim 'o que está acontecendo'? Eu acho que é bem óbvio. - retrucou risonho.
- O que você quis dizer aquele dia com precisar de um lembrete pra te manter afastado? - soltei de súbito e em resposta ele apenas respirou fundo, tentando colocar a cabeça no lugar.
- Não vem ao caso agora, Alexandra. Vamos, meu carro está no fim da rua, depois conversamos sobre isso.
Harvey tentou me puxar novamente pelo braço, mas me soltei e dei um passo para trás, parando na porta do prédio, o porteiro ao meu lado nos encarando confuso.
- Não. Vamos conversar sobre isso agora. - insisti, sabendo que dependendo da sua resposta nem entraria naquele carro.
Silêncio pairou entre nós por um longo minuto. Sua boca abria e fechava incerta sobre falar alguma coisa, fazendo-me finalmente cair em mim e entender que ele apenas queria entrar em minhas calças e eu, até aquele ponto, apenas estava facilitando tudo graças as minhas fantasias.
- Certo. Isso foi um erro. Vou entrar e pedir um táxi. - suspirei, desapontamento me inundando. Não deveria me sentir desiludida, era de Harvey Woods de quem estávamos falando, mas parte de mim ainda queria acreditar que talvez eu fosse algo de especial ou diferente.
O porteiro abriu a porta do saguão todo solícito quando me virei em sua direção e então eu fiz minha caminhada da vergonha, sem ao menos ter transado, para o balcão da recepção e pedir o telefone emprestado.
- Boa noite, querida. Você poderia pedir um carro para mim? - pedi educadamente para a moça atrás do balcão. Ela assentiu e sua mão chegou a tocar no aparelho, mas não o puxou, seus olhos castanhos se fixaram para algo atrás de mim. Virei-me já sabendo quem encontraria.
Sorri sem vontade pra sua carinha de cachorro que caiu do caminhão da mudança e tentei manter meu nariz erguido.
- Acho que já falamos tudo que tínhamos para falar, Harvey.
- Não, não falamos. - disse em um tom profundo e eu revirei os olhos, cansada demais para fingir que não estava chateada. - Você queria saber por que eu precisava de um lembrete pra me manter afastado.
Ele apenas ficou me encarando por alguns segundos, como se procurasse a melhor maneira de por aquilo na mesa. Minhas sobrancelhas se ergueram tentando, além de incentivá-lo, mostrar o quanto eu estava impaciente com a demora.
- É porque eu sei que uma noite não vai ser o suficiente pra te tirar da minha cabeça e eu iria cair tão fácil. - disse enfim, me fazendo segurar o ar dentro de mim. - Mulheres como você mastigam até os ossos e cospem fora, não ia sobrar nada de mim depois.
- E o que te fez mudar de ideia?
- Aquele elevador, eu te segurar lá. Eu entendi que não era uma questão de cair por você. Eu já estava no chão há muito tempo.
Verdade refletia em seus olhos verdes. Meu garotinho alfabetizado havia colocado as cartas na mesa e eu estava sem palavras para falar qualquer coisa. Esfreguei meu rosto aturdida e ele segurou meu braço no ar.
- Você está usando o presente. - indicou a pulseira.
- Não quer dizer muita coisa, ela era muito bonita para eu deixá-la escondida dentro de uma caixa. Além disso, combina com meu vestido. - dei ombros e logo a garota no balcão limpou a garganta chamando nossa atenção.
- A senhora ainda precisa que eu chame um táxi?
- Sim.
- Não.
Falamos ao mesmo tempo. Virei emburrada para Woods e lhe dei um olhar sujo.
- Não será necessário. - disse por mim, segurando delicadamente meu braço - Não seja tão caprichosa, Lexie. - Meu apelido dançou em sua língua enquanto ele me puxava mais para perto. - Eu te deixo em casa, não quero nada em troca.
