One

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-você tem algum melhor amigo ou amiga?

Era sempre essa pergunta. Eu sempre respondia que era Eva, pois ela estava presente em grande parte da minha vida normal. As diversas conversas por mensagem, idas à minha casa e ao shopping mostravam, em parte, nosso companheirismo. Acontece que ela é minha melhor amiga só em uma parte da minha vida...

-Lia, eu estou falando com você.- a Sra. Robbins fala, tirando-me de meus devaneios.

-Ah, sim. Minha melhor amiga é Eva.- falo tirando os fiapos de meu cabelo do rosto e tentando me focar somente nos olhos de minha psicóloga.

-Já falei que amizade é uma coisa muito importante, né? Ainda mais na sua idade.- ela fala alegremente, esboçando um sorriso- mas você só tem Eva de amigos?

-Não, tenho outro também- menti, além desse, tenho outro.- o nome dele é Michael.

-Ah, que bom! Ele tem sua idade?

-Não, ele é mais velho, faz 17 em março e eu em setembro.

Esse outro eh o motivo dos meus pensamentos diários, pois nos sonhos ele já está. Mas se eu tentasse explicar isso para a Sra. Robbins ela ia achar que eu sou louca ou sou esquizofrênica.

Ela dá um sorriso simpático, quando seu celular vibra e ela acaba vendo as horas.

-Lia, já deu a hora. Nos vemos na próxima quarta!

-Ah, ok.- me levantei e dei um sorriso- até!- acenei e sai da sala.

Faço terapia há muito tempo, minha mãe sempre achou que eu precisava realmente disso. Desde que meu pai morreu, eu não conseguia mais ficar feliz. Ficava muito calada, só no "meu mundinho". Ele morreu faz 6 anos, num acidente de carro. Eu já superei, mas ainda sim, ao lembrar de meu pai, sinto uma pontada no peito. Esse não é o motivo de fazer terapia até hoje; afinal, todos, no fim das contas, morremos. As pessoas que nos amam, com o tempo, superam. Mas, na época em que ele tinha falecido, eu não conseguia mais falar direito, comer direito, ou fazer qualquer coisa. Isso fez com que eu não me comunicasse direito com as pessoas, e, desde então, eu não tinha amigos. Então, no ano retrasado, eu e minha mãe tivemos uma conversa. Ela disse que manteria a terapia, mas também disse que eu teria de me mudar de colégio. Funcionou em relação a eu ser tímida e não ter literalmente nenhum amigo na vida real, pois pelo menos nessa escola eu arranjei dois. E hoje em dia, no final do ano, eu Ainda agradeço minha mãe, pois na escola não me sinto sozinha. Hoje em dia, eu ainda sou tímida, mas é porque eu tenho milhares de segredos e não posso compartilha-los com ninguém. Quando fiquei em depressão, tive uma aparição de uma pessoa. Mas se eu contasse isso a qualquer um, não iriam acreditar em mim.

Saí do prédio e fui andando para casa, que não ficava muito longe.

Abri a porta com as chaves em meu bolso e entrei:

-Oi filha, como foi?

-Oi mãe, foi bom, conversamos bastante.

-Que bom,... o jantar está quase pronto!

-Vou esperar no meu quarto enquanto isso.

-Ok!

Subi as escadas em direção ao meu quarto e peguei meu celular, me jogando na cama...

"Oi"

"Você de novo"

"Sim"- ele dá um sorriso doce.

Ficamos parados olhando um para o outro.

"Vamos?" Ele finalmente fala algo.

"Ok"

Fomos ao bosque e sentamos embaixo das árvores. Aquele bosque. O mesmo de sempre. Estava um dia ensolarado e bonito, cheio de flores nos arbustos ao redor das árvores.

Começamos a conversar:

"Fale... o que faz hoje?"

"Fui à terapia"

"Entendo."- ele fez uma expressão que eu consegui compreender exatamente.

"Não estou mais triste por causa disso, mas minha mãe disse que manteria. Ela acha que eu não me comunico direito com as pessoas ainda."

"E comigo?"

"Com você sim." Olhei no fundo de seus olhos pretos "mas falta uma coisa..."- deixei-me vencer pela curiosidade.

"O que é?"

"Pelo que devo te chamar?"

(...)

-filha, o jantar está na mesa!

Levanto devagar lembrando do sonho que tivera. Já estava cansada de sempre acabar assim... e pude estranhar do porque eu cai no sono de forma tão repentina, como se eu tivesse simplesmente apagado.

Cheguei na cozinha e tinha um prato de macarrão com molho de queijo.

-coma, está muito bom.

-Ok.- me sentei na cadeira alta em frente à cozinha americana.

-Filha, precisamos conversar.

-Pode falar- peguei os talheres em cima da mesa de granito.

-Suas aulas estão voltando.-dei um suspiro longo.- você vai entrar para o 2º ano do ensino médio. Prometa para mim que vai se esforçar que nem no ano passado!

Estendi meu dedo mindinho e ela rapidamente o apertou com força, como se assim fosse um jeito de me ameaçar e ao mesmo tempo como se desse mais confiança a ela.

Sabe, eu ainda não sei o que vou fazer da minha vida. Digo, que profissão. Me esforço na escola pois minha mãe já tem muitos problemas em casa, mas realmente não me identifico com quase nenhuma matéria.  Não gosto de dar algum tipo de trabalho a minha mãe, desde sempre, então estou constantemente estudando... mas se eu ficar desempregada, vou dar muito mais trabalho, então às vezes fico sob pressão de ainda não ter escolhido o que vou fazer.

-Ok mãe, claro.-reviro os olhos- tudo por você.

Ela dá um sorriso.

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EAI GNT
Otonta aqui
Resolvi postar o primeiro cap da minha historinha, mesmo achando uma bosta
Se algm ler isso e gostar, não se esqueça de favoritar, hihi
Beijo na raba

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