1. Eu Errei

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✿; Sana

"Minha vida estava indo de mal a pior, e o único resquício de esperança para que as coisas melhorassem, se foi naquele momento, com aquela cena: Minha namorada, o amor da minha vida, Tzuyu estava saindo a passos silenciosos com suas malas nas mãos, não teria dito nada a mim se eu não a tivesse pego:

– Tzuyu! O que está fazendo? – Perguntei confusa – O que isso significa?

– Sana, eu... Vou precisar viajar – Ouvi sua resposta, me tomando pela raiva, pois já suspeitava de tudo.

– É a desgraçada da Momo, não é?

Ela permaneceu em silêncio, mas em nenhum momento deixou suas malas se descolarem de suas mãos, Tzuyu não estava recuando:

– Você não vai! – Disse, em um tom firme, e a expressão da mais nova se enfureceu.

– Você não pode me dizer com quem ficar! – Berrou ela.

– Eu sou sua namorada! Acha certo me largar sem notícias pra fugir com aquela idiota?

– Nunca deu certo, Sana, e nunca daria, Momo é a única pessoa que realmente me ama! – Suas primeiras lágrimas começaram a escorrer por seu rosto delicado.

Corri e me estacionei no portal já aberto da sala, bloqueando a saída, e ela rapidamente se desviou em direção à porta dos fundos, na cozinha, e a essa altura minhas lágrimas escorriam velozes por mim.

Minha reação foi muito rápida e instintiva assim que entrei na cozinha, tudo que meu cérebro calculou era que eu precisava impedí - la de sair, e, como eu disse, agi de modo inconsciente:

– Sai de perto dessa porta! – Ela congelou ao se deparar com a faca de lâmina afiada que apontava em sua direção.

– Sana... – Ela mantinha o corpo em estátua – Não faça besteira, por favor...

– Então não me deixe! – Eu disse entre soluços – Eu te amo, e não vou te perder para ninguém!

Vi seus pés se mexerem, ela estava pronta para correr, e eu não podia perdê - la.

Em um movimento preciso agarrei seu pulso e puxei para perto de mim, fechei meus olhos e parei de prestar atenção no que fazia, apenas ouvi meu próprio grito, com mais lágrimas, e depois outro... Um grito de dor... Era Tzuyu!

Senti minhas mãos se encharcarem, com medo do que veria se abrisse meus olhos novamente, caí de joelhos, e senti um corpo mole por cima de mim.

Finalmente abri meus olhos, e comecei a chorar e gritar loucamente com o que tinha feito... Eu havia acertado a faca na lateral do seu pescoço, e quase não havia mais vida em seus olhos:

– NÃO! O que eu fiz? – Minhas lágrimas se misturavam com seu sangue, ela não estava respirando.

Não podia ser, eu estava incrédula e em choque: Eu havia matado Tzuyu!

Uma hora depois...

Eu liguei para a única pessoa que tinha certeza que não chamaria a polícia, minha única amiga que me ajudaria até o último segundo: Im Nayeon.

Ela chegou pouco depois da ligação, a casa estava escura, e percebeu a sala revirada assim que acendeu a luz do cômodo. Nayeon foi andando a passos curtos e lentos, seguindo o som do meu choro, a cozinha ainda estava escura, mas antes de acender a luz, ela havia congelado, pois seus pés haviam pisado em uma poça grande de um líquido estranho: Sangue.

Wanted × SaiDaOnde histórias criam vida. Descubra agora