2 (revisado)

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"Acordo com uma terrível dor de cabeça e tento levar as mãos à cabeça, mas algo me impede. Abro os olhos com dificuldade e fico chocada com o que vejo ao redor...

"O que diabos está acontecendo?" exclamo, olhando ao redor. Velas estão espalhadas por todo o lugar e símbolos estranhos estão desenhados em todas as paredes do cômodo onde acordei. No centro do lugar, há um altar de pedra maciça, adornado com símbolos sinistros e velas negras que tremulam com uma chama pálida. Ao redor do altar, estão dispostos pessoas que conhecia e faziam parte do círculo social de meu pai, vestidos com túnicas negras e parte dos rostos ocultos por máscaras assustadoras.

No topo do altar, há uma figura encapuzada, amarrada e incapaz de se mover. É um prisioneiro, um inocente, como eu, que foi capturado por, provavelmente papai, e seus seguidores para ser usado como um sacrifício humano. Minhas mãos e pés estão presos por grilhões antigos, que me penduram e esticam meus braços e pernas, que estão dormentes. Logo abaixo de mim, há um pentagrama invertido e uma bacia de alumínio.

"Finalmente a bela adormecida acordou", reconheço aquela voz de longe.

"Pai, o que está acontecendo?" pergunto chorando. "Papai, por que você está fazendo isso comigo?"

"Meu amor, me desculpe, mas o papai precisa cumprir suas promessas", ele acaricia meu rosto. "Sabe, antes de você nascer, eu não podia nem pagar um jantar decente para sua mãe. Eu era muito pobre..."

"Onde você quer chegar com isso?" interrompo, observando atentamente seu rosto tão familiar, mas agora tão estranho.

"Quando sua mãe me disse que estava grávida, eu não sabia o que fazer. Fiquei desesperado até que conheci a Natacha..."

"Quem é Natacha?" questiono seriamente, enquanto planejo várias formas de vingança contra o homem que um dia chamei de pai.

Algo que ele pode não saber, já que passa a maior parte do tempo no escritório, é que tenho um raciocínio rápido, muito rancor no coração e um leve grau de psicopatia e bipolaridade. Isso me faz perceber rapidamente quando algo está ou não ao meu favor, como agora, em que as chances de escapar são quase nulas.

"Não me interrompa novamente, docinho", ele me olha com ódio e eu retribuo o olhar. "Natacha me convenceu a fazer um pacto com Lúcifer. Não acredito no que meus ouvidos estão ouvindo", uma lágrima de profundo desespero escapa dos meus olhos sem que eu perceba. "Resumindo, eu fiz um acordo com ele. Eu ficaria rico e eu te entregaria a ele no dia em que você completasse 17 anos."

"Eu não acredito que você fez isso comigo", começo a chorar desesperadamente, mas logo paro as lágrimas e sorrio docemente como um anjo. "Lembre-se, papai, farei de tudo para sair desse inferno. E quando eu sair..." gargalho, fazendo-o me olhar como se olhasse um demônio. "Arrancarei cada órgão que você tem em seu maldito corpo, cada centímetro de pele e cada terminação nervosa. Me banharei em seu sangue e dançarei ao som de seus gritos de dor!" Sorrio, olhando para ele enquanto ele se força a voltar à pose.

"Está na hora", ele me beija na testa. "Comporte-se, querida."

"Até logo, papai!" aceno com a cabeça, sorrindo.

Ele me olha profundamente e sai. Logo, voltando com uma mulher de cabelos vermelhos entra, usando um vestido preto transparente.

"E então", começo com um sorriso. "Você é o quê? A amante de Satanás?" pergunto divertida, e posso ver uma veia saltando em sua testa.

Ela se aproxima de mim, tirando uma adaga que estava escondida debaixo do vestido. "No útero, só pode", minha mente espertinha solta, me fazendo rir. A mulher bufa e começa a recitar um mantra que não entendo. Ela se aproxima mais de mim e crava a adaga na minha perna direita. Grito e rio de dor e desespero, e ela sorri e continua a recitar aquele mantra estranho.

Horas se passam, e eu já estou fraca. Posso sentir a morte se aproximando cada vez mais, e a bacia abaixo de mim está cheia e então ela se afasta e descubro que é a vez dele.

Papai, com sua presença imponente, se aproxima do altar e ergue um punhal antigo, com uma lâmina afiada e escura como a noite. Ele começa a recitar palavras antigas e poderosas, invocando forças sombrias e sinistras.

Enquanto isso, os seguidores dele começam a entoar cânticos sombrios, criando uma atmosfera de tensão e medo. A energia no que agora acho ser um templo se intensifica, e uma aura de escuridão envolve o prisioneiro amarrado.

Papai, com um sorriso malicioso nos lábios, posiciona o punhal sobre o peito do prisioneiro. Ele olha nos olhos dele, o prisioneiro, transmitindo uma mistura de crueldade e satisfação. Com um movimento rápido e preciso, ele perfura o peito do prisioneiro, sacrificando sua vida em nome de seus objetivos sinistros.

O sangue do prisioneiro escorre pelo altar, enquanto a energia sombria se intensifica ainda mais. Papai absorve essa energia, fortalecendo seus poderes e alimentando sua sede de poder. Enquanto isso sinto lágrimas correrem por meus olhos e o medo se apoiar de meu jovem corpo, e no momento em que ele me olha eu sei. Sou o próximo sacrifício.

Enviada do inferno.... Protegendo Os Creepys (Reescrevendo)Onde histórias criam vida. Descubra agora