Atchim

171 18 137
                                    

- Desculpa, eu... eu não devia ter perguntado, eu vou indo - Passei por ele na tentativa de sair.

- Jen - Ele disse segurando meu braço - por que? - Ele sussurrou - por que você não voltou pra mim?

~~***~~

Eu tentei engolir algo na tentativa de responder algo, mas o gigantesco nó que estava formado em minha garganta me impediu. O simples toque dele em minha pele, estava fazendo com que sentimentos nunca esquecidos estivessem ressurgindo. 

- Colin - Sussurrei - e-eu... eu acho que preciso ir - As palavras saíram falhadas, e não era isso que eu queria dizer. Eu queria dizer que eu o amava, que sempre amei, e que jamais amaria alguém assim. Queria dizer que eu deveria ter voltado, que tudo não passou de uma mentira... Ah como eu queria.

Ele soltou meu pulso me liberando, e deixando o calor de sua mão em minha pele por mais alguns segundos. E logo, tudo voltou para a temperatura fria que era a minha vida sem ele, eu pude então, me lembrar de quando eu me sentia em um eterno verão, pude me lembrar do calor dele, e de como eu queria senti-lo uma vez mais.

- Colin - Disse já me arrependendo. Ele me olhou esperançoso, mas triste ao mesmo tempo - eu pensei que fosse o melhor, eu sinto muito, muito mesmo. Eu te amei cada segundo desse maldito tempo sem você. - Eu não iria chorar, mas não podia evitar o quanto meu tom de voz estava embargado - E eu me odiei por partir seu coração, eu me odiei por partir meu coração. Eu me odiei, eu me odiei! Deus sabe o quanto eu me odiei, caramba, eu me odeio tanto por ainda te amar.

Ele me olhava sem mencionar nenhuma palavra, ele parecia confuso, parecia surpreso.

- Jen - Ele devia parar de me chamar assim, mas no fundo, eu não queria que ele parasse - você ainda me ama?

- Mais do que qualquer coisa - Eu chorei. Eu chorei por vê-lo mais uma vez, eu chorei por me declarar, e eu chorei principalmente, por amar um homem casado.

- Então me dê os seus motivos, eu preciso saber. - Ele tocou meu braço mais uma vez - Eu preciso parar de me torturar depois de tanto tempo. 

- A minha mãe. Quando eu estava decidida a voltar para Vancouver, ele me contou como as coisas haviam acontecido. Ela me disse que antes de conhecer meu pai, ela conheceu um cara e teve um relacionamento com ele - Colin amava o Allen, era difícil saber como ele reagiria - ela teve um filho, mas esse cara não morava no Brasil e então ele levou o bebê com ele, sequestrou, digamos assim.

- Por isso ela teve medo de perder você também? - Ele me interrompeu - Ah Jennifer, por favor.

- Espera... Ela me disse que quando seu pai ligou para os meus naquela noite, ela reconheceu o nome dele, Colin era o seu pai. - Dei um tempo para que ele entendesse - Ela me disse que você era o meu irmão, eu não podia voltar, eu não podia te amar!

- A minha mãe jamais mentiria pra mim sobre isso Jennifer! 

- Eu sei, eu sei. Mas na época eu não sabia, um ano depois eu descobri a verdade. Você não é filho da minha mãe, você não é meu irmão. O meu irmão é o Allen! - ele colocou as mãos sobre o rosto.

- Porque você não contou pra mim quando soube? Meu Deus.

- Eu tentei, eu juro que eu tentei. Eu nunca mais te achei, olha pra você! Olha pra essa casa! - Pedi - Seus agentes jamais avisariam você que uma garota brasileira estava tentando entrar em contato com você! Até porque milhares delas estavam... Quem era eu no meio de todas elas?

- Você era a única que eu queria! - Ele apertou um pouco mais meu braço, não dolorosamente, era mais desesperado - Porque ela fez isso? - algo que eu também queria entender.

MAV - Meu Amigo Virtual [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora