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- Está esperando a carruagem, princesa? - sussurrou em meu ouvido. O homem tinha a idade de ser meu pai, era moreno e esbelto e seus olhos azuis me olhavam de forma sedutora. Pelo seu hálito, consegui saber uma coisa: estava alcoolizado. Me afastei sem dizer nada, mas ele me puxou:
- Oh, princesa! Você não vai esperar mais. Não fique com medo. Vou te levar até a carruagem. - esse idiota já estava me empurrando, eu estava prestes a gritar quando o meu socorro chegou:
- Solte ela agora. - Caio ordenou.
- E quem é você para me falar o que fazer?
- Sou namorado dela. - o homem ficou sem graça na hora. E eu com as bochechas vermelhas igual ao um tomate.
- Então o príncipe não está cuidando direito de sua princesa? Deixa que o dragão vai cuidar direitinho dela... - esse cara tava muito doido. Não conseguia me mover tamanho nervosismo que sentia.
- Olha aqui, senhor, você está alterado, você está bêbado...
- Olha aqui, menino, cala a boca. - nessa hora o homem me puxou para mais próximo dele.
- A princesa não pode ficar ouvindo essas coisas e... - eu estava olhando para o chão, segurando o choro e só me dei conta do que aconteceu quando vi o homem espatifado no chão. Livre do perigo, corri para trás de Caio.
- Senhor, nenhuma menina, nenhuma mulher deve ser tratada desse jeito. Isso é falta de respeito. Espero que hoje o senhor tenha aprendido isso e nunca mais repita este erro. Não sou de ser violento, mas não tive outra forma... Espero que tenha aprendido a lição, por que da próxima vez, pode ser bem pior. - Caio me pegou nos braços e me conduziu para longe daquele homem. Graças a Deus não demorou muito para passar um táxi. Sentamos no banco de trás do carro, e ao informar o endereço da minha casa, respirei fundo.
- Ah, obrigada por me salvar. Como você soube que eu estava em perigo?
- Mesmo falando ao celular, fiquei de olho em você. Ai, vi aquele babaca se aproximar de você de uma maneira indevida e tua expressão me revelou que não estava nada bem. Imediatamente fui te ajudar.
- Obrigada mesmo.
- Essa não é a primeira vez que isso acontece, né?
- Bom, assédios sempre acontecem, mas isso de tentar me sequestrar, nunca.
- Fica tranquila. Você está segura agora.
- Ah... Não acredito que essas coisas horríveis aconteceram justo hoje, dia do meu aniversário...
- HOJE É TEU ANIVERSÁRIO???
- Sim...
- O MEU TAMBÉM!!!
- Sério? Nossa!!! Que surpresa boa...
- Tô fazendo 26 e você?
- Meu Deus! Eu também, Kaiak!!! Que coincidência incrível... Por que você não me contou isso?
- Sei lá... Não passou pela minha cabeça...
- Nem pela minha...
- Pri, eu ainda não sei quais foram todos os presentes que recebi hoje (se recebi algum), mas já sei qual é o mais especial.
- E qual é?
- Ter te conhecido hoje... Por mais que algumas coisas ruins terem acontecido, nesses momentos a gente protegeu um ao outro. E você... Você é o melhor presente que já recebi.
- Oun, que fofo, Caio!!! Nem sei o que dizer...
Queria fazer algo que não usasse palavras, pois eu não as tinha. Estava tudo muito intenso, muito louco, e o que fiz foi algo simples: um abraço. Singelo e especial. Foi a forma que encontrei para expressar todo carinho e agradecimento que tinha por ele.
- Está tudo bem, Pri. - sussurrou em meu ouvido. Ficamos assim, juntinhos, até chegar à minha casa. O táxi estava estacionado em frente a ela. Caio tinha pedido para o táxi esperá-lo.
- Tem certeza que não quer entrar? - perguntei.
- Não precisa, Priscila. Acho que já está tarde para uma visita chegar, e você precisa descansar depois de tudo isso. - me deu um abraço apertado e beijou minha testa.
- Boa noite e Feliz Aniversário! - dei um abraço em Caio e beijei uma de suas bochechas. Devolvi os parabéns e observei o táxi ficar fora do alcance da minha vista. De certa forma, ele também era meu presente mais especial.

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