"CARLAYO..."

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   - Pronto, já te falei sobre a Lança... Onde ele está? - Chloe pergunta.

   - Não sei se ele ainda está lá... Mas eu o encontrei no Hotel Sant's.

Ela se levanta.

   - Obrigada pela ajuda, Claus.

   - Posso pedir uma coisa?

   - O que quer? - Ela revira os olhos.

   - Me traga alguma coisa da Ally...

   - Você já tem a aliança... E além do mais, ela está morta.

   - Mentira... Sei que ela está viva. Posso sentir.

Ela revira os olhos novamente.

   - Até mais, Claus. - E vai embora.


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   - Por que ele escreveria assim? - Léo sussurra ao terminar de ler a carta.

   - O quê?

   - Não faz sentido...

   - O que não faz sentido? - Estamos sentados na bancada da cozinha desde quando eu cheguei.

   - Você viu como ele escreveu?

   - Como assim?

   - Ele estava dizendo Adeus... Ele sabia que não ia voltar.

   - Então, por que ele foi?

   - Não sei... Mas isso está muito estranho.

   - Onde você acha que ele pode estar?

   - Pra dizer a verdade... Não faço ideia. Como Camilly, quer dizer, como Chloe reagiu quando soube que você havia lembrado?

   - Ela ficou louca. - Sorrio com a lembrança. - Depois ela falou uma coisa estranha...

   - O quê?

   - Ela disse que não fazia ideia de como o meu coração voltou a bater. - Léo fica estranho de repente. - Sabe de alguma coisa?

   - Lembra quando eu disse que os Guardas da Chloe estiveram aqui? Quando o Caleby apareceu...

   - Lembro... Mas não sei o que isso tem haver com... - Espera aí... A promessa. - O que você prometeu para o Claus?

Ele se levanta.

   - Está com fome?

   - Não... O que você prometeu pra ele?

    - Vou fazer macarronada...

   - Léo! - Grito.

   - Fique quieta. Quer que os Guardas te peguem aqui?

   - O que você prometeu para o Claus?

Ele olha para a escada e se senta outra vez.

   - Promete pra mim que não vai contar para ninguém o que você vai ouvir aqui?

   - A única pessoa para quem eu podia contar pode estar morta agora.

   - Bem... Eu prometi quê... - Ele se cala.

   - O quê?

   - Prometi que salvaria a sua vida até o fim da minha.

   - Como?

   - De todas as formas possíveis... Te salvei várias vezes. - Ele sorri.

   - Quais vezes?

   - Você não vai se lembrar, mas... Impedi vários Demônios de se aproximarem de você.

   - Como? - Sorrio.

   - Com poções...

   - Mas e quando a Chloe me empurrou da escada?

   - Eu perdi o controle quando o seu coração parou... Tentei de tudo, mas não conseguia trazê-la de volta...

   - Mas eu voltei...

   - Fiz uma coisa perigosa...

   - O quê?

   - Fui até o Carlayo.

   - Mas ele está... Você quebrou a garrafa?

   - Ampulheta... - Ele sorri. - E sim, quebrei...

   - Mas ele deveria ter te matado...

   - Ele só se alimenta de Seres Celestiais, Ally... Sou Humano.

   - E o que ele fez com você?

   - Nada de importante... - Ele abaixa a cabeça.

   - Léo... O que ele fez?

Devagar, Léo ergue a manga da camiseta azul que está vestindo... Revelando uma cicatriz, parecida com um grande corte de faca, no ombro.

   - O que é isso? - Pergunto. A cicatriz é horrorosa.

   - Ele...

   - Léo...

   - Ele suga a minha vida aos poucos... Já que não pode pegar tudo de uma só vez.

   - Que horror.

   - Não é tão ruim... É como se fosse uma mordida de cachorro... A dor não dura muito tempo...

   - Você é louco...

   - Prometi ao Claus que te protegeria.

   - Por que prometeu isso?

   - Porque ele é a minha única família... Ele é como um irmão pra mim.

   - E onde Carlayo está agora?

   - Aqui... - Boa tarde, Ally. - Carlayo entra na cozinha. Ele é alto e muito negro, com o cabelo raspado rente à cabeça. Ele usa um terno azul marinho.

   - Por que está sugando a vida do Léo? - Me levanto. A raiva crescendo dentro de mim.

   - Preciso de energia para viver... Bem, Humanos não são tão fortes quanto Anjos ou Demônios... Mas dá pro gasto.

   - Você é um Monstro...

   - Mas sou o Monstro que salvou a sua vida. Se não fosse por mim, você estaria enterrada a sete palmos abaixo da terra.

   - E como você me salvou?

   - Usei um feitiço... Fiz seu coração voltar a bater e seus olhos voltarem a abrir.

   - Obrigada, mas...

   - Não.

   - Não o quê?

   - Posso ler mentes... Você quer que eu pare de sugar a vida do Léo. Mas se eu fizer isso, seu coração para e você morre... E eu também.

   - Não tem outro jeito?

   - Não... E se quiser continuar viva, vai ter que se acostumar com isso.

PESADELOS (TRILOGIA "SONHOS" PARTE II)Onde histórias criam vida. Descubra agora