Já se passavam das quinze horas. O clima estava agradável. A brisa preguiçosa cantava em meu ouvido. Uma canção lenta e gostosa. Minha maior vontade era de voltar para casa e deitar na varanda para ouvir o assobiar dos pássaros, mas estava preso no centro da cidade com minha amada mãe resolvendo os últimos preparativos para o baile que ocorrerá neste final de semana, mais precisamente amanhã.
Eu adorava ir as compras com minha mãe, mas já estamos a tanto tempo andando que meus pés estavam sendo prensados pelo sapato.
"Mãe, o que a senhora acha desse tecido?" Disse apontando para o expositor que continha um pano cobre com detalhes dourados.
"É lindo meu filho, mas não para esta ocasião." Respondeu e voltou a olhar os expositores.
Passei meu olhar despretensiosamente pela loja a procura de algo que agradasse minha mãe, e um tecido chamara-me a atenção.
"Mãe e esse aqui?" Disse andando até o tecido com ela no meu encalço. "Ele é elegante e sofisticado. Esse tom irá realçar seu tom de pele e seus olhos. A senhora não precisará de nenhum pano adicional." Abri um sorriso contido.
"É lindo!" Acenei com a cabeça. "Agora só falta escolher o modelo e tirar as medidas."
"Mãe, se não se importa, irei me ausentar." Fiz uma breve reverência.
"Aonde vais?" Disse sem me encarar. Folheando o livro afim de escolher um modelo.
"Irei me encontrar com um amigo."
"Esteja na praça às dezesseis." Assenti e saí do estabelecimento.
Andei pelas largas calçadas de pedras reparando em cada vitrine. Havia marcado encontrá-lo no bar, que era a duas quadras da costureira, apenas para jogar conversa fora.
No meio do caminho, acabei por colidir com um homem de vestimentas pretas que andava apressadamente. Estatelei-me no chão, mas o homem não parou para me estender a mão ou ceder ajuda, apenas continuou seu caminho como se nada tivesse ocorrido. Levantei-me ligeiro e indignado, limpando a poeira em minha roupa. Continuei a observar a silhueta daquele homem até que desaparecesse da minha vista quando virou a próxima esquina. Olhei para meus pés para verificar se o tombo não tinha arranhado meus sapatos e me deparei com uma correntinha dourada com vários pingentes distintos. Era uma graça. Olhei para os lados para averiguar se alguém me observava e me abaixei para pegá-la. Observei mais fielmente o objeto em minhas mãos. Era pesada, parecia ser feita de ouro vinte e quatro quilates.
"Jimin?" Ouvi a voz de meu amigo ao longe. Guardei a correntinha no bolso de meu paletó e me virei para si abrindo um sorriso contido. "Vejo que se perdeu no meio do caminho." Declamou travesso. "Vamos!"
Andamos poucos metros até chegarmos a taberna. Hoseok ficou tagarelando sobre sua viajem que fez á França semana passada. Eu não conseguia prestar atenção em seu falatório pois o homem qual me deparei agora pouco ainda rondava meus pensamentos.
Entramos no estabelecimento. Era todo amadeirado com um detalhe aveludado vermelho marsala nas paredes. Tinha apenas um candelabro no centro e algumas poucas arandelas na parede. O lugar era rústico e bárbaro, porém sofisticado.
"Hoseok..." Disse assim que nos sentamos em uma mesa mais afastada das demais e ele se calou para que eu pudesse falar. "Aconteceu algo hoje."
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ʟ ᴏ ɴ ᴇ ʀ . 。 . : * ✧ {ʏᴏᴏɴᴍɪɴ}
FanficEm um vilarejo pequeno e arcaico, o qual a tecnologia ainda eclodia, os dias monótonos e enfadonhos se repetiam como um velho disco arranhado. Não há nada do que Park Jimin pudesse reclamar, provinha de uma linhagem avantajada nesta pequena cidade...