Anna onn
É.. Talvez eu esteja ficando louca..totalmente...louca.. Não..não sei o que fazer ou pra onde ir. Eles me perseguem para todos os lados, todos os lugares, toda hora. Não sei onde me esconder dessas vozes.. Por que..? Por que "666" quer que eles morram..? O que fizeram a você..? Eu..nunca estou sozinha..nunca.Anna off
(...)
A família Biers Whinshester nunca foi totalmente normal, com vários membros da família que trabalhavam em circos, ou tentavam seguir a carreira da música ou da dança, alguns sem sucesso é claro, nunca foram tão normais.. Mas quando a pequena Anna entrou na família, tudo mudou.. Boatos surgiram dizendo que a garota estava possuída por algum demônio ou coisa do tipo, diziam para exorciza-la ou para sacrifica-la... Os pais tentavam mante-la longe de tais comentários e pessoas.
O quadro da menina muda quando ela começa a desenhar coisas como seres diferentes, e sempre os diferencia-los com números. Eles tinham diversas formas, tamanhos, e cores diferentes. Os pais se espantavam com tudo aquilo e tentavam falar com Anna, que apenas respondia:
-eles.. Fazem parte do meu universo obscuro.. Meu..universo..que só eu posso ve-lo..somente eu.. -geralmente ela chorava e quando seus pais iam abraça-la ela negava e dizia que "666" não iria gostar.Anna on
Papai e mamãe..eles..Não me entendem, não sabem o que acontece e prefiro que seja assim. Eles não iriam dormir se vissem o que vejo, n-nem eu durmo.. 666 não deixa, ele diz que preciso fazer, preciso fazer rápido o que ele manda, mas eu não quero..não quero... eu nunca estou só, 24 horas por dia eles falam comigo, alguns são legais sabe, são meus amigos..como..como o 110, ele foi um dos meus primeiros amigos, o primeiro que não me fez chorar ou ter pesadelos, ele apenas fala comigo..não..não com palavras, com uma linguagem que apenas eu entendo... com um olhar..Anna off
Era seu primeiro dia no 1° ano do ensino médio em uma escola nova, ela se arrumava com seu uniforme escolar, e deixava seu cabelo Souto apenas com pequenas tranças bem feitas.
"Eles vão rir de você, vão te odiar, você não vai ser bem aceita queridinha, estás horrível ..." Eram alguns dos sussurros que ela ouvia, mas ignorando, ela olhava para o relógio q marcava sete horas da manhã, e depois ao pegar sua mochila que estava apoiada em um espelho grande que ia até o chão, ela viu seus "companheiros" com sorrisos malignos e assustadores a sua volta..e no meio deles, ela, indefesa contra eles.
Ela os observou enquanto ouvia cochichos e risadas baixas e irônicas.
Pegou sua mochila e desceu para o café.Sua mãe já a esperava com um sorriso: "bom dia meu amor, ansiosa?" Falou ela dando um beijo na testa de Anna q retribuiu com um sorriso "sim mamãe, muito.."
Tomou seu café e andou até a escola.
Lá, todos olhavam e cochichavam ao olhar para ela, falavam de seu cabelo de fogo, ou de seu jeito estranho de às vezes falar sozinha, mas ela os ignorava, ou pelo menos fingia que ignorava...
A aula passava devagar e Anna colocou seus fones de ouvido e colocou "Crush Culture - Conan Gray" para tocar. Quando chegou a vez de ela se apresentar, Anna levantou-se e colocou suas mãos para dentro da blusa, como sempre fazia quando ficava nervosa. Mas ela sabia que não faria essa apresentação sozinha...Anna on
Eu nem sei por onde começar ou o que falar... Eu só quero acabar isso logo.
"Você bem que poderia ter colocado outra roupa não é? Estás sem graça, com este moletom enorme cinza, eles vão te odiar..." Eu podia ouvir as risadinhas aguçadas deles a minha volta.
"Melhor nem abrires a boca, apenas saia daí, tua voz é irritante e teu jeito é estressante!" Eu podia ouvir a voz deles na minha cabeça.
Tampo os ouvidos rapidamente e já aproveito para abaixar os fones de ouvido, parecia que se passara vários minutos desde que eu me levantara, apesar de ter passado apenas alguns segundos. O tempo passava diferente quando eu falava com eles..Anna off
"O-oi. Meu nome é Annabeth, eu tenho 15 anos" Falei gaguejando um pouco, tentando não olhar para as pessoas em volta.
- Qual seu hobby? - Falou uma menina que sentava na carteira ao lado. Ela tinha os cabelos negros e curtos, uma pele pálida, e olhos escuros penetrantes.
- Eu..gosto de desenhar - Tento olhar para a menina enquanto respondo, mas logo volto a olhar para o chão.
- Você gosta de que tipo de música? - Perguntou um menino que me olhava atentamente da carteira à frente da minha. O menino parecia ser magro mas tinha bochechas fofas e rosadas, tinha um cabelo castanho claro com cachos revirados e olhos verdes que pareciam
enxergar-me por completa, usava um moletom vermelho cumprido e largo, uma calça jeans rasgada e dobrada em baixo, dava pra notar uma meia de cano alto com estampa de planetas e estrelas e seu All Star azul ciano. Eu achara ele interessante por sua aparência física não coincidir tanto com seu estilo.
- Gosto de vários estilos de músicas, mas ultimamente tenho ouvido bastante "Conan Gray", "Rex Orange Conty" e "Alec Benjamin". - Falei um pouco tímida, mas olhando nos olhos dele. Observei seu primeiro sorriso, que era sereno, calmo, e contagiante, sem perceber, eu sorri de lado também. Meu coração dá um pulo ao ver ele abrir ainda mais o sorriso.
"Meu deus, que sorriso de merda o seu, para de sorrir que nem idiota, ele está te achando esquisita...." "Não fique achando que vai arrumar amigos garota, porque não vai! Nós somos seus únicos amigos menina..." Meu sorriso se desfaz na mesma hora. Neste momento eu vejo 545 atrás do garoto, um ser com forma indefinida, mas possuía olhos claros e cores pastéis que pareciam se derramar e se misturar pelo chão, ele me lança um olhar calmo que contagia mansidão. Volto a retribuir o sorriso, respondo mais algumas perguntas e me sento novamente. Era a primeira vez que eu me sentia um pouco menos rejeitada, apesar dos cochichos no começo da aula. Será que era um novo... Recomeço?
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O Universo de Annabeth
ParanormalAnnabeth, ou como todos a chamam, Ana, uma garota que sofre de uma doença rara: Esquizofrenia. Venha comigo e entre neste incrível mundo onde o perigo e o medo correm a solta, onde ninguém tem tempo para brincadeiras e cantigas de ninar. Você será...