Com minha mão em seu abdômen, com o claro propósito de não deixá-lo tão perto, ergui o queixo para ele e apertei os olhos, me dando por vencida.
- É só uma carona, não ache que vai ganhar a noite.
Ele deu o sorriso mais charmoso que já tinha visto e eu soube que ele ganharia sim a noite.
Mas não mais do que eu.
Harvey se esforçou em ser um cavalheiro o trajeto todo enquanto eu indicava o caminho. O carro parou em frente à minha casa, o motor ainda funcionando quando tirei o cinto e me virei para ele.
- Você realmente quis dizer aquilo ou só queria entrar nas minhas calças? - perguntei desconfiada.
Uma risadinha encheu o carro e ele suspirou antes de responder:
- Sim. Eu quis dizer aquilo.
- Ótimo. - ponderei lentamente e abri a porta do carro já saindo. - Desce.
- Perdão?
- Eu mandei você descer. - me curvei para dentro do carro falando por baixo do fôlego no tom mais sensual que consegui reproduzir, tendo a certeza de que ele estava tendo uma bela visão do meu decote.
Antes de bater a porta vi seu sorriso sacana se desenhando. Já estava abrindo a porta do carro quando senti sua mão em minha cintura e algo pressionando entre minhas nádegas. Terminei de abrir e entramos, ele beijando meu pescoço me distraindo dos meus planos.
Mas não o suficiente.
Virei-me depois de bater a porta, puxando os cabelos da sua nuca e mordendo seus lábios, chupando-os com vontade antes de beijá-lo com selvageria. Fomos caminhando às cegas pela sala, minhas mãos tão perdidas em seu corpo quando as dele no meu.
O empurrei no sofá, fazendo cair sentado e montei em seu colo sentando com força, fazendo-o arregalar os olhos. Harvey se ocupou em levantar meu vestido, os dedos dedilhando as bordas da minha calcinha, enquanto eu tentava focar em desfazer o nó de sua gravata.
Minhas costas arquearam e uma lufada de ar escapou de minha boca quando seus dedos invadiram o fundo de minha calcinha acariciando o lugar que implorava por atenção há dias. Choraminguei, deixando minha cabeça cair em seu ombro sabendo que deveria estar pingando.
- Isso, seja uma garota boazinha, Lexie...
Gargalhei contra seu terno mesmo com dois de seus dedos enterrados em mim. Eu não seria uma garota boazinha, não mesmo.
Mesmo com meus olhos querendo fechar para aproveitar seu toque fiz meu melhor para desabotoar sua camisa e alisar seu peito musculoso. Beijei a pele exposta enquanto ele castigava meu clitóris o circulando com a ponta do dedo, enviando espasmo para todos os lados do meu corpo. Eu estava tão perto, poderia esperar meu prêmio antes de colocar meus planos em prática.
Mais algumas investidas e eu rebolei contra a palma da sua mão lhe dando o sinal para ir mais rápido. Um beliscão no lugar certo e eu vi estrelas, mordi seu pescoço e tive a certeza de que gemi seu nome, tudo ao mesmo tempo. Harvey levou os dedos à boca, chupando cada um deles com lentidão enquanto me olhava com presunção.
- Vamos brincar, Doutor Woods. - murmurei, o empurrando contra o encosto do sofá, levantei seus braços até as grades do balcão que separava a cozinha da sala e logo puxei sua gravata medindo sua reação. - Já brincou disso?
- Não, senhora. Mas posso brincar hoje. - respondeu safado.
Dei-lhe um beijo como recompensa e juntei seus pulsos, os restringindo com a gravata de seda de uma maneira que não o machucaria.
- Se você se sentir desconfortável ou não quiser mais brincar, você pode me dar sua palavra de segurança.
- E qual é? - perguntou com curiosidade brilhando em seus olhos.
- Alphabet boy. - disse depois de pensar alguns segundos e não pude deixar de rir.
Harvey me olhava por trás dos olhos semicerrados, mordendo de leve os próprios lábios, curioso enquanto eu lentamente me desfazia dos botões de sua camisa. Abaixei minha boca para a pele que ia aparecendo deixando um rastro de batom conforme descia até onde o cós de sua calça. Por cima do tecido mole eu podia ver perfeitamente o tamanho do seu desejo em alto relevo suplicando por contato.
Ajoelhei-me a sua frente e sorri maldosa para o sorrisinho prepotente desenhado em seu rosto. Deslizei a mão pelo volume, acariciando-o delicadamente antes de segurá-lo com vontade, o que fez o loiro dar um pequeno pulinho assustado no lugar e arregalar os olhos para mim.
- Vamos ver o quanto o poderoso doutor Woods aguenta. - murmurei ao mesmo tempo em que tirava o botão da casa e puxava sua calça e cueca para baixo. Como um perfeito cavalheiro ele dignou-se a levantar o quadril para facilitar.
Joguei as peças, assim como seus sapatos, para o outro lado da sala e então levantei a cabeça para admirar a linda cena a minha frente: Harvey Woods sentado em meu sofá vestido somente com sua camisa social, os gominhos em sua barriga tencionados e manchados de batom, os pulsos amarrados logo acima da cabeça, o pau imponente e impressionante ereto me saudando entre suas coxas douradas e fortes. Com a boca cheia d'água, levantei-me para morder seus lábios, seus olhos ansiosos gravando cada movimento meu, fazendo com que eu me sentisse gloriosa por manter aquele homem em meu controle.
- Vai me torturar, senhorita Sanderson?
- Para você é doutora Sanderson, querido. E sim, eu vou te torturar.
- Promessa é dívida. - riu nasalado e jogou a cabeça para trás quando segurei a base de seu membro com firmeza.
- Eu vou fazer você engolir esse seu risinho prepotente, nem se preocupe. - murmurei, me pondo de joelhos outra vez entre suas pernas.
Suguei a glande sem qualquer aviso e ouvi o homem ofegar e arquear as costas. Meus olhos estavam presos em seu rosto enquanto lambia toda a extensão de seu pau até as bolas com a ponta da língua. Quando o enfiei quase inteiro na boca, ele lutou para soltar as mãos puxando-as para baixo. Consegui ler em seus olhos a urgência de enfiar os dedos entre meu cabelo e me forçar para baixo. O chupei um pouco mais e ronronei com seu pau na boca, fazendo-o apertar os olhos e fechar as mãos com força.
Sua respiração estava pesada e eu podia sentir que ele gozaria logo. Chupei-o uma última vez antes de me afastar e receber um grunhido em retribuição.
- Só mais um pouco, Lexie.
- Não. - sorri, limpando o canto da boca, ficando em pé novamente. Harvey bufou e tentou puxar as mãos outra vez. - Seja um bom garoto e fique quietinho enquanto eu vou buscar uma coisinha no meu quarto.
Não ouvi sua resposta ou vi qualquer expressão, corri em meu quarto e peguei a caixa plástica que mantinha na última prateleira do closet.
Quando voltei ele me olhava dividido entre estar curioso e amedrontado para o que eu trazia em meu colo. Sorri tentando acalmá-lo e retirei a vela vermelha e seu acendedor de lá de dentro. Os olhos verdes cresceram para mim e ele gaguejou quando falou:
- Você vai usar isso em mim?
- Alguma objeção?
- Vai me queimar, Sanderson?
Deixei a vela acesa sobre a mesa de café no meio da sala e voltei-me para ele, beliscando a pele fina logo abaixo de suas costelas arrancando um murmuro do homem.
- Você não me chama de Sanderson, como eu mandei me chamar?
- Doutora Sanderson. - grunhiu não muito satisfeito com meu beliscão, mas também não pareceu menos empolgado.
