The Psycologist.

Capítulo 10

3 semanas.

Fazem exatamente três semanas desde que transei com Liam, três semanas em que eu não o vejo, ou ouço sua voz. Louis por ser padrinho de Taylor é o responsável por trazê-lo ao meu encontro. O pequeno sempre comenta que o pai está cada vez mais distante e que quase todo dia chega em casa bêbado, mas eu não posso fazer nada quanto a isso, ele não atendeu minhas 20 chamadas não atendia, não respondeu minhas mensagens e provavelmente não fará isso agora. 

- Tia, o meu Dindo disse que não pode vir me buscar e pediu para você me levar em casa. - Taylor me avisa. Isso não pode estar acontecendo, me diz que não está, Deus.

- Isso é sério? - Ele balança a cabeça afirmativamente e volta correndo para a cozinha. 

Pego meu celular e disco o número de Louis enquanto peço baixinho para que seja mentira.   

" Oi minha linda. " Ele atende no primeiro toque. " Oi, Lou, tudo bem?" " Na verdade, não, Freddie caiu e nós estamos  no hospital. " Ele diz. " Sinto muito, Taylor me disse que você não vai poder vir buscá-lo." " Pois é, não sei que horas vou sair daqui  e os avós dele estão na casa dele, ele precisa ir para lá agora" " Eu não posso ir lá, você sabe. " " Liam não está lá, sabe Deus onde ele se enfiou." " Eu não quero mesmo correr o risco de encontra-lo. Um dos meninos não pode vir?" " Eu só estou te pedindo para ir lá porque ele realmente não está lá."  "Tudo bem, eu vou. Me desculpa pelo drama " " Tudo bem, qualquer coisa me liga." " Pode deixar, melhoras ao seu anjinho."  

Suspiro antes de levantar e caminha até a cozinha. Taylor come animado uma fatia de blog muitooooooo trabalhada na cobertura e tem um enorme sorriso no rosto enquanto faz.

- Eu vou te levar em casa, seus avós estão te esperando.

- Meus avós, tia? - Ele levanta da cadeira e pula animado.

- Sim, seus avós estão em sua casa. - Passo os dedos pelo seu cabelo e ele sorri.

- Eu quero ir  ver  os meus avós, tia. - Ele pula animado.   

- Eu só vou trocar de roupa e nós vamos. - Ele concorda e continua comendo seu bolo enquanto subo as escadas. 

Tento me concentra que ele não estava lá e que eu apenas iria deixá-lo e ia embora.

Acabo vestindo um vestido rosa soltinho e uma sapatilha preta, passo um batom nude e solto os cabelos. O dia está ensolarado, por isso pego um óculos de sol. Passo no quarto ao lado do me e pego a bolsa que Taylor trouxe, ele veio ontem e dormiu aqui, por isso tem algumas coisas. Quando chego ao andar de baixo ele já está me esperando.

- Vamos? 

- Vamos, tia! - Ele abraça minha cintura e nós caminhamos para o lado de fora. O coloco na cadeirinha e dou partida no carro

(...)

Estaciono o carro em frente a casa dos Payne e suspiro. É só descer, deixar Taylor.

- Espera eu descer pra te ajudar.- Aviso a Taylor e ele obedece.

Eu desço e o ajudo, aperto a campainha e oro mentalmente para qualquer pessoa no mundo abrir a porta, menos Liam. Deus atende minhas suplicas e uma mulher loira de cabelo curto e óculos de grau abre a porta. 

- Vovó! - Taylor a abraça e ela sorri para ele.

- Meu bebê, que lindo você está. - Ela o abraça. - Seu avô está lá dentro, vá lá com ele. - Taylor entra correndo e saltitante. - Olá, querida, você é a Mariana, certo? Eu sou a Karen, mãe do Liam. 

- Olá, Karen, sim eu sou a Mariana.  - Antes que eu possa fazer algo ela me puxa para um abraço, o que me deixa constrangida. 

- É um prazer finalmente te conhecer, Taylor fala muito de você.

