Prólogo - 2007

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Rachel

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Rachel

Fome

Era isso que eu estava sentindo olhando todos aqueles pratos de comida ou guloseimas e não podendo enfiá-los pra dentro do meu estômago. Era hoje que eu iria contar aos meus pais sobre a faculdade e em nome do Bom Deus ia correr tudo como o planejado na minha mente.

Eu fechei minhas duas mãos enquanto meu pai terminava a oração diária antes do jantar e os olhei, os mesmos tinham expressões calmas. Isso é bom! Um ponto positivo... Só esperava que não me matassem com a notícia. De fundo tocava "Lucy And Sky With Diamonds" e minha irmã mais velha roia as unhas, ao qual tinha a mania, e salivava vendo nosso primeiro banquete depois de tantos anos comendo aquela papa de fubá com feijão. Queria muito entender como papai arranjara dinheiro para comprar tudo aquilo, afinal, trabalhar na fazenda do Senhor Drumond não era um trabalho dos mais assalariados, mas pelo menos tínhamos o básico.

A oração havia terminado e começamos a colocar um pouquinho de tudo o que tinha no prato, tentando aproveitar o máximo possível. Nunca saberíamos quando comeríamos aquilo novamente. Acabando de ter posto o que queria, ou achava suficiente, deixei o garfo na mesa e tomei o máximo de coragem que encontrara em meu corpo.

- Pai, tenho algo para contar ao senhor. -Assim que terminei a frase, o mesmo me olhou com um sorriso que não via fazia muito tempo, aquele que ia até os olhos. A última vez que o vi sorrir assim foi quando fiquei em primeiro lugar na Olimpíada de Matemática da escolhinha aqui na vila, o que era de fato surpreendente.

- Ora, filha. Parece que somos dois a ter novidades, mas pode falar primeiro se quiser. Damas na frente. -Meu pai brincando? Ou algo estava errado ou seria meu sonho depois de tantos anos com sorrisos falsos?! Retribuí o sorriso, considerando a segunda opção como mais sonhadora e correta.

- Pode falar primeiro, pai. Estou ansiosa pela novidade! -Aquela notícia poderia ficar para depois, melhor ouvi-lo de qualquer forma, pensou Rachel.

-Então lá vai... -Ele tossiu um pouco e juntou as duas mãos sobre a mesa, sorrindo abobado como se o mundo fosse um arco-íris com as músicas deprê que eu escuto. -Você.... Vai se casar! Isso não é ótimo!? Já estava na hora, não, Norma? -Ele olhava para minha mãe e irmãs, que concordavam mesmo sem entender. Enquanto isso, as palavras dele ecoavam por minha cabeça. Como assim casar!?

-CASAR!? -praticamente gritei, levantando da mesa e derrubando meu garfo no chão. Todos me olhavam espantados, como se eu fosse um monstro. -COMO ASSIM CASAR!? EU NÃO VOU ME CASAR!

Bom, era isso que eu pensava...

E agora? Vish Maria... Eu ia estar louca igual ela, Grazadeus não tenho esse problema ainda. Até mais, queridos e queridas.

Xoxo!

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