O Começo De Tudo

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Gritos e passos se ouviam daquela sala do hospital. Enfermeiras corriam para todo lado com bisturis, pinças, tesouras, panos e outros instrumentos. Aquele fora um dos partos com mais dificuldade do histórico da maternidade.
O pai, pálido e com o rosto suado, segurava firme a mão da mãe, que estava suando muito e lacrimejando.
Uma das enfermeiras falava para minha mãe fazer força e tentava acalmar meu pai, o que não aparentava funcionar. Então, depois de um tempo, Annabeth nasceu.. Uma linda garotinha ruiva rechonchuda com olhos que brilhavam como o sol ao refletir na luz daquela pequena maternidade local. Ela chorava alto e olhava para cima com um certo pavor e desconforto.. Sua mãe a pegou nos braços e acariciou seus cabelos.
-Puxou a mamãe, esse cabelo de fogo..-falou o pai dela apertando suas pequenas bochechinhas.
A mãe, Rosy, retribui com um sorriso fofo.
Eles vão para casa, pegam anna, que ainda chorava, e a coloca no berço.
Eles ainda não sabiam, mas aquela pequenina já começava a ter os sintomas da rara doença.. Naquela terrível noite, os pais não conseguiram dormir direito com o choro que durara a noite inteira. No outro dia a levaram ao médico, que contara que era apenas cólica ou fome.

A garota fora crescendo, com seus sete anos sem nenhum amigo da escola, igreja, ou da rua da sua casa..Mas, não estava sozinha, passava o dia conversando e brincando com seus "amigos":
-Hey 545! Vem aqui!- Anna ria- Não vou correr atrás de você o dia todo
Seus pais começavam a se preocupar, mas sempre deixavam pra lá pensando serem só amigos imaginários, foi quando tudo mudou.. Numa noite de sexta feira a garota estava no seu quarto, quando começou a gritar e chorar:
-Não!!! Por que?! Por que tenho que fazer isso!!- A voz dela para e só se ouvem soluços entre lágrimas, então ela continua- Não!! Não posso fazer isso..p-por favor 666 me deixe em paz..por favor..-ela chorava alto.
Seus pais vem correndo e entram no quarto, onde Anna estava chorando e puxando seus cabelos.
-F-Filha..? O-o que..- Rosy se desespera.
-Não!! Não! Por favor, saia da minha frente 200! N-nao quero brincar!! Me deixe..me deixe em paz..-ela gritava e tentava tampar os olhos, seu pai a abraçava e dizia para ela se acalmar, nenhum dos dois entendia o que acontecia. Por quase duas semanas ela acordava com pesadelos ou chorando dizendo que eles não a deixavam em paz. Foi então que seus pais resolvem leva-la ao melhor médico do país, e terceiro melhor do mundo. Chegando lá, o médico a leva a uma sala, deixando os pais do lado de fora. Depois de quase quatro horas, ele volta pálido e os chama para a sala dele. Os dois se entreolham e o seguem, lá ele começa a falar sobre o estado da garota e enrola eles, e por último fala:
-..Err..então..Sua filha fora diagnosticada com uma doença rara, que atinge 1℅ da população mundial- Nessa hora Rosy e seu marido, Julian, seguram firme a mão um do outro, Rosy cobre os olhos que começaram a lacrimejar, enquanto Julian a abraça e tenta acalma-la - Eu..nunca tinha visto nenhum caso como este..mas..posso afirmar que sua filha tem em torno de 200 a 300 alucinações por dia. Sinto..sinto muito..

Annabeth passava por vários psicólogos, psiquiatras e tratamentos, mas suas alucinações aumentavam cada vez mais.. Depois de um tempo, Rosy e Julian perceberam que cada alucinação se tratava de um número, e que com apenas 7 anos ela já tinha sua alucinação "667".

O Universo de AnnabethOnde histórias criam vida. Descubra agora