- O prazer é todo meu, eu vou indo. - Entrego a bolsa de Taylor  a ela, mas ela segura meu braço.- Fique um pouco, eu quero conversar com você sobre algumas coisas.

- Eu.. - Ela me interrompe.

- Liam não está aqui. - Ela diz e eu sorriso sem graça. - Entre. 

Eu a acompanho até o lado de dentro. 

- Venha, Geoff está aqui dentro. - Ela me puxa pela casa conhecida por mim. - Querida, essa  é a Mariana. - Um senhor  sorri para mim. 

- Olá, querida. - Ele acena para mim e volta a mostrar alguma coisa a Taylor.

- Ele está um pouco aéreo ultimamente. Vamos para a sala, você quer comer ou beber alguma coisa?

- Não obrigada. - Ela senta em uma poltrona e gesticula para que eu sente em outra.- Eu acho que você já sabe sobre o que eu quero falar. - Ela passa a mão pelo cabelo. - Liam está estranho ultimamente, ele não fala mais de três palavras comigo ou com o pai dele, o Geoff está doente e Liam se nega a ir pra casa, sem contar que  tudo o que falam sobre ele tem haver com cigarros, noitadas e bebidas. Nós viemos até aqui porque estamos realmente preocupados e eu acho que você pode nos ajudar.

- Eu não posso ajudar, eu sinto muito, mas ele nem fala comigo. Ele não aceita que eu ente ajudar Taylor e por isso não fala comigo.

- Você não tem um ponto de vista profissional sobre as atitudes dele.

- Em meu ponto de vista ele está apenas superando o luto, é difícil conviver com a  morte de alguém que amamos, mas ele vai colocar a cabeça no lugar no tempo dele. Ele não aceita minha ajuda. - na verdade, eu acho que ele é um mimado que fica magoadinho quando as coisas não saem como ele quer e sai por ai fazendo merda, mas eu não vou dizer isso a ela.

- Eu realmente não sei o que fazer, já faz um ano. - Ela encara o chão e antes que eu possa fazer algo para confortá-la, a porta da rua é aberta. Eu sinto minhas mãos soarem e não quero olhar, mas a voz dele se espalha por todo o ambiente.

- Olá, mamãe, fazendo uma consulta? - Sua voz grossa está cheia de ironia e veneno.

- Liam! - A mulher a minha frente levanta e praticamente corre em direção a porta. 

Respiro no minimo umas mil vezes   antes de olhar para ele e quando olho, eu queria não ter olhado. Uma mulher está atrás de Liam. Ele se afasta da mãe e puxa a menina pelas mãos.

- Essa é Sophia, minha nova namorada. - A menina de pele bronzeada e cabelos em um tom de castanho claro cumprimenta Karen com um abraço e eu quero me enfiar em qualquer lugar. Liam me olha e sorri para mim, mas eu apenas desvio o olhar.- Amor, vem conhecer a psicóloga de Taylor. - Ele caminha em minha direção com a menina atrás dele.- Essa é Mariana, Mari - Ele diz meu nome com ironia. - Essa aqui é Sophia, minha namorada. - Ela sorri para mim e eu retribuo.

- É um prazer te conhecer.- Ela não responde. - Karen, eu preciso ir, mas eu vou deixar  meu cartão e qualquer coisa você me liga. - Tiro um cartão da bolsa e entrego a ela.

- É uma pena que você tenha que ir, eu amei te conhecer. - Ela me abraça carinhosamente e eu sorriso para ela.

- Eu também adorei, quem sabe nós podemos levar Taylor para um passeio amanhã. 

- Sim, com certeza. - Ele caminha comigo até a porta.

- Você tem mesmo que ir? Eu queria tanto te mostrar uma coisa. - A voz de Liam soa pela sala e eu quero morrer, literalmente morrer.

- Eu estou indo. - Me disperso de Karen com um abraço e saio da casa.

Dá apenas tempo de fechar a porta do carro até que a primeira lágrima  comece a rolar.