- Bom garoto. - alfinetei - Se errar meu nome outra vez você vai preferir um beliscão em vista do castigo que vou te dar.
- O que você vai fazer se eu errar? - pirraceou esticando-se em minha direção, o sorriso prepotente ainda lá me desafiando.
Curvei-me em sua direção, meu sorriso tão sacana quanto o seu e o empurrei de volta ao seu lugar.
- Vou te colocar contra a parede e te dar umas palmadas até você aprender.
- Eu gosto da premissa. - sussurrou.
- Não mais do que eu. - respondi no mesmo tom, mordiscando seu lábio inferior antes de voltar para a vela que havia deixado na mesa.
A cera já estava meio derretida e eu salivando para vê-la escorrer pela pele dourado do homem. Virei-me em sua direção e seus olhos se estreitaram em direção ao objeto vermelho em minhas mãos.
- Vai me queimar? - repetiu a pergunta, um tom urgente em sua voz, como se realmente estivesse assustado com a ideia.
- Não vou te queimar. - apaziguei - Você vai gostar, vou pegar leve se você for bonzinho. Agora para trás, encoste as costas na almofada e cale essa boca. Você só fala se eu pedir ou se for pra falar a palavra de segurança, caso contrário eu vou ficar muito feliz em castigar essa sua boquinha linda. Entendido?
Woods balançou a cabeça em confirmação entrando de vez em sua personagem. E eu me coloquei em minha posição, novamente entre suas pernas, mas em pé, a vela esticada a minha frente na altura dos meus ombros. Meus olhos travados nos seus quando a virei e deixei o primeiro fio escorrer, fazendo um risco vermelho descer por seu peito. Seus olhos e boca se apertaram e um gemido lhe escapou, ronronei de prazer com sua reação.
- Ruim? - testei para saber se deveria continuar.
- Bom. Muito bom. - gemeu em resposta.
Um sorriso ridículo se fez em minha boca e então me pus a derramar mais cera em sua pele recebendo um gemido entrecortado cada vez que o calor o atingia. Derramei em sua barriga, pouco acima da virilha, então derrubando primeiro na coxa direita até ficar satisfeita e então na esquerda.
O loiro tinha a cabeça jogada para trás e os olhos bem fechados, parecendo saborear cada pequena sensação que o dava. Eu gostava da cena mais do que queria admitir.
- Você está se sentindo bem?
- Sim. - ele respondeu ofegante ainda sem abrir os olhos.
- Ótimo. Lembra nossa palavra?
- Sim.
- Bom garoto.
Levei meus dedos em direção ao zíper do vestido puxando-o para baixo. Ao ouvir o barulho seus olhos se abriram em minha direção e eu apreciei a atenção. Deslizei a peça lentamente por meu corpo revelando meus seios nus e eriçados e então a calcinha minúscula que usava por baixo. Chutei o vestido para o canto ficando apenas com os saltos nos pés, observando Harvey lamber os lábios ao correr os olhos por meu corpo nu logo a sua frente.
- Gosta do que vê? - o tom lascivo foi intencional ao sentar-me em seu colo e apoiar as mãos em seus ombros.
- Muito.
- Estou vestida como uma prostituta bêbada? - provoquei.
Seus olhos desceram para meus seios a poucos centímetros de seu rosto. O sorriso devasso se fez presente.
- Não.
- Estou vestida como o que então?
Harvey lambeu os lábios antes de falar:
- Como a mulher que vai ser minha ruína.
Gargalhei com seu tom sério jogando a cabeça para trás. Seu pau duro cutucando o fundo da minha calcinha molhada tirando minha concentração.
- Você está malditamente certo, Woods. Agora me beije. - sussurrei contra seus lábios antes que ele lambesse minha boca e me beijasse com volúpia.
Minha cabeça girava conforme seus lábios trabalhavam contra os meus e sua língua tentava tirar tudo de mim. Ele parecia faminto ao me devorar e frustrado tentando puxar as mãos para me tocar. Empurrou seu quadril contra mim acertando um ponto que me fez gemer contra sua boca e o querer dentro de mim logo.
