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Ele vai até à uma mesinha no canto do quarto e trás uma bandeja com dois sanduíches e dois sucos. Eu me sento na cama e ele vem até à mim e coloca a bandeja na minha frente.

Eu olho o sanduiche e ele sorrir como se estivesse muito orgulhoso do quê fez. Eu pego um e começo à comer e ele faz o mesmo.

"Você só come sanduíche?" Eu pergunto assim que termino de comer o meu e tomo o suco.

"Por quê? Está ruim?"

"Não, não está!" Eu sorrio. "É só que, das duas vezes que come aqui, só comemos sanduíches."

"Bom, eu não sei fazer outra coisa. A última empregada que tivemos pediu demissão por não aguentar ver tanta coisa que acontece aqui." Ele fala baixo e morde mais um pedaço do seu sanduíche. "As vezes eu como em outro lugar quando lembro."

"Quando você lembra?" Eu pergunto e ele me olha.

"Não tenho tempo, penso e faço tantas coisas que acabo esquecendo até de comer ou dormir." Ele fala simples e indiferente como se fosse algo normal.

"Você não dorme?" Eu o olhava atentamente.

"Não consigo." Ele fala.

"Por quê?"

"Você sempre faz tantas perguntas?" Ele fala seco e eu me encolho, o jeito como ele fala comigo sempre me pega de surpresa. Nunca sei qual vai ser seu humor nas respostas.

"Desculpa." Falo baixo. Ele me ignora e começar a falar.

"O motivo de eu não conseguir dormir, as vezes é por falta de tempo e outras por pesadelos." Ele fala e termina de comer, tomando seu suco.

"Pesadelos..." Eu falo e ele me encara.

É claro que eu queria fazer mais perguntas à ele! Mas tenho medo das suas palavras grossas que por algum motivo me magoam mais do quê seus chutes em meu estômago. Mesmo ele sendo essa pessoa horrível, assassino, traficante e mais outras coisas, podia ver o jeito como ele falou de seus pesadelos. Ele tem uma consciência, e essa consciência com certeza o ataca à noite em seus sonhos.

"Dizem que se tem pesadelos de verdade quando se está acordado." quebro o silêncio que havia se estendido sobre o quarto.

"Acredito que sim!" Ele põe o copo na bandeja. "Os pesadelos da vida real eu dou conta! Mas os que minha mente Cria, não." Ele fala simples.

"Posso te fazer uma pergunta?" Eu o olho e ele confirma com à cabeça.

"Meu pai está me procurando?" Eu pergunto.

"Não sei!" Ele fala simples.

"Como não?"

"Seu pai é um homem muito imprevisível! Ele pode estar vasculhando toda à cidade a sua procura, mas não estamos em Havana."

"Onde estamos?" Pergunto.

"Você falou que ia fazer só uma pergunta!" Ele fala ríspido.

"Okay." Eu me levanto da cama.

"Onde vai?"Ele fala.

"Vou sair daqui, não é o "meu" quarto!" Eu falo com aspas na mão. "E você me trata mal à cada 5 minutos!"

"Ei, volta aqui." Ele fala quando eu caminho com dificuldade até à porta. "Me desculpa okay? Não é intencional. Mas você faz muitas perguntas e eu não tenho paciência para responde las."

"Hum." Me viro para olhar ele.

"Não precisa ir." Ele fala baixo.

Meus pés se direcionam antes do quê meu cérebro possa pensar. Sento na cama onde ele estava e me chingo por isso. Por quê eu estou aqui a final?
Pego uma almofada da sua cama e jogo no seu rosto. Ele me olha incrédulo e eu sorrio.

Fetish | E.BOnde histórias criam vida. Descubra agora