Prólogo

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As pequenas gotas de chuva escorregavam pela janela do meu quarto. Uma após a outra, caindo lentamente , até parar na linha de chegada, ou seja, até chegar ao batente da minha janela.

Algumas pessoas não gostam da chuva, mas eu adoro.

Me trás um sentimento de conforto e alegria. Não sei explicar muito bem, mas é algo bom, algo que eu realmente gosto de sentir.

Parece que, a chuva vem para levar com ela todas as minhas tristezas, inseguranças e medos. E quando ela acaba, trás com sigo um lindo arco-íris e isso me trás felicidade.

A chuva é um bom exemplo para a vida, pois não importa o tamanho da tempestade, não importa quantos trovões e relâmpagos apareçam, no final de tudo, aparecerá um belo arco-íris, iluminando tudo aquilo que estava escuro e sombrio.

Isso também serve para descrever uma história de amor.

Pois, mesmo que aja algumas brigas, mesmo que o amor não dure e cada um acabe tomando caminhos diferentes, terá momentos felizes que sempre ficarão na memória e que será prazeroso lembrar deles.

Mesmo que a estória não termine muito bem, os momentos bons irão existir e ficarão sempre guardados só para aqueles que viveram esse amor.

— Querida, eu posso entrar? — Saio dos meus devaneios quando escuto papai me chamar. Olho em direção à porta e vejo que ele se encontra lá, parado e me encarando com cautela.

— Claro que pode papai, aliás, o senhor já está dentro do quarto. — Tento fazer uma piada e dar um sorriso sincero, mas falho miseravelmente nessa missão.

Ele vem em direção a onde estou, se aproximando lentamente, parece até que está com medo de que eu fuja. Ele continua a me olhar com cautela, com medo de que eu quebrasse apenas com um olhar.

Então, ele se sentou na cama e ficou de frente para mim.

— Querida, eu acho que você deveria dar uma chance para ele. — Soltou simplesmente, sem nem ao menos me dar tempo de pensar.

Olho para ele como se o mesmo tivesse quatro cabeças, pois essa pergunta é, no mínimo, absurda. Já que, ele sabe exatamente de tudo o que aquele idiota me fez passar.

— Depois de tudo que ele me fez, você acha mesmo, que eu deveria dar uma chance? — pergunto usando todo o sarcasmo possível.

      Então, ele me olha por longos segundos, como se estivesse pensando em algum modo de me convencer.

— Não estou falando para perdoa-lo, mas, pelo menos, ouvir o que ele tem a dizer.

— Esse é o problema, eu não quero ouvir o que ele tem para me falar. — Pisquei algumas vezes, tentando a todo custo impedir que as lágrimas que já estavam embaçando os meus olhos, caíssem.

— Não quer escuta-lo porque você acha que ele errou, ou porque você está com medo de não aguentar ficar perto dele por muito tempo sem ter uma recaída? — Me questionou e sorriu carinhosamente em seguida.

      Eu o olhei por  algum tempo, em completo silêncio, pensando em qual das opções é realmente a verdadeira e, por fim, resolvo respondê-lo.

— Acho que... as duas opções. — Falei depois de um longo suspiro.

— Por isso, eu acho que você deveria falar com ele. — Continuou insistindo.

— Eu não tenho mais nada para falar com ele papai. — Revirei os olhos, já ficando irritado com toda essa insistência.

— Você não tem ou não quer? — Me olhou com as sobrancelhas levemente arqueadas.

Eu (não) odeio você Onde histórias criam vida. Descubra agora