Aproveitei sua distração para arranhar a cera para fora de seu peito com vontade. Então foi sua vez de gemer contra mim e largar minha boca para jogar a cabeça para trás. Minhas unhas foram vorazes em arranhá-lo novamente, desta vez na barriga enquanto lambia seu pescoço. Seus braços tremiam ao puxar-se para baixo fazendo minha prateleira ranger em reclamação. Uma mordida em seu maxilar e ele voltou ao seu papel.
Rebolei contra seu pau para provocá-lo, mas a essa altura eu também me sentia torturada. Ele investiu contra mim e eu quase silvei com a sensação quente que se espalhou em meu ventre.
- Por favor. - suplicou e eu ri contra seu pescoço.
Queria ter a gana de torturá-lo um pouco mais, mas eu precisava daquilo tanto quanto ele.
Harvey rangeu os dentes no segundo em que afastei minha calcinha e deslizei lentamente por seu pau, tão molhada que não fiz qualquer esforço para acomodá-lo dentro de mim. Parei por um momento somente para apreciar a sensação de tê-lo me preenchendo completamente. Parecia com o céu, mas sentia-se quente como o inferno. E eu estava amando aquilo.
Agarrei os cabelos de sua nuca e o obriguei a me olhar antes de lhe dar o sorriso mais sujo da noite e começar a cavalgar como uma amazona em seu pau. Não queria nada de baunilha, descia violenta contra suas coxas enquanto o beijava da melhor maneira que podia. Precisava gozar sentindo meus músculos o apertando por dentro, desenhando sua forma em mim, assim poderia finalmente dar um descanso para minha imaginação.
Parei por um segundo para tomar meu fôlego e aliviar a pressão que sentia nas coxas pela força. Foi quando Harvey, sem vergonha alguma, me fez gritar de prazer e ver estrelas pela segunda vez, ao lançar o quadril para frente com força, golpeando com destreza o ponto mais certo possível em mim. Mantive-me parada apoiada em seu ombro enquanto o sentia escorregar para dentro e para fora, mole demais para fazer qualquer coisa que não fosse desfazer o nó que mantinha seus pulsos juntos.
Quando se percebeu livre Harvey riu e mudou nossas posições me jogando de costas no sofá e arrancando sua camisa manchada de cera. Segurou-me pela nuca com gana, me beijando com força para logo em seguida me penetrar sem aviso algum arrancando um grito meu. Ele me fodeu com força, juntando meus joelhos e levando minhas pernas para cima de seu ombro. Uma de suas mãos se ocupou em apertar meu seio enquanto a outra massageava meu clitóris carente.
Harvey sabia exatamente onde me tocar, mesmo sem nunca ter feito isso antes e eu já estava perto de gozar uma terceira vez, mas não queria do seu jeito. O empurrei pelo peito com a ponta do pé virando de costas para ele no sofá. Ele foi rápido ao ficar em pé e se encaixar e meter com violência em mim. Puxou meu torso contra seu peito, segurando firme em meu seio e mordendo meu ombro ao mesmo tempo.
- Me sufoca. - ordenei, sentindo minha voz tremer.
- O que? - perguntou confuso.
- Eu quero que você me estrangule. - fui clara. - Segura no meu pescoço e me fode com força.
Um rugido foi a resposta que recebi antes de sua mão grande e forte apertar meu pescoço com vontade. Arfei e fechei os olhos com força ao sentir ele ainda mais fundo e pesado contra mim, castigando minha bocetä com o mais puro deleite. O nó em meu ventre se apertou ainda mais, pronto para romper e como um adivinho o homem estendeu seu polegar sobre meu clitóris desenhando círculos sobre ele.
Então eu entrei em curto e me desfiz em milhões de pedacinhos voando pelo céu. Talvez eu tenha gritado um nome, talvez eu tenha me jogado para trás sem ar e com os joelhos moles demais. A única certeza que eu tinha era que minha pele estava pegando fogo, formigando e elétrica, tudo ao mesmo tempo. Harvey falou algo atrás de mim, mas não fui capaz de processar algo além do beijo na base da minha nuca ou a forma como ele se desmontou sobre mim, tão suado e fodido quanto eu, nossas peles deslizando úmidas sobre o sofá arruinado.
Como uma boneca de pano, sem qualquer junta funcionando corretamente, fui arrumada sobre o sofá, virada de barriga para cima com cuidado e então puxada sobre o peito do loiro.
- Você está bem? - perguntou, levantando meu queixo em sua direção, os olhos preocupados vasculhando por algo errado.
Sorri mole e estiquei a mão por seu peito cheio de pedaços de cera presos.
- Estou. E você?
- Acho que não posso confiar nas minhas pernas nesse momento, mas estou bem sim. - disse risonho, me apertando contra si.
- E tem alguma coisa que você não gostou?
- Você está brincando? Eu já quero fazer isso outra vez!
Achei graça em sua disposição, uma vez que eu estava um trapo. Como recompensa dei um beijinho em seu maxilar. Harvey por sua vez me puxou mais para cima para um beijo que destoava completamente de nossa cena. Carinhoso e delicado, a mão suave acariciando meu pescoço. Sorri contra sua boca satisfeita.
- Eu não te machuquei, não é? Digo, quando apertei seu pescoço. - sussurrou quando afastou sua boca de mim.
- Você está brincando? - o imitei fazendo graça - Eu já quero fazer isso outra vez. A noite toda de preferência.
Woods gargalhou gostoso e eu não me aguentei em imitá-lo mais uma vez.
- Quem diria, a doutora Lexie Sanderson com sua carinha de princesa curte brutalizar. - soltou em um tom ainda desacreditado e cheio de graça.
- Quem vê cara não vê açoite, querido. - dei ombros como se não fosse nada, arrancando mais uma risada sua - Mas muito me surpreende logo você ser um submisso tão bom.
- Eu fiz pelo prêmio. - respondeu com desdém.
- Aposto que fez. - concordei, achando graça e virei-me sobre seu peito deixando meu cabelo emaranhado cair sobre meu rosto. Os olhos brilhantes de Harv desceram carinhosos por mim e ele delicadamente colocou uma mecha atrás da orelha e me puxou para um selinho.
- Droga, eu sabia que te ter uma vez não seria suficiente. - reclamou, jogando sua cabeça contra o sofá - Libere meu pau sofredor desse feitiço, eu te imploro.
- Infelizmente não vai rolar. - fiz minha melhor cara de pena - Eu ainda quero transar no chuveiro e uma dar rapidinha na minha cama antes de te devorar e cuspir seus ossos.
- Eu posso, pelo menos, mijar antes?
Gargalhei pelo que deveria ser a enésima vez, depois de ter gozado como uma campeã até assistir um carrasco arrancar minhas unhas seria divertido. Beijei-o novamente e ficamos nos enrolando no sofá por algum tempo antes de irmos nos aventurar no chuveiro. E também na cama. Por boa parte da noite.
Não era cedo quando acordei com a cama vazia, já passava de meio dia, mas a estranha sensação de sentimentos misturados dentro de mim me deixava confusa.
Parte de mim estava aliviada de não acordar ao seu lado, entretanto, a outra parte, a que eu gostava de chamar carinhosamente de Ridícula, se encontrava desapontada por não ter ganhado um beijinho de bom dia sequer.
Tentei ignorar Ridícula jogando as cobertas para o lado e indo para o banheiro para tomar um banho de verdade e começar meu dia mesmo contra vontade e ocupar minha cabeça com outras coisas.
