youre my home

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'eu já tentei levar ele no médico, ele não quis'. a frase ecoava na cabeca de jun. ele sabia que joshua não gostava muito de ir ao médico. então por um momento ele cogitava ser verdade o que seungcheol tinha lhe dito.

"ele tentou levar você no hospital mesmo?" jun perguntou a joshua que estava quase dormindo ao seu lado na cama.

"ah... sim..sim ele tentou. eu não quis ir. jun, como eu ia aparecer cheio de mancha e explicar? eu ia ter que contar tudo," antes que ele continuasse jun o abraçou.

"quando foi isso josh? faz muito tempo?" a cada momento jun ficava mais surpreso com tudo que aconteceu nos últimos quase 6 meses. o trauma de joshua estava começando a o afetar também.

"um mês atrás? você tinha me ligado perguntando se eu estava bem. ele tava em cima de mim. e a minha sorte desse dia foi que você ligou... ele já tinha percebido que eu estava passando mal."

"e ele não percebeu que era ele que estava causando tudo isso? joshua eu sei que você não é tão inocente assim, vai. você sabe que isso não é enjoou causado por comida, né? foi isso que você falou pra ele?"

joshua sabia mais do que ninguém. ele era a vítima. ele sentia na pele.

jun percebeu que joshua não o respondeu e decidiu descer com as coisas "chega por hoje."

jun não conseguia nem lavar a louça com a cabeça a mil por hora. ele queria muito entender tudo que estava acontecendo mas como? era doloroso. como saber se fazer joshua falar era difícil. jun sentia o quanto ele estava sofrendo e não queria piorar mais as coisas. mas ele precisava de total conhecimento pra poder saber o que fazer depois.

porque joshua permitiu que ele continuasse. não foi só chantagem. porque ele não fugiu? em momento algum ele não acreditou nas palavras de seu namorado e nunca ele iria colocar a culpa de tudo isso nele. mas ele precisava de respostas. só joshua poderia lhe dar essas respostas.

"eu disse chega por hoje? você precisa descansar." disse jun com um sorriso no rosto enquanto desligava a tv.

"sem beijos! escovar os dentes primeiro!" jun adorava quando joahua tinha seus surtos de limpeza e higiene. ele sentia saudades dos empurrões da cama. sem higiene bucal? sem beijo.

"eu senti tanta saudade disso. escovar os dentes juntos. jogar pasta um no outro."

"não, junnie!!" duas listras de pasta na bochecha de joshua, pasta no cabelo de jun, pasta no espelho...

"muito boa essa guerra de pasta mas ninguém vai querer lavar banheiro essa hora!"

jun ouvia cabisbaixo escorado na porta do armario da pia, assumindo sua derrota. guerras de pasta de dente á uma da manhã realmente eram necessárias as vezes.

"ei, senta aqui também." jun ergueu as mãos para que joshua se juntasse a ele.

"eu tô tão confuso, shu. eu não queria porque eu sei que isso faz você se desgastar e é doloroso. mas se você não me contar tudo o que aconteceu nesses meses eu vou explodir sem saber o que fazer." jun disse com lágrimas nos olhos. joshua apenas o respondeu com um cafuné e um sorriso enquanto o puxava para ficarem de pé novamente.

"vamo pra cama, vem"

"joshua, eu to falando sério..."

"eu também. vem."

joshua desligou a tv e se deitou. jun ao seu lado. jun trouxe joshua pra perto e o abraçou com seus braços em volta da cintura do outro.

"dormir de conxinha tá ok?" jun só queria ter certeza de que não estava ultrapassando a linha imaginária do respeito.
os dois ficaram ali embaixo das cobertas bem quentinhas por um tempo. jun adorava aquele perfume de bebe que o shampoo de joshua tinha. era tão bom estar de volta. dormir com o nariz no cabelo do outro sentindo cheirinho de bebe. era tão confortante. jun estava em casa por que joshua estava ali. pra ele, casa é sempre onde joshua está. ele sentia o contraste. o ar pesado de horas atrás com a calmaria da madrugada.

jun até se assustou quando ouviu joshua falar. ele estava quase dormindo quando se lembrou "quando eu entrei por aquela porta sem você pela primeira vez eu depositei toda minha confiança nos meus amigos que são a minha família. eu ri quando você pediu pro seungcheol cuidar de mim. mas depois eu concordei. ele foi um ótimo amigo."

joshua tinha perdido os pais num acidente de avião. o irmão mais velho morava na alemanha então quando joshua dizia que seus amigos e jun eram sua família. ele realmente dizia com certeza e coração.

jun também tinha joshua como família. pais, irmãos, estavam todos na china. e com a carreira de ator e modelo a única forma de se sentir perto de sua família era joshua. um dia ele ainda ia levar joshua pra conhecer sua família.

"no primeiro mês era tudo normal. pra mim. eu tava lá, cortando a abóbora e ele chegava e me abraçava por tras. como amigo. ele não tentava nada. ele me respeitava. com o tempo era tapa na bunda, ele me agarrava com segundas intenções eu sentia. eu passei a trancar a porta, a dizer que não tava em casa eu fugia mas ele ia atrás.
um dia eu tava chegando e ele me puxou pra dentro de casa dizendo que não aguentava mais, que me amava e que tava ficando louco. que eu merecia alguém que me desse valor e me amasse. ele vivia dizendo que se você me amasse, faria de tudo pra que fosse com você pra seattle. eu dei um chute nele mas eu escorreguei. ele me agarrou pela cintura e me beijou a força. eu sempre tentava o afastar, mas é como se ele fosse mil vezes mais forte que eu? 

minha vida aqui acabou virando um inferno, jun. é como se eu tento fugir ele está em todo e qualquer lugar. então, eu só pensava em me esconder. mas era em vão. e ele dizia que era ridículo, te tirar do seu trabalho, com um assunto bobo. que eu gostava. e outras coisas.

"josh. vamo embora. sei que a gente batalhou muito por essa casa mas minha casa é voce. é sempre onde eu encontro refúgio. a gente pode recomeçar em outro lugar que não te traga mais lembranças ruins. mas antes me deixa fazer justiça. por você e por todos que já sofrem com isso."

"você é melhor coisa que aconteceu na minha vida."

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