A princípio o cheiro de comida não me despertou nenhuma curiosidade, afinal eu tinha vizinhos e esse era o horário. Foi o barulho de louça batendo que chamou minha atenção. Barulho vindo da minha cozinha. Fui até lá dentro do robe felpudo de banho e a toalha branca enrolada nos cabelos, pé ante pé com curiosidade me comendo por dentro.
Harvey estava parado de costas para porta mexendo compenetrado em uma panela sobre o fogão, usando somente sua cueca e meu avental cor de rosa cheio de cupcakes. O cheiro de comida estava explicado agora, mas eu não estava tão interessada assim no conteúdo das panelas, não com um chef vestido daquela maneira em minha cozinha.
- Você acordou! - constatou após notar minha presença, largou a colher sobre o apoiador e veio em minha direção todo sorridente.
Ridícula bateu palmas e soltou rojões quando ele se curvou contra mim e me puxou pela nuca para um beijo. Quis ficar puta com ela, mas foi difícil julgá-la naquelas condições.
- Já estava começando a achar que tinha te colocado em coma de tanto foder. - disse com uma falsa seriedade, me segurando ainda.
- Foi quase, hein?! - concordei no mesmo tom, me segurando para não rir - O que você inventou aí?
Harv virou-se para suas panelas e deu ombros.
- Uma coisa que eu vi na internet. Espero que não se importe, revirei seus armários e freezer atrás dos ingredientes.
Foi minha vez de dar ombros e ir espiar o que ele havia feito. O cheiro estava bom e a cara também, era algo de milho com frango. Logo ele colou em minhas costas e cheirou meu pescoço.
- Dá tempo de mais uma rapidinha antes da comida ficar pronta, o que acha?
Joguei minha cabeça em seu ombro rindo com sua besteira, aproveitando a posição ganhei um beijo no nariz. Virei-me de frente para ele ainda rindo.
- Segunda-feira você vai estar assim ou vai voltar a ser um boçal comigo? - fui direta e ele sorriu em resposta.
- Como você quer que eu esteja?
- Assim. Eu acho.
- Assim pelado, ou assim te beijando e pegando e pedindo por sexo a cada vinte minutos?
- Assim um ser humano decente. - rolei os olhos em brincadeira - Talvez me beijando escondido, com muita sorte transando em cima da sua mesa em silêncio para ninguém nos pegar.
- Parece como um plano pra mim.
Dei-lhe um último selinho antes de obrigá-lo a terminar a comida enquanto eu arrumava a mesa para nós.
Então quando fui buscar o refrigerante que sabia que havia na geladeira vi que meus imãs em forma de letras estavam organizados em forma de uma frase:
Lexie Sanderson enfeitiçou meu pau.
Dei risada de sua imbecilidade, mas no fundo orgulhosa não só do meu feitiço, mas também por ter o feito soletrar como eu sabia que ele faria.
Não sabia quanto tempo aquilo ia durar ou se daria certo, talvez nem tivesse interesse em saber, apenas queria aproveitar o momento e dizer de boca cheia que, por pelo menos um final de semana, eu havia dobrado de jeito o garotinho alfabetizado que se achava melhor do que eu.
Fim
Nota da autora: Apesar do que vocês leram agora, eu juro que sou uma princesinha ♥ Estou dividindo um dos meus casais faves com vocês e espero que gostem. Quem tiver interesse em ler interativo é só jogar lá no Fanfic Obsession que você acha fácil.
Obrigada por ler e se gostar não esquece da estrelinha e de deixar seu comentário pra me deixar bem feliz. Se não gostar faz o mesmo, só de ódio.
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Alphabet Boy
Literatura FemininaLexie e Harv trabalham juntos no mesmo complexo jurídico e parecem não se suportar. Ele cisma em querer ensinar uma advogada já bem sucedida a advogar. E ela luta contra o impulso de enfiar um Vade Mecum para dentro da garganta dele. Dois minutos d...